Quando falo atividade fim é operação da produção. Pode dizer a unidade ?Garfield escreveu:
Na unidade que eu conheco mais de perto nem fudendo que são dez por cento e não e só auxiliar não.
Projeto de lei da terceirização o que vcs acham?
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Re: Projeto de lei da terceirização o que vcs acham?
Re: Projeto de lei da terceirização o que vcs acham?
A terceirização leva à redução dos salários?
Se você está minimamente interessado no debate a respeito das terceirizações, já deve ter lido que uma pesquisa mostra que o trabalhador terceirizado, além de trabalhar mais, recebe em média 25% menos que os não-terceirizados. Isso está no texto do Vladimir Safatle, do Sakamoto, na Carta Capital, no Estadão, no UOL e em praticamente qualquer texto contra o projeto de lei. Não é em vão: o trabalhador teria mesmo todos os motivos do mundo para se preocupar com um PL que ampliasse um procedimento que fosse levá-los a receber 25% menos. Ciente da pertinência deste ponto, resolvi ir atrás da pesquisa.
A pesquisa em questão foi realizada pela DIEESE/CUT e vocês mesmos podem conferi-la na íntegra aqui. Estou certo de que, se estivéssemos tratando de um PL que prejudicasse bancários e falássemos de uma pesquisa realizada por instituições bancárias, as pessoas imediatamente desconfiariam dos dados apresentados (e, no caso da PL4330, o sindicalismo pelego é o único prejudicado, como argumentarei mais à frente). Mas não precisamos entrar neste ponto: irei supor que os números colhidos pela pesquisa estão corretos. Afinal, o problema está na maneira deliberadamente enganosa com que foram apresentados.
Pois vejamos: os tão alardeados 25% de diferença salarial aparecem na Tabela 2, na página 14 do documento, reproduzido abaixo.
A diferença salarial só é preocupante até nos darmos conta de que não foi feita uma pesquisa comparando as mesmas ocupações, mas tão somente “terceirizados x não-terceirizados". Isso quer dizer que a diferença salarial não é “porteiro terceirizado x porteiro não-terceirado” ou “técnico de informática terceirizado x técnico de informática não-terceirizado”, mas da média de "setores tipicamente terceirizados" e de "setores tipicamente contratantes". Como a maioria dos terceirizados são de serviços de limpeza, alimentação ou segurança, e como nossa legislação atual não permite a terceirização de atividades-fim, estamos tratando aqui de uma comparação grosseira, e a única surpresa é que essa diferença não seja maior. Estamos comparando o salário de uma faxineira no hospital (atividade-meio) com o salário do médico (atividade-fim), o salário da funcionária da cantina da universidade (atividade-meio) com o salário do professor universitário (atividade-fim), do técnico de informática de uma empresa (atividade-meio) com seus executivos (atividade-fim). Isso é confirmado por outro dado da pesquisa, demonstrado na Tabela 7, página 19, que mostra que o número de pessoas com Ensino Superior Completo entre os não-terceirizados é quase três vezes maior do que entre os terceirizados. Isso explica bastante bem a diferença salarial.
Todo o dossiê da DIEESE/CUT é repleto de falácias similares e acho improvável que a divulgação de que “terceirizados recebem em média 25% menos” não tenha sido propositadamente dúbia e enganosa. Não dá para fazer uma pesquisa sobre isto sem utilizar controles estatísticos que possam restringir a comparação aos trabalhadores que desempenham a mesma função. Felizmente, não fui o único a ir atrás das pesquisas e, para mais detalhes, recomendo a análise do professor Roberto Ellery, disponível aqui.
http://pedro-sampaio.blogspot.com.br/20 ... .html#more" onclick="window.open(this.href);return false;
Se você está minimamente interessado no debate a respeito das terceirizações, já deve ter lido que uma pesquisa mostra que o trabalhador terceirizado, além de trabalhar mais, recebe em média 25% menos que os não-terceirizados. Isso está no texto do Vladimir Safatle, do Sakamoto, na Carta Capital, no Estadão, no UOL e em praticamente qualquer texto contra o projeto de lei. Não é em vão: o trabalhador teria mesmo todos os motivos do mundo para se preocupar com um PL que ampliasse um procedimento que fosse levá-los a receber 25% menos. Ciente da pertinência deste ponto, resolvi ir atrás da pesquisa.
A pesquisa em questão foi realizada pela DIEESE/CUT e vocês mesmos podem conferi-la na íntegra aqui. Estou certo de que, se estivéssemos tratando de um PL que prejudicasse bancários e falássemos de uma pesquisa realizada por instituições bancárias, as pessoas imediatamente desconfiariam dos dados apresentados (e, no caso da PL4330, o sindicalismo pelego é o único prejudicado, como argumentarei mais à frente). Mas não precisamos entrar neste ponto: irei supor que os números colhidos pela pesquisa estão corretos. Afinal, o problema está na maneira deliberadamente enganosa com que foram apresentados.
Pois vejamos: os tão alardeados 25% de diferença salarial aparecem na Tabela 2, na página 14 do documento, reproduzido abaixo.
A diferença salarial só é preocupante até nos darmos conta de que não foi feita uma pesquisa comparando as mesmas ocupações, mas tão somente “terceirizados x não-terceirizados". Isso quer dizer que a diferença salarial não é “porteiro terceirizado x porteiro não-terceirado” ou “técnico de informática terceirizado x técnico de informática não-terceirizado”, mas da média de "setores tipicamente terceirizados" e de "setores tipicamente contratantes". Como a maioria dos terceirizados são de serviços de limpeza, alimentação ou segurança, e como nossa legislação atual não permite a terceirização de atividades-fim, estamos tratando aqui de uma comparação grosseira, e a única surpresa é que essa diferença não seja maior. Estamos comparando o salário de uma faxineira no hospital (atividade-meio) com o salário do médico (atividade-fim), o salário da funcionária da cantina da universidade (atividade-meio) com o salário do professor universitário (atividade-fim), do técnico de informática de uma empresa (atividade-meio) com seus executivos (atividade-fim). Isso é confirmado por outro dado da pesquisa, demonstrado na Tabela 7, página 19, que mostra que o número de pessoas com Ensino Superior Completo entre os não-terceirizados é quase três vezes maior do que entre os terceirizados. Isso explica bastante bem a diferença salarial.
Todo o dossiê da DIEESE/CUT é repleto de falácias similares e acho improvável que a divulgação de que “terceirizados recebem em média 25% menos” não tenha sido propositadamente dúbia e enganosa. Não dá para fazer uma pesquisa sobre isto sem utilizar controles estatísticos que possam restringir a comparação aos trabalhadores que desempenham a mesma função. Felizmente, não fui o único a ir atrás das pesquisas e, para mais detalhes, recomendo a análise do professor Roberto Ellery, disponível aqui.
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“Eu e meu público nos entendemos perfeitamente. Eles não ouvem o que digo, e eu não digo o que eles desejam ouvir”. - Karl Kraus
“A única diferença entre a educação brasileira e o crime organizado é que o crime é organizado” - Olavo de Carvalho
“A única diferença entre a educação brasileira e o crime organizado é que o crime é organizado” - Olavo de Carvalho
Re: Projeto de lei da terceirização o que vcs acham?
E quais os benefícios da terceirização?
Sei que este é um texto muito longo para os padrões da internet, mas já que chegou até aqui, peço que assista a este vídeo, de apenas dois minutos, importante para o que vou tentar explicar a seguir.
O que o economista Milton Friedman está explicando tem tudo a ver com a terceirização. Foi apenas a colaboração mútua, a co-dependência e a especialização que permitiram um aumento da produtividade até então inédito na história da humanidade. Imagine como seria se uma empresa de lápis tivesse de fabricar sozinha um lápis: comprar o terreno, plantar as arvores, cortar a madeira, dar forma ao lápis, produzir grafite, tinta, plantar seringueira, extrair e refinar a borracha e mais incontáveis processos até produzir um lápis. Com certeza o lápis seria imensamente mais caro, mais escasso, e podem apostar que os trabalhadores desta empresa de lápis também não receberiam mais do que os trabalhadores das atuais. O que faz com que o lápis seja tão abundante e barato é justamente o fato de cada etapa deste processo ser feita por uma empresa especializada, tornando-a mais eficiente na tarefa, vendendo mais de seu serviço e por um preço menor, enquanto a fábrica de lápis provavelmente apenas junta tudo isso em um lápis. Porque é isso que ela sabe fazer, investindo na tecnologia mais moderna para juntar os materiais em um lápis, no treinamento dos funcionários, em n formas de reduzir o custo de montar um lápis.
A terceirização é bastante similar a tudo isso e também é uma forma de aumentar a produtividade e reduzir custos. O agricultor não precisa comprar as caríssimas máquinas de colheita, contratar tratorista, pagar salários e manutenção e deixá-los ociosos quase o ano todo: ele pode contratar uma empresa especializada nisso, com muitas máquinas, prestando serviço a vários agricultores, com um setor de reparos das máquinas, negociando com fabricantes para comprá-las mais baratas, reduzindo, e muito, os custos de seus serviços, e, consequentemente, do agricultor. Como deve ser óbvio, nada disso implica que os funcionários do agricultor ganharão menos com isso, que o tratorista que ele teria de contratar ganhará menos na empresa especializada em colheita, nem nada disso. Muito pelo contrário, parece mais provável que, com ambas as empresas tendo mais condições de prosperar, os trabalhadores ganharão mais, serão gerados mais empregos, etc. O agricultor terá condições de não apenas produzir muito mais milho, como também de vendê-lo bem mais barato. Isso também quer dizer que as pessoas vão ter mais milho disponível e a um preço menor. E isso se aplica a todos os outros setores.
Se a pesquisa da DIEESE/CUT mostrou-se particularmente desonesta e repleta de problemas metodológicos, pesquisas bem-feitas, revisadas por pares e publicadas em importantes periódicos têm comprovado o cenário que ilustrei no parágrafo anterior. Este e este estudo mostram que a terceirização tende a elevar o salário dos trabalhadores, enquanto este demonstra que a terceirização não leva ao aumento do desemprego, e todos os estudos (mas disso nem os detratores do PL discordam) - como este e este - demonstram como a terceirização leva a aumento da produtividade e da capacidade de inovação das empresas. Aumentar a produtividade é a única forma de um país e sua população enriquecerem, sobreviverem a crises, serem competitivos no mercado internacional. O momento econômico do país torna ainda mais crucial que se busquem formas de aumentar nossa produtividade.
O trabalhador brasileiro é, em média, cinco vezes menos produtivo que o trabalhador estadunidense (e, por consequência, recebe cinco vezes menos também) e isso tem uma relação direta com nossa restrição à terceirização. A terceirização está longe de ser o único fator a pesar nesta diferença (a diferença de escolarização, por exemplo, é um dos muitos outros), mas colocar o brasileiro e o estadunidense para competirem em produtividade é o mesmo que colocar o agricultor que não pode terceirizar a colheita para competir com o agricultor que pode, ou a fábrica de lápis que tem de realizar várias etapas da produção do lápis com a fábrica que apenas o monta. As tentativas ingênuas de proteger o trabalhador, como as limitações à terceirização, têm sido um tiro no próprio pé, levando o país a ter leis retrógradas em relação ao moderno cenário econômico internacional e a prejudicar o trabalhador, especialmente os mais pobres. Como categoricamente demonstrou Leandro Narloch em seu artigo, quem ataca a regulamentação da terceirização tem de conseguir explicar por que os trabalhadores fogem de países com estas leis que “protegem" o trabalhador (como Bolívia, Venezuela e Guiné Equatorial) e migram para países onde isso não ocorre (como Estados Unidos, Canadá e Austrália).
O Projeto de Lei 4330 tramita desde 2004, passou por muitos e muitos debates na Câmara, teve trechos retirados, reescritos, e muita coisa acrescentada. Você pode conferir um resumo de toda a tramitação no próprio site da Câmara e ver como as intensas críticas, fruto de preocupações justas e injustas, fizeram com que ele fosse cada vez mais detalhista na proteção ao trabalhador. Não implica em nenhuma perda para o empregado, mas implica em maior capacitação, em maior produtividade para a empresa e produtos mais baratos, o que quer dizer que o dinheiro do trabalhador poderá comprar mais coisas. É bom lembrar que o aumento da produtividade é a forma através da qual determinados países conseguem fazer com que seu dinheiro valha mais, com que sua população tenha maior poder de compra.
A “Lei da Terceirização” é uma lei necessária para melhorar a condição de quem já é terceirizado hoje, para aumentar a produtividade do país, e pode ser um fôlego novo no mercado para aguentarmos e sairmos mais fortes do momento complicado que passamos hoje. Ela não vai resolver os problemas do país, mas vai ajudar. Não vamos atacá-la apenas porque vemos um monte de pessoas bem-intencionadas atacando-a: é algo importante demais e temos o dever, tanto para conosco quanto para com os outros, de ir atrás das fontes e analisar da forma mais imparcial possível antes de opinarmos a respeito. Não sejamos papagaios intelectuais ou ovelhas, que simplesmente seguem o fluxo do rebanho.
http://pedro-sampaio.blogspot.com.br/20 ... .html#more" onclick="window.open(this.href);return false;
Sei que este é um texto muito longo para os padrões da internet, mas já que chegou até aqui, peço que assista a este vídeo, de apenas dois minutos, importante para o que vou tentar explicar a seguir.
O que o economista Milton Friedman está explicando tem tudo a ver com a terceirização. Foi apenas a colaboração mútua, a co-dependência e a especialização que permitiram um aumento da produtividade até então inédito na história da humanidade. Imagine como seria se uma empresa de lápis tivesse de fabricar sozinha um lápis: comprar o terreno, plantar as arvores, cortar a madeira, dar forma ao lápis, produzir grafite, tinta, plantar seringueira, extrair e refinar a borracha e mais incontáveis processos até produzir um lápis. Com certeza o lápis seria imensamente mais caro, mais escasso, e podem apostar que os trabalhadores desta empresa de lápis também não receberiam mais do que os trabalhadores das atuais. O que faz com que o lápis seja tão abundante e barato é justamente o fato de cada etapa deste processo ser feita por uma empresa especializada, tornando-a mais eficiente na tarefa, vendendo mais de seu serviço e por um preço menor, enquanto a fábrica de lápis provavelmente apenas junta tudo isso em um lápis. Porque é isso que ela sabe fazer, investindo na tecnologia mais moderna para juntar os materiais em um lápis, no treinamento dos funcionários, em n formas de reduzir o custo de montar um lápis.
A terceirização é bastante similar a tudo isso e também é uma forma de aumentar a produtividade e reduzir custos. O agricultor não precisa comprar as caríssimas máquinas de colheita, contratar tratorista, pagar salários e manutenção e deixá-los ociosos quase o ano todo: ele pode contratar uma empresa especializada nisso, com muitas máquinas, prestando serviço a vários agricultores, com um setor de reparos das máquinas, negociando com fabricantes para comprá-las mais baratas, reduzindo, e muito, os custos de seus serviços, e, consequentemente, do agricultor. Como deve ser óbvio, nada disso implica que os funcionários do agricultor ganharão menos com isso, que o tratorista que ele teria de contratar ganhará menos na empresa especializada em colheita, nem nada disso. Muito pelo contrário, parece mais provável que, com ambas as empresas tendo mais condições de prosperar, os trabalhadores ganharão mais, serão gerados mais empregos, etc. O agricultor terá condições de não apenas produzir muito mais milho, como também de vendê-lo bem mais barato. Isso também quer dizer que as pessoas vão ter mais milho disponível e a um preço menor. E isso se aplica a todos os outros setores.
Se a pesquisa da DIEESE/CUT mostrou-se particularmente desonesta e repleta de problemas metodológicos, pesquisas bem-feitas, revisadas por pares e publicadas em importantes periódicos têm comprovado o cenário que ilustrei no parágrafo anterior. Este e este estudo mostram que a terceirização tende a elevar o salário dos trabalhadores, enquanto este demonstra que a terceirização não leva ao aumento do desemprego, e todos os estudos (mas disso nem os detratores do PL discordam) - como este e este - demonstram como a terceirização leva a aumento da produtividade e da capacidade de inovação das empresas. Aumentar a produtividade é a única forma de um país e sua população enriquecerem, sobreviverem a crises, serem competitivos no mercado internacional. O momento econômico do país torna ainda mais crucial que se busquem formas de aumentar nossa produtividade.
O trabalhador brasileiro é, em média, cinco vezes menos produtivo que o trabalhador estadunidense (e, por consequência, recebe cinco vezes menos também) e isso tem uma relação direta com nossa restrição à terceirização. A terceirização está longe de ser o único fator a pesar nesta diferença (a diferença de escolarização, por exemplo, é um dos muitos outros), mas colocar o brasileiro e o estadunidense para competirem em produtividade é o mesmo que colocar o agricultor que não pode terceirizar a colheita para competir com o agricultor que pode, ou a fábrica de lápis que tem de realizar várias etapas da produção do lápis com a fábrica que apenas o monta. As tentativas ingênuas de proteger o trabalhador, como as limitações à terceirização, têm sido um tiro no próprio pé, levando o país a ter leis retrógradas em relação ao moderno cenário econômico internacional e a prejudicar o trabalhador, especialmente os mais pobres. Como categoricamente demonstrou Leandro Narloch em seu artigo, quem ataca a regulamentação da terceirização tem de conseguir explicar por que os trabalhadores fogem de países com estas leis que “protegem" o trabalhador (como Bolívia, Venezuela e Guiné Equatorial) e migram para países onde isso não ocorre (como Estados Unidos, Canadá e Austrália).
O Projeto de Lei 4330 tramita desde 2004, passou por muitos e muitos debates na Câmara, teve trechos retirados, reescritos, e muita coisa acrescentada. Você pode conferir um resumo de toda a tramitação no próprio site da Câmara e ver como as intensas críticas, fruto de preocupações justas e injustas, fizeram com que ele fosse cada vez mais detalhista na proteção ao trabalhador. Não implica em nenhuma perda para o empregado, mas implica em maior capacitação, em maior produtividade para a empresa e produtos mais baratos, o que quer dizer que o dinheiro do trabalhador poderá comprar mais coisas. É bom lembrar que o aumento da produtividade é a forma através da qual determinados países conseguem fazer com que seu dinheiro valha mais, com que sua população tenha maior poder de compra.
A “Lei da Terceirização” é uma lei necessária para melhorar a condição de quem já é terceirizado hoje, para aumentar a produtividade do país, e pode ser um fôlego novo no mercado para aguentarmos e sairmos mais fortes do momento complicado que passamos hoje. Ela não vai resolver os problemas do país, mas vai ajudar. Não vamos atacá-la apenas porque vemos um monte de pessoas bem-intencionadas atacando-a: é algo importante demais e temos o dever, tanto para conosco quanto para com os outros, de ir atrás das fontes e analisar da forma mais imparcial possível antes de opinarmos a respeito. Não sejamos papagaios intelectuais ou ovelhas, que simplesmente seguem o fluxo do rebanho.
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“Eu e meu público nos entendemos perfeitamente. Eles não ouvem o que digo, e eu não digo o que eles desejam ouvir”. - Karl Kraus
“A única diferença entre a educação brasileira e o crime organizado é que o crime é organizado” - Olavo de Carvalho
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Re: Projeto de lei da terceirização o que vcs acham?
Post-scriptum: então, se as acusações não são pertinentes e a lei traz tantos benefícios, por que existe todo esse movimento contrário a ela?
Bem, para começar, o fato de muitas pessoas acreditarem em algo não quer dizer que elas estejam certas (como nos mostrou o geocentrismo) ou que a causa seja justa (como mostrou a escravidão). Isso é uma falácia lógica conhecida como ad populum.
Mas há quem vá ser prejudicado pela lei sim: os mais poderosos sindicatos.
Os sindicatos mais poderosos são, é claro, aqueles que recebem mais dinheiro e têm maior articulação política. E são os mais ricos porque são os setores que mais empregam pessoas, já que na execução das atividades destas áreas se concentram muitos trabalhadores, e quanto mais trabalhadores, mais dinheiro para os sindicatos, que recebem parte do salário de cada um deles.
O PL4330 não vai retirar os valores destinados a sindicatos, sequer reduzi-los, mas, na dúvida se estes valores serão passados ao sindicato correspondente da contratante ou da contratada, eles serão passados ao sindicato representante da categoria profissional correspondente à atividade exercida pelo trabalhador na empresa contratante (Artigo 15). Isso quer dizer que, se no momento, por exemplo, o Sindicato da Indústria da Construção Civil recebe a contribuição dos biólogos, psicólogos e pintores que trabalham nas construtoras, se a lei for aprovada e a construtora decidir terceirizar o serviço de consultoria ambiental, de RH ou a pintura para empresas que oferecem este serviço, esse dinheiro vai para o sindicato dos biólogos, dos psicólogos e dos pintores. Isso se aplica a todos os setores e, acreditem, é muita grana.
Sabem quem mais vai perder com isso?
A CUT tem muita influência política e ideológica. É um dos principais aliados do PT e, no atual momento de fragilidade para o partido, é crucial ser leal a seus aliados. Por essa razão, apesar da maioria dos deputados ter votado a favor da lei, nenhum deputado do PT votou a favor. O PT ajuda a CUT, a CUT ajuda o PT:
Então a CUT e o PT fazem um estardalhaço em cima do Projeto de Lei, alimentam o catastrofismo com os dados enganosos da pesquisa da CUT, escrevem artigos contra a lei, incentivam seus aliados a fazerem o mesmo, e utilizam as expressões mágicas: “derrota para o trabalhador”, “favorece os empresários”, “retrocesso nas leis trabalhistas”, “precarização”, "exploração" e “precisamos proteger o trabalhador”. Estas são iscas facilmente mordidas por comentadores políticos apaixonados, por vezes bem-intencionados, mas pouco preocupados em averiguar os fatos (respondem mais à ideologia, à comoção e à estética da causa do que à razão). Estes títeres avançam com todas as forças contra o projeto de lei, têm seus textos muito lidos e compartilhados pelo público geral, que também capta a aparência de boa causa, de luta contra a exploração, e também toma sua posição. Pronto, temos o cenário atual.
Depois que as pessoas já se manifestaram publicamente contra a lei, é bem mais difícil convencê-las do contrário. Somos seres orgulhosos e não queremos parecer precipitados, ingênuos, que fomos aberta e publicamente apaixonados a respeito de algo que não conseguimos fundamentar bem. Não queremos parecer tolos para nossos amigos nas redes sociais; então, se alguém traz argumentos contrários à nossa posição que nem havíamos ainda considerado, ou mesmo dados relevantes para a discussão que nem conhecíamos, iremos fazer malabarismos para salvar a posição que tomamos anteriormente, seja isso feito deliberadamente ou não. Este comportamento só agrava nossa miopia da situação, tornando-nos implacavelmente resistentes com os argumentos contrários e demasiado complacentes com os argumentos a favor da nossa posição.
Escrevo isso na primeira pessoa do plural porque também se aplica a mim. Tendo consciência disso, o que posso pedir a vocês é apenas que façam um esforço, consciente e deliberado, para se vigiarem e evitarem cair nisso. Para que leiam este texto com intenção de não se enganarem e de não distorcerem as coisas apenas para justificar as posições que já adotaram, para talvez enfrentarem o compreensível incômodo de dizerem publicamente que mudaram de opinião, ainda que tenham sido tão incisivos anteriormente. Em troca, ofereço o mesmo cuidado com o argumento de vocês. Sejamos mais cuidadosos com os fatos, com os dados e com os argumentos, e menos confiantes naqueles que têm propagado tão displicentemente dados elaborados para enganá-los e que se mostram dispostos a escrever textos contrários a uma lei que sequer dão mostras de ter lido (nenhum dos textos contrários ao PL sequer menciona algum de seus artigos, demonstrando qual seria o problema deles).
Se a causa fosse justa, não haveria necessidade de lançar mão destas apresentações enganosas da lei e dos dados. A quem serve essa manipulação tendenciosa dos fatos, a desinformação estatística, a ignorância (talvez omissão proposital) do texto da lei, as falácias lógicas? Com certeza não àqueles, pobres e ricos, que podem se beneficiar de um país mais próspero.
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Bem, para começar, o fato de muitas pessoas acreditarem em algo não quer dizer que elas estejam certas (como nos mostrou o geocentrismo) ou que a causa seja justa (como mostrou a escravidão). Isso é uma falácia lógica conhecida como ad populum.
Mas há quem vá ser prejudicado pela lei sim: os mais poderosos sindicatos.
Os sindicatos mais poderosos são, é claro, aqueles que recebem mais dinheiro e têm maior articulação política. E são os mais ricos porque são os setores que mais empregam pessoas, já que na execução das atividades destas áreas se concentram muitos trabalhadores, e quanto mais trabalhadores, mais dinheiro para os sindicatos, que recebem parte do salário de cada um deles.
O PL4330 não vai retirar os valores destinados a sindicatos, sequer reduzi-los, mas, na dúvida se estes valores serão passados ao sindicato correspondente da contratante ou da contratada, eles serão passados ao sindicato representante da categoria profissional correspondente à atividade exercida pelo trabalhador na empresa contratante (Artigo 15). Isso quer dizer que, se no momento, por exemplo, o Sindicato da Indústria da Construção Civil recebe a contribuição dos biólogos, psicólogos e pintores que trabalham nas construtoras, se a lei for aprovada e a construtora decidir terceirizar o serviço de consultoria ambiental, de RH ou a pintura para empresas que oferecem este serviço, esse dinheiro vai para o sindicato dos biólogos, dos psicólogos e dos pintores. Isso se aplica a todos os setores e, acreditem, é muita grana.
Sabem quem mais vai perder com isso?
A CUT tem muita influência política e ideológica. É um dos principais aliados do PT e, no atual momento de fragilidade para o partido, é crucial ser leal a seus aliados. Por essa razão, apesar da maioria dos deputados ter votado a favor da lei, nenhum deputado do PT votou a favor. O PT ajuda a CUT, a CUT ajuda o PT:
Então a CUT e o PT fazem um estardalhaço em cima do Projeto de Lei, alimentam o catastrofismo com os dados enganosos da pesquisa da CUT, escrevem artigos contra a lei, incentivam seus aliados a fazerem o mesmo, e utilizam as expressões mágicas: “derrota para o trabalhador”, “favorece os empresários”, “retrocesso nas leis trabalhistas”, “precarização”, "exploração" e “precisamos proteger o trabalhador”. Estas são iscas facilmente mordidas por comentadores políticos apaixonados, por vezes bem-intencionados, mas pouco preocupados em averiguar os fatos (respondem mais à ideologia, à comoção e à estética da causa do que à razão). Estes títeres avançam com todas as forças contra o projeto de lei, têm seus textos muito lidos e compartilhados pelo público geral, que também capta a aparência de boa causa, de luta contra a exploração, e também toma sua posição. Pronto, temos o cenário atual.
Depois que as pessoas já se manifestaram publicamente contra a lei, é bem mais difícil convencê-las do contrário. Somos seres orgulhosos e não queremos parecer precipitados, ingênuos, que fomos aberta e publicamente apaixonados a respeito de algo que não conseguimos fundamentar bem. Não queremos parecer tolos para nossos amigos nas redes sociais; então, se alguém traz argumentos contrários à nossa posição que nem havíamos ainda considerado, ou mesmo dados relevantes para a discussão que nem conhecíamos, iremos fazer malabarismos para salvar a posição que tomamos anteriormente, seja isso feito deliberadamente ou não. Este comportamento só agrava nossa miopia da situação, tornando-nos implacavelmente resistentes com os argumentos contrários e demasiado complacentes com os argumentos a favor da nossa posição.
Escrevo isso na primeira pessoa do plural porque também se aplica a mim. Tendo consciência disso, o que posso pedir a vocês é apenas que façam um esforço, consciente e deliberado, para se vigiarem e evitarem cair nisso. Para que leiam este texto com intenção de não se enganarem e de não distorcerem as coisas apenas para justificar as posições que já adotaram, para talvez enfrentarem o compreensível incômodo de dizerem publicamente que mudaram de opinião, ainda que tenham sido tão incisivos anteriormente. Em troca, ofereço o mesmo cuidado com o argumento de vocês. Sejamos mais cuidadosos com os fatos, com os dados e com os argumentos, e menos confiantes naqueles que têm propagado tão displicentemente dados elaborados para enganá-los e que se mostram dispostos a escrever textos contrários a uma lei que sequer dão mostras de ter lido (nenhum dos textos contrários ao PL sequer menciona algum de seus artigos, demonstrando qual seria o problema deles).
Se a causa fosse justa, não haveria necessidade de lançar mão destas apresentações enganosas da lei e dos dados. A quem serve essa manipulação tendenciosa dos fatos, a desinformação estatística, a ignorância (talvez omissão proposital) do texto da lei, as falácias lógicas? Com certeza não àqueles, pobres e ricos, que podem se beneficiar de um país mais próspero.
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“Eu e meu público nos entendemos perfeitamente. Eles não ouvem o que digo, e eu não digo o que eles desejam ouvir”. - Karl Kraus
“A única diferença entre a educação brasileira e o crime organizado é que o crime é organizado” - Olavo de Carvalho
“A única diferença entre a educação brasileira e o crime organizado é que o crime é organizado” - Olavo de Carvalho
Re: Projeto de lei da terceirização o que vcs acham?
Perfeito.liverblow escreveu:E quais os benefícios da terceirização?
Sei que este é um texto muito longo para os padrões da internet, mas já que chegou até aqui, peço que assista a este vídeo, de apenas dois minutos, importante para o que vou tentar explicar a seguir.
O que o economista Milton Friedman está explicando tem tudo a ver com a terceirização. Foi apenas a colaboração mútua, a co-dependência e a especialização que permitiram um aumento da produtividade até então inédito na história da humanidade. Imagine como seria se uma empresa de lápis tivesse de fabricar sozinha um lápis: comprar o terreno, plantar as arvores, cortar a madeira, dar forma ao lápis, produzir grafite, tinta, plantar seringueira, extrair e refinar a borracha e mais incontáveis processos até produzir um lápis. Com certeza o lápis seria imensamente mais caro, mais escasso, e podem apostar que os trabalhadores desta empresa de lápis também não receberiam mais do que os trabalhadores das atuais. O que faz com que o lápis seja tão abundante e barato é justamente o fato de cada etapa deste processo ser feita por uma empresa especializada, tornando-a mais eficiente na tarefa, vendendo mais de seu serviço e por um preço menor, enquanto a fábrica de lápis provavelmente apenas junta tudo isso em um lápis. Porque é isso que ela sabe fazer, investindo na tecnologia mais moderna para juntar os materiais em um lápis, no treinamento dos funcionários, em n formas de reduzir o custo de montar um lápis.
A terceirização é bastante similar a tudo isso e também é uma forma de aumentar a produtividade e reduzir custos. O agricultor não precisa comprar as caríssimas máquinas de colheita, contratar tratorista, pagar salários e manutenção e deixá-los ociosos quase o ano todo: ele pode contratar uma empresa especializada nisso, com muitas máquinas, prestando serviço a vários agricultores, com um setor de reparos das máquinas, negociando com fabricantes para comprá-las mais baratas, reduzindo, e muito, os custos de seus serviços, e, consequentemente, do agricultor. Como deve ser óbvio, nada disso implica que os funcionários do agricultor ganharão menos com isso, que o tratorista que ele teria de contratar ganhará menos na empresa especializada em colheita, nem nada disso. Muito pelo contrário, parece mais provável que, com ambas as empresas tendo mais condições de prosperar, os trabalhadores ganharão mais, serão gerados mais empregos, etc. O agricultor terá condições de não apenas produzir muito mais milho, como também de vendê-lo bem mais barato. Isso também quer dizer que as pessoas vão ter mais milho disponível e a um preço menor. E isso se aplica a todos os outros setores.
Se a pesquisa da DIEESE/CUT mostrou-se particularmente desonesta e repleta de problemas metodológicos, pesquisas bem-feitas, revisadas por pares e publicadas em importantes periódicos têm comprovado o cenário que ilustrei no parágrafo anterior. Este e este estudo mostram que a terceirização tende a elevar o salário dos trabalhadores, enquanto este demonstra que a terceirização não leva ao aumento do desemprego, e todos os estudos (mas disso nem os detratores do PL discordam) - como este e este - demonstram como a terceirização leva a aumento da produtividade e da capacidade de inovação das empresas. Aumentar a produtividade é a única forma de um país e sua população enriquecerem, sobreviverem a crises, serem competitivos no mercado internacional. O momento econômico do país torna ainda mais crucial que se busquem formas de aumentar nossa produtividade.
O trabalhador brasileiro é, em média, cinco vezes menos produtivo que o trabalhador estadunidense (e, por consequência, recebe cinco vezes menos também) e isso tem uma relação direta com nossa restrição à terceirização. A terceirização está longe de ser o único fator a pesar nesta diferença (a diferença de escolarização, por exemplo, é um dos muitos outros), mas colocar o brasileiro e o estadunidense para competirem em produtividade é o mesmo que colocar o agricultor que não pode terceirizar a colheita para competir com o agricultor que pode, ou a fábrica de lápis que tem de realizar várias etapas da produção do lápis com a fábrica que apenas o monta. As tentativas ingênuas de proteger o trabalhador, como as limitações à terceirização, têm sido um tiro no próprio pé, levando o país a ter leis retrógradas em relação ao moderno cenário econômico internacional e a prejudicar o trabalhador, especialmente os mais pobres. Como categoricamente demonstrou Leandro Narloch em seu artigo, quem ataca a regulamentação da terceirização tem de conseguir explicar por que os trabalhadores fogem de países com estas leis que “protegem" o trabalhador (como Bolívia, Venezuela e Guiné Equatorial) e migram para países onde isso não ocorre (como Estados Unidos, Canadá e Austrália).
O Projeto de Lei 4330 tramita desde 2004, passou por muitos e muitos debates na Câmara, teve trechos retirados, reescritos, e muita coisa acrescentada. Você pode conferir um resumo de toda a tramitação no próprio site da Câmara e ver como as intensas críticas, fruto de preocupações justas e injustas, fizeram com que ele fosse cada vez mais detalhista na proteção ao trabalhador. Não implica em nenhuma perda para o empregado, mas implica em maior capacitação, em maior produtividade para a empresa e produtos mais baratos, o que quer dizer que o dinheiro do trabalhador poderá comprar mais coisas. É bom lembrar que o aumento da produtividade é a forma através da qual determinados países conseguem fazer com que seu dinheiro valha mais, com que sua população tenha maior poder de compra.
A “Lei da Terceirização” é uma lei necessária para melhorar a condição de quem já é terceirizado hoje, para aumentar a produtividade do país, e pode ser um fôlego novo no mercado para aguentarmos e sairmos mais fortes do momento complicado que passamos hoje. Ela não vai resolver os problemas do país, mas vai ajudar. Não vamos atacá-la apenas porque vemos um monte de pessoas bem-intencionadas atacando-a: é algo importante demais e temos o dever, tanto para conosco quanto para com os outros, de ir atrás das fontes e analisar da forma mais imparcial possível antes de opinarmos a respeito. Não sejamos papagaios intelectuais ou ovelhas, que simplesmente seguem o fluxo do rebanho.
http://pedro-sampaio.blogspot.com.br/20 ... .html#more" onclick="window.open(this.href);return false;
O que mais vemos são trabalhadores migrando dos EUA, Alemanha, países onde a terceirização é amplamente difundida a décadas, vemos também que lá os trabalhadores recebem em media 25% a menos que aqui (fonte Brasil247/cut/psol) etc para países com leis que "protegem" os funcionários como Brasil, Bolívia, Venezuela e etc
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Re: Projeto de lei da terceirização o que vcs acham?
Eu até agora não entendi a sede de uma galera em ferrar com o trabalhador...
Re: Projeto de lei da terceirização o que vcs acham?
O dia que o Brasil tiver a qualidade dos politicos da Europa, ai eu comparo os "beneficios" da terceirização com a Europa, ou com os EUA...
O dia que o Brasil tiver a qualidade da saúde da Europa, ai eu comparo os "beneficios" da terceirização com a Europa, ou com os EUA...
O dia que o Brasil tiver a qualidade da segurança da Europa, ai eu comparo os "beneficios" da terceirização com a Europa, ou com os EUA...
O dia que o Brasil tiver a qualidade da educação da Europa, ai eu comparo os "beneficios" da terceirização com a Europa, ou com os EUA...
O dia que o Brasil tiver a qualidade dos usos dos recursos publicos da Europa, ai eu comparo os "beneficios" da terceirização com a Europa, ou com os EUA...
Enquanto o Brasil for a ditadura cínica que é hoje, sou radicalmente contra a lei das terceirizações.
O dia que o Brasil tiver a qualidade da saúde da Europa, ai eu comparo os "beneficios" da terceirização com a Europa, ou com os EUA...
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Enquanto o Brasil for a ditadura cínica que é hoje, sou radicalmente contra a lei das terceirizações.
Re: Projeto de lei da terceirização o que vcs acham?
Pegando carona do que o The Joker disse, o que acontece, no Brasil é o seguinte:
Boa parte das empresas que aqui funcionam são empresas atravessadoras de alguma coisa (produto ou serviço): corretoras; concessionárias; agências de viagem; operadores de planos de saúde; factorings; etc.
Em essência, são empresas que oferecem o mesmo produto/serviço que você, teoricamente, poderia adquirir diretamente, mas não quer ou não simplesmente não pode. No caso de uma concessionária, você está obrigado a utilizá-la, pois é praticamente impossível para um consumidor comum comprar diretamente na fábrica. No caso de uma agência de viagens, se você pesquisar tudo direitinho, certamente irá conseguir um preço melhor do que o pacote. Isto aqui no Brasil, onde o ganho de escala é praticamente nulo.
E as empresas de terceirização são exatamente isso, atravessadoras. E não há cenário no qual um funcionário terceirizado consiga ganhar mais ou até o mesmo do que um funcionário direto. A questão é que sobre se terceirizar ou não, do ponto de vista do empresário, está mais ligada ao passivo contingente que ele precisará manter no caso de ter problemas com a justiça, vejamos um exemplo factual:
Um antigo colega do OFF/PVT, não lembro o nome, disse ter um restaurante que vendia um strogonoff por um preço considerado absurdamente alto. Daí ele começou a explicar que, certa vez, um péssimo funcionário demitido por ele, entrou na justiça e conseguiu uma indenização descompassada com a realidade. Isto motivou todos os funcionários da cozinha a entrarem também para tentar "comprar um barraquinho". Ótimo, se ele terceirizasse a atividade cozinha, este risco seria mitigado pela terceirizada. Ele teria um custo maior por funcionário, mas teria um risco jurídico muito menor.
Ou seja, a terceirização pode ser interessante em hipóteses nas quais há um risco jurídico muito alto para a empresa, assim como num emprego que tenha muito turnover. E isso é diametralmente OPOSTO ao que acontece na área-fim!
Entendam o seguinte: se você for da área-fim, digamos, um engenheiro químico num laboratório, este irá investir no seu treinamento para que você se torne mais produtivo e para que fique na empresa pelo máximo de tempo possível. Tem cabimento terceirizar um engenheiro químico não treinado nos procedimentos específicos da empresa contratante? Claro que não! O custo seria absurdamente alto, pois a contratante, além de gastar a mais com o funcionário, teria que treiná-lo! Fora isso, a chance de um engenheiro químico processar a empresa (e ficar queimado num mercado já restrito) é mínima!
O que irá acontecer é o seguinte, caso essa lei passe (e vai passar): essas empresas de merda que vivem de chupar o sangue do Estado irão se multiplicar, pois todo mundo que vende produtos/serviços para o Estado (já com valores superfaturados) irão superfaturar ainda mais, pois por conta do aumento dos custos. No final das contas, o passivo da terceirização será repassado paulatinamente para o contribuinte, é isso que vocês querem?
Não se trata aqui de uma questão de direita/esquerda; PT/PSDB; nada disso! Se trata de o Governo abrir a cancela para mais uma dessas empresas que só servem para roubar o país nos empobrecerem ainda mais!
Boa parte das empresas que aqui funcionam são empresas atravessadoras de alguma coisa (produto ou serviço): corretoras; concessionárias; agências de viagem; operadores de planos de saúde; factorings; etc.
Em essência, são empresas que oferecem o mesmo produto/serviço que você, teoricamente, poderia adquirir diretamente, mas não quer ou não simplesmente não pode. No caso de uma concessionária, você está obrigado a utilizá-la, pois é praticamente impossível para um consumidor comum comprar diretamente na fábrica. No caso de uma agência de viagens, se você pesquisar tudo direitinho, certamente irá conseguir um preço melhor do que o pacote. Isto aqui no Brasil, onde o ganho de escala é praticamente nulo.
E as empresas de terceirização são exatamente isso, atravessadoras. E não há cenário no qual um funcionário terceirizado consiga ganhar mais ou até o mesmo do que um funcionário direto. A questão é que sobre se terceirizar ou não, do ponto de vista do empresário, está mais ligada ao passivo contingente que ele precisará manter no caso de ter problemas com a justiça, vejamos um exemplo factual:
Um antigo colega do OFF/PVT, não lembro o nome, disse ter um restaurante que vendia um strogonoff por um preço considerado absurdamente alto. Daí ele começou a explicar que, certa vez, um péssimo funcionário demitido por ele, entrou na justiça e conseguiu uma indenização descompassada com a realidade. Isto motivou todos os funcionários da cozinha a entrarem também para tentar "comprar um barraquinho". Ótimo, se ele terceirizasse a atividade cozinha, este risco seria mitigado pela terceirizada. Ele teria um custo maior por funcionário, mas teria um risco jurídico muito menor.
Ou seja, a terceirização pode ser interessante em hipóteses nas quais há um risco jurídico muito alto para a empresa, assim como num emprego que tenha muito turnover. E isso é diametralmente OPOSTO ao que acontece na área-fim!
Entendam o seguinte: se você for da área-fim, digamos, um engenheiro químico num laboratório, este irá investir no seu treinamento para que você se torne mais produtivo e para que fique na empresa pelo máximo de tempo possível. Tem cabimento terceirizar um engenheiro químico não treinado nos procedimentos específicos da empresa contratante? Claro que não! O custo seria absurdamente alto, pois a contratante, além de gastar a mais com o funcionário, teria que treiná-lo! Fora isso, a chance de um engenheiro químico processar a empresa (e ficar queimado num mercado já restrito) é mínima!
O que irá acontecer é o seguinte, caso essa lei passe (e vai passar): essas empresas de merda que vivem de chupar o sangue do Estado irão se multiplicar, pois todo mundo que vende produtos/serviços para o Estado (já com valores superfaturados) irão superfaturar ainda mais, pois por conta do aumento dos custos. No final das contas, o passivo da terceirização será repassado paulatinamente para o contribuinte, é isso que vocês querem?
Não se trata aqui de uma questão de direita/esquerda; PT/PSDB; nada disso! Se trata de o Governo abrir a cancela para mais uma dessas empresas que só servem para roubar o país nos empobrecerem ainda mais!
Re: Projeto de lei da terceirização o que vcs acham?
Porra Dutch, não é a primeira vez que concordamos em algum assunto.Dutch escreveu:Pegando carona do que o The Joker disse, o que acontece, no Brasil é o seguinte:
Boa parte das empresas que aqui funcionam são empresas atravessadoras de alguma coisa (produto ou serviço): corretoras; concessionárias; agências de viagem; operadores de planos de saúde; factorings; etc.
Em essência, são empresas que oferecem o mesmo produto/serviço que você, teoricamente, poderia adquirir diretamente, mas não quer ou não simplesmente não pode. No caso de uma concessionária, você está obrigado a utilizá-la, pois é praticamente impossível para um consumidor comum comprar diretamente na fábrica. No caso de uma agência de viagens, se você pesquisar tudo direitinho, certamente irá conseguir um preço melhor do que o pacote. Isto aqui no Brasil, onde o ganho de escala é praticamente nulo.
E as empresas de terceirização são exatamente isso, atravessadoras. E não há cenário no qual um funcionário terceirizado consiga ganhar mais ou até o mesmo do que um funcionário direto. A questão é que sobre se terceirizar ou não, do ponto de vista do empresário, está mais ligada ao passivo contingente que ele precisará manter no caso de ter problemas com a justiça, vejamos um exemplo factual:
Um antigo colega do OFF/PVT, não lembro o nome, disse ter um restaurante que vendia um strogonoff por um preço considerado absurdamente alto. Daí ele começou a explicar que, certa vez, um péssimo funcionário demitido por ele, entrou na justiça e conseguiu uma indenização descompassada com a realidade. Isto motivou todos os funcionários da cozinha a entrarem também para tentar "comprar um barraquinho". Ótimo, se ele terceirizasse a atividade cozinha, este risco seria mitigado pela terceirizada. Ele teria um custo maior por funcionário, mas teria um risco jurídico muito menor.
Ou seja, a terceirização pode ser interessante em hipóteses nas quais há um risco jurídico muito alto para a empresa, assim como num emprego que tenha muito turnover. E isso é diametralmente OPOSTO ao que acontece na área-fim!
Entendam o seguinte: se você for da área-fim, digamos, um engenheiro químico num laboratório, este irá investir no seu treinamento para que você se torne mais produtivo e para que fique na empresa pelo máximo de tempo possível. Tem cabimento terceirizar um engenheiro químico não treinado nos procedimentos específicos da empresa contratante? Claro que não! O custo seria absurdamente alto, pois a contratante, além de gastar a mais com o funcionário, teria que treiná-lo! Fora isso, a chance de um engenheiro químico processar a empresa (e ficar queimado num mercado já restrito) é mínima!
O que irá acontecer é o seguinte, caso essa lei passe (e vai passar): essas empresas de merda que vivem de chupar o sangue do Estado irão se multiplicar, pois todo mundo que vende produtos/serviços para o Estado (já com valores superfaturados) irão superfaturar ainda mais, pois por conta do aumento dos custos. No final das contas, o passivo da terceirização será repassado paulatinamente para o contribuinte, é isso que vocês querem?
Não se trata aqui de uma questão de direita/esquerda; PT/PSDB; nada disso! Se trata de o Governo abrir a cancela para mais uma dessas empresas que só servem para roubar o país nos empobrecerem ainda mais!
Seu post é perfeito...assino embaixo.
E olha que você é concursado público (certo ?) ou seja, a vida pra você vai melhorar ! Afinal de contas, o seu está garantido, os outros que vão ter que ralar em todos os sentidos.
Eu infelizmente não sou e de tanta pedrada que o povo está levando, até desisti, vou me focar no TI para ir embora do país assim que possível.
Não entendo como um brasileiro de classe média, empregado, acha que isso vai ser bom...
Re: Projeto de lei da terceirização o que vcs acham?
Dutch escreveu:Pegando carona do que o The Joker disse, o que acontece, no Brasil é o seguinte:
Boa parte das empresas que aqui funcionam são empresas atravessadoras de alguma coisa (produto ou serviço): corretoras; concessionárias; agências de viagem; operadores de planos de saúde; factorings; etc.
Em essência, são empresas que oferecem o mesmo produto/serviço que você, teoricamente, poderia adquirir diretamente, mas não quer ou não simplesmente não pode. No caso de uma concessionária, você está obrigado a utilizá-la, pois é praticamente impossível para um consumidor comum comprar diretamente na fábrica. No caso de uma agência de viagens, se você pesquisar tudo direitinho, certamente irá conseguir um preço melhor do que o pacote. Isto aqui no Brasil, onde o ganho de escala é praticamente nulo.
E as empresas de terceirização são exatamente isso, atravessadoras. E não há cenário no qual um funcionário terceirizado consiga ganhar mais ou até o mesmo do que um funcionário direto. A questão é que sobre se terceirizar ou não, do ponto de vista do empresário, está mais ligada ao passivo contingente que ele precisará manter no caso de ter problemas com a justiça, vejamos um exemplo factual:
Um antigo colega do OFF/PVT, não lembro o nome, disse ter um restaurante que vendia um strogonoff por um preço considerado absurdamente alto. Daí ele começou a explicar que, certa vez, um péssimo funcionário demitido por ele, entrou na justiça e conseguiu uma indenização descompassada com a realidade. Isto motivou todos os funcionários da cozinha a entrarem também para tentar "comprar um barraquinho". Ótimo, se ele terceirizasse a atividade cozinha, este risco seria mitigado pela terceirizada. Ele teria um custo maior por funcionário, mas teria um risco jurídico muito menor.
Ou seja, a terceirização pode ser interessante em hipóteses nas quais há um risco jurídico muito alto para a empresa, assim como num emprego que tenha muito turnover. E isso é diametralmente OPOSTO ao que acontece na área-fim!
Entendam o seguinte: se você for da área-fim, digamos, um engenheiro químico num laboratório, este irá investir no seu treinamento para que você se torne mais produtivo e para que fique na empresa pelo máximo de tempo possível. Tem cabimento terceirizar um engenheiro químico não treinado nos procedimentos específicos da empresa contratante? Claro que não! O custo seria absurdamente alto, pois a contratante, além de gastar a mais com o funcionário, teria que treiná-lo! Fora isso, a chance de um engenheiro químico processar a empresa (e ficar queimado num mercado já restrito) é mínima!
O que irá acontecer é o seguinte, caso essa lei passe (e vai passar): essas empresas de merda que vivem de chupar o sangue do Estado irão se multiplicar, pois todo mundo que vende produtos/serviços para o Estado (já com valores superfaturados) irão superfaturar ainda mais, pois por conta do aumento dos custos. No final das contas, o passivo da terceirização será repassado paulatinamente para o contribuinte, é isso que vocês querem?
Não se trata aqui de uma questão de direita/esquerda; PT/PSDB; nada disso! Se trata de o Governo abrir a cancela para mais uma dessas empresas que só servem para roubar o país nos empobrecerem ainda mais!
baseado em q vc diz isso?
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