A população que dormia improvisada no saguão da igreja mais que dobrou desde domingo (17) -foi de 60 para 140 pessoas. A Casa do Migrante, espaço criado no local com a infraestrutura básica, está com sua lotação de 110 vagas esgotada.

O governo do Acre enviou, sem avisar à Prefeitura de São Paulo, mais 968 imigrantes em uma semana. Após reclamação do prefeito Fernando Haddad (PT), o governo federal, por meio do Ministério da Justiça, fechou acordo com o governador acriano, Tião Viana (PT), para viabilizar a distribuição dos imigrantes por todo país.
O padre Paolo Parisi afirma que a situação "beira o limite". Nesta terça, a reportagem flagrou um dos imigrantes tomando banho em um mictório no saguão da igreja.
Parisi afirmou que o salão tem como finalidade recepcionar os imigrantes e fazer o cadastro. Por isso, o local conta com seis banheiros, três masculinos e três femininos, todos sem chuveiro.

"Às vezes acontece, já que não temos como oferecer (chuveiro na Casa do Migrante) ao mesmo tempo para todos", disse o padre, sobre o banho improvisado no mictório. "(O salão) não foi planejado para essa finalidade."
Há mais de um ano, quando a imigração de haitianos para o Brasil explodiu, a paróquia ocupa um vácuo deixado pelo poder público.
O governo Tião Viana diz que os haitianos não querem ficar no Acre. Haddad cobra planejamento dos governos federal e do Acre. A gestão Dilma concede vistos humanitários, mas não conseguiu dar conta do acolhimento.
O resultado é que muitos haitianos chegam a São Paulo sem emprego ou moradia e vão direto para a paróquia.
"A ação humanitária deixa de ser humanitária quando não é planejada. Nós preparamos sopa, quebramos a cabeça para cumprir uma função que deveria ser do Estado", afirma o padre.

Parisi disse ter sugerido à prefeitura um convênio com entidades que acomodem imigrantes. A prefeitura disse que, enquanto tenta agilizar essas parcerias, procura terreno para um abrigo de emergência.

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O número de haitianos que busca refúgio no Brasil em 2014 já beirava 50 mil.
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