Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Assuntos gerais que não se enquadrem nos fóruns oficiais serão discutidos aqui.
PHDookie
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Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Mensagem por PHDookie » 22 Mai 2015 19:52

O governo federal autorizou um bloqueio de R$ 69,9 bilhões em gastos no orçamento de 2015, anunciou o Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão nesta sexta-feira (22).

Em termos nominais, foi o maior contingencimento de recursos da história. A informação consta no decreto de programação orçamentária de 2015.

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse durante o anúncio que o bloqueio no orçamento é o "primeiro passo necessário" para a recuperação do crescimento de modo sustentável.
cortes no orçamento (Foto: Editoria de Arte/G1)

"Para que a economia se recupere, para que o crescimento se recupere, é preciso fazer esforço de equilíbrio fiscal. Foi necessário contingenciar R$ 69,9 bilhões para atingir a meta de superávit primário fixada para o governo federal neste ano", disse o ministro a jornalistas.

Ao mesmo tempo, Barbosa também estimou uma contração de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 – o que, se confirmado, será o pior resultado em 25 anos.

Até então, a estimativa era de que o PIB encolhesse 0,9% neste ano.

O orçamento aprovado pelo Legislativo, por sua vez, previa uma alta de 0,77% no PIB em 2015. Com PIB menor, também cai a previsão de receitas – e consequentemente, os gastos também têm de ser reduzidos.

Cortes
Do bloqueio total de quase R$ 70 bilhões, 67% está concentrado nos investimentos e nas emendas parlamentares.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sofreu um corte de R$ 25,7 bilhões, enquanto as emendas parlamentares terão R$ 21,4 bilhões a menos. As demais despesas perderam R$ 22,9 bilhões.

Ministérios
Por ministério, Cidades foi o que sofreu o maior corte, de R$ 17,23 bilhões em relação aos valores aprovados pelo Congresso Nacional.

Em segundo lugar, aparece o Ministério da Saúde, que sofreu um bloqueio de R$ 11,77 bilhões em seu orçamento.

A dotação aprovada pelo Congresso Nacional, para o Ministério da Saúde neste ano, recuou de R$ 103,27 bilhões para R$ 91,5 bilhões, um bloqueio de 11,3%.

No Ministério da Educação, por sua vez, o bloqueio no orçamento da pasta foi de R$ 9,42 bilhões, o terceiro em ordem de grandeza. O valor aprovado pelo Legislativo era de R$ 48,81 bilhões, recuando para R$ 39,38 bilhões – uma limitação de 19,3%.

Superávit
O objetivo da equipe econômica, ao contingenciar despesas no orçamento, é tentar atingir uma meta de superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública) para todo o setor público (governo, estados, municípios e empresas estatais) de R$ 66,3 bilhões em 2015.

A estimativa era que esse valor representasse 1,2% do PIB deste ano – mas, como a estimativa para o PIB foi reduzida, deve equivaler a 1,1%.

Em 2014, foi registrado o primeiro déficit primário da série histórica, que tem início em 2001.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem dito que a recomposição do esforço fiscal, em 2015, busca justamente estimular o crescimento da economia brasileira no médio prazo.

Em sua visão, a melhora das contas públicas vai aumentar a confiança para que os investidores possam tomar mais risco, e, também, impedir que as agências de classificação de risco rebaixem a nota brasileira – o que afetaria o custo dos empréstimos no exterior.

Segundo Levy, também é uma estratégia para baixar os juros reais no futuro.

Sem corte de ministérios
Segundo Barbosa, o governo pode tomar novas medidas para garantir o equilíbrio fiscal e assegurar o cumprimento da meta de superávit, mas não considera diminuir o número de ministérios.

Questionado sobre possíveis mudanças no cenário atual, resultantes de alteração nas medidas de ajuste fiscal enviadas pelo governo ao Congresso Nacional, como aquelas relativas ao seguro-desemprego e pensão por morte, Barbosa disse que, "se eventualmente alguma coisa não for aprovada", isso será compensado por outras medidas – sem detalhar quais seriam.
RESULTADO PRIMÁRIO
Em % do PIB
* meta4,071,952,622,942,231,77-0,591,1Ano 2008Ano 2009Ano 2010Ano 2011Ano 2012Ano 2013Ano 2014Ano 2015*-1012345
Fonte: BC e Planejamento

Inflação em alta
O governo confirmou oficialmente, por meio do decreto de programação orçamentária, que a inflação deve somar 8,26% neste ano e, com isso, estourar o teto do sistema de metas de inflação brasileiro.

Até então, a previsão do governo para o IPCA de 2015 estava em 8,2%. O Banco Central, responsável pelo controle da inflação, já havia estimado uma inflação próxima de 8% neste ano.

A última vez em que a inflação ficou acima do teto do sistema de metas de inflação foi há mais de dez anos, em 2003, e o documento foi assinado pelo então presidente da autoridade monetária, Henrique Meirelles.

Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central para 2015 e 2016 é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.

Quando a inflação fica mais alta do que o teto de 6,5%, o presidente do Banco Central precisa escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões que motivaram o "estouro" da meta formal.

Medidas para equilibrar contas
Para tentar atingir as metas fiscais, a nova equipe econômica já anunciou uma série de medidas nos últimos meses.

Entre elas, estão mudanças nos benefícios sociais, como seguro-desemprego, auxílio-doença, abono salarial e pensão por morte, além de aumento da tributação sobre a folha de pagamentos, que ainda têm de passar pelo crivo do Congresso Nacional.

Outra medida foi a alta do IPI para automóveis no início deste ano, e também foram aumentados os tributos sobre a gasolina, sobre as operações de crédito, sobre os cosméticos, as exportações de manufaturados, sobre produtos importados, cerveja, refrigerantes e sobre as receitas financeiras das empresas.

Nesta sexta-feira, foi anunciada a elevação do tributo sobre o lucro dos bancos.

Além disso, o governo efetuou um bloqueio provisório de recursos até maio – focando, em sua grande parte, nas despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cujos limites recuraram 27,1%, enquanto a limitação de custeio foi bem menor: de 2,5%.

Cálculo do corte
O Orçamento de 2015 aprovado pelo Congresso Nacional somente em março prevê receita líquida de R$ 1,2 trilhão (21,9% do PIB) para este ano, enquanto que as despesas primárias totais – sem contar despesas com juros e amortização da dívida – são de R$ 1,15 trilhão (20,9% do PIB).

Para chegar ao valor do corte no Orçamento, o governo reestima as receitas e as despesas da peça orçamentária, tendo por base as últimas previsões para o comportamento da economia (PIB, inflação e dólar, entre outros), além dos impactos das medidas de ajuste fiscal (aumento de tributos sobre gasolina, automóveis, empréstimos, entre outros, além de limitação de benefícios sociais, como seguro-desemprego e pensão por morte) nas receitas e nas despesas.

A última previsão para o comportamento do PIB de 2015, estimado pela nova equipe econômica, é de uma retração de 1,2% neste ano.

Quando o Orçamento foi aprovado, em 17 de março, a expectativa que lá constava era de um crescimento de 0,77% para o PIB.

Além de contar com menos receitas em 2015, devido à revisão para baixo na estimativa do PIB deste ano, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, já informaram que o governo trabalha para trazer os gastos, neste ano, para o mesmo patamar do que foi registrado em 2013.

Até maio, um decreto provisório de limitação de gastos fixava cortes, principalmente, nos investimentos.

Confira abaixo o corte no orçamento de cada ministério:

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viniciusfs
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Re: Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Mensagem por viniciusfs » 22 Mai 2015 20:00

O que faz o Ministério da Vice Presidencia da Republica que consome R$ 6 milhões por ano?
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The Griot
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Re: Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Mensagem por The Griot » 22 Mai 2015 20:29

E o que fazem os ministérios/secretarias de Integração Nacional e Assuntos Estratégicos?!

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hfc
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Re: Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Mensagem por hfc » 22 Mai 2015 20:54

30% dos ministerios não porquê de existirem
Auto estima na rima, não é só a roupa!

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Re: Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Mensagem por rafanake » 22 Mai 2015 20:56

Pq a vagabunda não começa cortando esse cabideiro de corruptos pela metade?

pauloctba
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Re: Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Mensagem por pauloctba » 22 Mai 2015 22:33

Issaê, dá-le Braziu!!
Vamo corta investimento em estrada, educação (como se já não fossem uma bosta), subir impostos e sufocar ainda mais o setor privado, mas nada de demitir funça, acabar com as palhaçadas da previdência, cortar órgãos inúteis e diminuir o tamanho desse peso morto chamado estado.
Podiam abrir concurso público e contratar todo mundo pra carimbar papel, proibir importações, limitar exportação de alimentos e quadruplicar o BF, e tava resolvido o problema econômico.

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Re: Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Mensagem por thiagobjj » 22 Mai 2015 22:58

The Griot escreveu:E o que fazem os ministérios/secretarias de Integração Nacional e Assuntos Estratégicos?!

Desvio de verba.


Próximo!
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palashb
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Re: Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Mensagem por palashb » 23 Mai 2015 02:55

"Educação é prioridade do meu mandato" Rouseff.
Cadê os pimpolhos que votaram em mãe Dilma porque é ela que se importa com os pobres??
Acorda negada, máscara caiu de novo, essa desgraçada só quer saber de te fuder.

Lincoln
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Re: Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Mensagem por Lincoln » 23 Mai 2015 09:40

É o povo pagando as lambanças deste desgoverno corrupto!!!

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Mago
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Re: Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Mensagem por Mago » 23 Mai 2015 10:07

Mas o povo que colocou eles lá manolo, o povo é cúmplice

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AEGIS
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Re: Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Mensagem por AEGIS » 23 Mai 2015 10:30

Governo pé no chão, pena que demorou muito para fazê-lo.

Alguns ministérios ali é que realmente tem baixa relevância, porém, se formos ver, são os que menos tem verba.

Quanto à saúde, natural que ocorra o maior corte, olha o orçamentos dos caras, é gigantesco. Agora fico chocado como, com tanto recurso empregado EM UM ANO, a saúde possa ser tão ruim cara, como é que pode. Só posso acreditar que é incompetência dos governos estaduais e municipais, esses recursos são repassados e mal aplicados.

E acho que a briga com o congresso tá ali, foi exposta, teve que cortar 21 bi em emendas parlamentares, que é tipo uma verba exclusivamente para os parlmamentares pagarem suas dívidas com lobbys e patrocínio pessoal, por isso que teve toda essa treta.

Concordo com a redução de gastos, urgente, principalmente da máquina superlotada. Mas chega a ser engraçado como as pessoas simplesmente não conseguem visualizar que o problema do BR está ali do outro lado da rua no governo estadual e no governo municipal, é ali que tem que ser a crítica, que ocorrer a mudança
"Nós somos o que fazemos repetidamente. A excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito."

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Bene
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Re: Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Mensagem por Bene » 23 Mai 2015 11:39

Falei muito no outro fórum sobre a tresloucada dívida pública que o Brasil gerava. Isso lá pelos idos de 2013. Saímos de 800 bilhões em 2002, o que já era enorme, pra 2,2 trilhões, na época.

Estamos chegando em 2,4 trilhões de Reais de dívida agora, a uma taxa média de 12,6%aa, com prazo médio de vencimento de 4,5 anos. No ano passado, esta dívida correspondeu a 62% do PIB. Com a queda de atividade econômica, muito provável termos queda no PIB de 2%. Muito provável que nos aproximemos de 65% de PIB de dívida.

Tudo isso que estou escrevendo pode ser lido neste relatório, relativo à março/2015.
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/docum ... 8dc91dec81" onclick="window.open(this.href);return false;

Os feiticeiros (não são economistas) da equipe econômica de Dilma1 esperneavam afirmando que não tinha problema a dívida bruta crescer, pois o que importava era a dívida líquida e esta estava em 36% do PIB ou perto disso. Bullshit completa e desinformação descarada. Fizeram inúmeros repasses ao BNDES que por manobra contábil não entravam na conta da dívida líquida. Cansaram de cumprir meta fiscal via refinanciamento de débitos do setor privado e venda de campos de petróleo, concessões, estradas, enfim, foram 4 anos de governo cumprindo meta fiscal composta basicamente por dinheiro extraordinário que entrava no cofre.

"Ainnnn, mas oZAmericanus tem mais de 100% de dívida, oZFrancêZes também tem, Inglaterra, Alemanha, China tem 180%, Japão tem 280%, todos eles tem dívida x PIB maior que a nossa e estão lá muito bem e ninguém fala nada, seu coxinha".

Óbvio, como comparar economias que pegam dinheiro com juros de 2% AO ANO com economias que pegam a 12%? Como comparar países com poupança doméstica acima de 25% do PIB com um país que luta pra chegar aos 18%? Como comparar nações sem histórico de descontrole inflacionário (exceto Alemanha no pós guerra) com um país que acha 6%aa de inflação alto? E como comparar países com moeda forte, em sua maioria, com país com graves históricos de destruição monetária como o Brasil? Não é questão de complexo de vira latas, é questao denão ter complexo de Chihuahua Marrento. Devemos saber nos colocar no nosso lugar, ufanismo nacionalista é coisa de retardado.

E o resultado disso tudo, o que é? Bem, a gente vê sempre que vai ao mercado ou precisa comprar um produto. Inflação não é aumento de preços, isso é somente o resultado dela.

Quando um governo aumenta a carteira de crédito do BNDES de 40 bilhões para mais de 400 bilhões em alguns anos, esse dinheiro não fica entesourado no BNDES nem na conta bancária do empresário que toma. Este dinheiro circula na economia e é impossível saber de antemão pra onde ele vai e como se comportarão os preços. Se ele vai pro setor de construção civil, o resultado é o aumento de preços de material de construção, mão de obra, terrenos, casas, apartamentos, maquinário de obra, etc.

Se este dinheiro vai pro setor industrial, o resultado é aumento produtos industrializados, insumos para a indústrias, salários de mão de obra, etc.

"Ahiiin, mas o meu sindicato consegue sempre reposição acima da inflação, seu tucanalha safado". Isso, o sindicato consegue IPCA + 1% na sua data base enquanto durante o ano inteiro o dinheiro que o governo injetou na economia fez estrago nos preços. E a gente felizão quanto ganha 9% de reajuste após 12 meses de salário congelado enquanto a comida aumenta 40% no mercado de um mês pro outro...

Nós, trabalhadores, estamos no fim da cadeia inflacionária. Quando o governo emite moeda seja via endividamento, seja via BNDES, seja via crédito pra casa própria ou de qualquer outra forma de emitissão monetária, o dinheiro primeiro passa por todo o setor produtivo antes de chegar na sua mão. Antes de você comprar seu imóvel via crédito na CEF, o governo já colocou dinheiro na construtora que ainda sequer comprou o terreno do prédio onde você vai morar. Ou seja, ela já aproveitou o dinheiro que recebeu antes de você e demandou todos os insumos e materiais para construir a sua casa. Isso significa que estes preços subiram antes do dinheiro chegar na sua mão. Isso também elevou os salários do pessoal envolvido na construção civil, que consumiu mais e que provocou aumento de preços de outros bens e serviços inferiores na cadeia. E o trabalhador da civil, então? Se deu bem, né? Também não... Ao mesmo tempo que incentivava a construção de moradias, o governo também incentivou os projetos do Eike. Ele recebeu a grana toda e inflacionou a economia um pouquinho mais também. O mesmo com o setor industrial, que recebe subsídios a vontade de todos os governos desde os anos 1940!

"Ah, mas é só 6%aa, não tem problema isso". Bem, 6%aa é o IPCA, uma média ponderada. Vai ver quando subiu cada item da amostra que compõe o índice... Quanto mais alto o IPCA, mais ele está descolado da realidade. Por isso as nações mais desenvolvidas trabalham sempre com metas de inflação em torno de 2%-3%aa. Isso garante flutuação dos preços da economia em torno de uma média ao longo do ano de tal forma que a imensa maioria destes preços não esteja no final do ano muito mais alta no começo.

Inflação, um jogo onde o trabalhador sempre sai perdendo.

E o pior: a inflação causa uma baixa nas expectativas. Se a inflação está em trajetória de alta, o empresariado não é capaz de se planejar corretamente para o futuro, e procura sempre proteger o próprio negócio de variações imprevistas. De que forma?? Reajustando seus preços acima das expectativas dos agentes econômicos. Isso não é feito porque ele é um vagabundo ganancioso, é só a forma que o ser humano encontra pra se proteger. Eu faria a mesma coisa. Vocês fariam a mesma coisa.

E como reverter esta conta? Uma das formas é como o governo está fazendo. Esforçando para equilibrar despesas públicas frente às receitas públicas. Há várias maneiras de se fazer isso.

1 - Através de uma alta de impostos que leve as receitas ao mesmo patamar de despesas. Esta é a pior forma, pois tira dinheiro do setor privado e com isso tira empregos e atividade econômica.
2 - Através de redução de despesa pública. O governo até poderia tentar fazer isso. Acontece que o orçamento nacional é 85% engessado. Não dá pra simplesmente cortar, porque é despesa obrigatória. Sobram 15% pra mexer. Isso hoje, equivale a coisa de 350 bilhões de Reais. É o que o governo tem pra brincar no ano. Pode criar um benefício assistencial, reformar presídios, equipar a PF, etc. Ontem anunciaram que iam contingenciar 70bi. Contingenciar não significa cortar. Em 2011 foi anunciado contingenciamento de 50bi no orçamento. Não contigenciaram nem 1bi. Se o governo conseguir contingenciar metade deste valor anunciado, terá feito um grande trabalho. Outra forma de cortar despesas é deixar de prestar determinadas atividades. Por exemplo, eu privatizo todos os aeroportos e simplesmente acabo com a INFRAERO e a Secretaria de Aviação Civil. É este o contexto quando dizem algo sobre "cortar ministérios". Só cortar o ministério não adianta, é preciso extinguir a pasta e direcionar seu orçamenta para fazer o superávit. Daria pra fazer, mas num governo que acredita ser o Estado o principal indutor da economia, não vai acontecer.

Então sobra apenas uma alternativa, que é imposta ao Levy neste momento: contingenciar de fantasia o orçamento e enfiar aumento de impostos e redução de privilégios trabalhistas no lombo do brasileiro.

Todos deveriam saber que liberalismo econômico é a forma de pensamento na qual o estado deve ser limitado para que este não retire a liberdade do indivíduo. Então, quando alguém for culpar o espantalho do neoliberalismo pela alta de impostos que o povo está sendo obrigado a pagar, melhor arrumar outro nome pra isso. Na verdade, a política de ajuste fscal deste governo não está sendo liberal. Está sendo de esquerda. Levy lá está somente porque o PT não tem quadros competentes na área econômica e porque outros de fora não aceitaram trabalhar no ministério da fazenda.

Muito melhor seria um ajuste de forma a reduzir a despesa pública acompanhado de uma redução de impostos para o setor produtivo. Isso daria impulso na economia pois o setor privado teria mais liberdade de ampliar sua atividade, o que permitiria manter os empregos no atual patamar.

O processo de reversão deste ciclo iniciado em 2007 com a chegada do Mantega ao ministério da fazenda será extremamente doloroso para as pessoas porque não há possibilidade de grandes cortes orçamentários.

Estamos pagando a conta porque a população sempre paga a conta. Os custos de ajustes fiscais sempre recaem sobre a sociedade, notadamente sobre o trabalhador mais pobre, pois este usa quase toda a sua renda para comprar alimentos, sobrando pouco para pagar contas de casa ou eventualmente consumir algo diferente.

Ou o dinheiro fica com o setor público ou com o privado. Se o público aumenta impostos, sobre menos para o privado. Como está acontecendo agora. Se o privado tem menos dinheiro, ele investe menos, corta empregos e reduz salários. Por isso dói. Doi no nosso rabo. Sempre vai doer.

Imposto sobre grandes fortunas? Aumentar impostos dos bancos? Besteira, tudo isso é repassado ao povo sob forma de elevação de tarifas, taxas de juros bancárias ou mesmo aumento de preços de produtos e serviços, infelizmente. Não tem como o povo fugir disso. Não vale a pena nem conversar isso no congresso e os políticos que fazem este discurso nada mais são que demagogos. Eles sabem exatamente o que acontece com o povo, o povo é que não percebe isso. Daí é ótimo pra fazer discurso, mas péssimo pra vida real das pessoas comuns.

Responsabilidade fiscal não é coisa de neoliberalismo opressor. Responsabilidade fiscal é pré-requisito pra qualquer nação atingir o desenvolvimento. Superávit não é coisa de vendilhão entreguista, é questão de colocar a dívida nacional em trajetória de queda.

E torçam pra isso dar certo. Se der errado, o Brasil perde a nota de crédito e os anos 80 estarão bem pertinho da gente outra vez. O governo PT fez a mesma política econômica do governo militar. O resultado não vai ser diferente. A única diferença é que hoje há alguma transparência por causa da imprensa, da oposição, das redes sociais e das pessoas que são um pouco mais educadas. Então, torçam também pro governo não regular a mídia. rssss

Saudações a todos.

Bene
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Re: Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Mensagem por Bene » 23 Mai 2015 11:46

AEGIS escreveu:
Quanto à saúde, natural que ocorra o maior corte, olha o orçamentos dos caras, é gigantesco. Agora fico chocado como, com tanto recurso empregado EM UM ANO, a saúde possa ser tão ruim cara, como é que pode. Só posso acreditar que é incompetência dos governos estaduais e municipais, esses recursos são repassados e mal aplicados.
Vamos fazer uma conta?
O orçamento federal para a saúde no ano passado foi 100 bilhões.
Vamos supor que 50% da população use o SUS. 100 milhões de pessoas. Só supor. Sabemos que deve ser bem mais.

Dividindo 100 bilhões por 100 milhões, temos R$ 1.000,00 per capita ANUAIS. Com R$ 1.000,00 você custeia um plano de saúde regular por 1 ano? Duvido.

Pegue o orçamento do seu estado para a saúde e divida por metade da população do estado, pra continuarmos nessa faixa de 50% de pessoas usando o SUS.
Faça a mesma coisa para o município.

Some os dois com os R$ 1.000,00 da sua conta. Comemore se chegar em R$ 1500,00. Com isso não dá pra custear saúde de qualidade. O Brasil é um país pobre, arrecadamos pouco para a quantidade de atividades que o governo quer prestar. Isso porque já estamos confiscando 37% da riqueza produzida no Brasil todos os anos. Deveríamos reduzir fortemente a atividade estatal pra concentrar só em saúde, segurança, assistência social e educação, deixando o restante como despesas mínimas.

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Sabe_nada
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Re: Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Mensagem por Sabe_nada » 23 Mai 2015 12:55

Bene escreveu:
Vamos fazer uma conta?
O orçamento federal para a saúde no ano passado foi 100 bilhões.
Vamos supor que 50% da população use o SUS. 100 milhões de pessoas. Só supor. Sabemos que deve ser bem mais.

Dividindo 100 bilhões por 100 milhões, temos R$ 1.000,00 per capita ANUAIS. Com R$ 1.000,00 você custeia um plano de saúde regular por 1 ano? Duvido.

Pegue o orçamento do seu estado para a saúde e divida por metade da população do estado, pra continuarmos nessa faixa de 50% de pessoas usando o SUS.
Faça a mesma coisa para o município.

Some os dois com os R$ 1.000,00 da sua conta. Comemore se chegar em R$ 1500,00. Com isso não dá pra custear saúde de qualidade. O Brasil é um país pobre, arrecadamos pouco para a quantidade de atividades que o governo quer prestar. Isso porque já estamos confiscando 37% da riqueza produzida no Brasil todos os anos. Deveríamos reduzir fortemente a atividade estatal pra concentrar só em saúde, segurança, assistência social e educação, deixando o restante como despesas mínimas.
Na verdade todos usam SUS, de forma direta ou indireta. A vacina que você toma ou o seu filho é paga pelo SUS. Se tem algum parente com câncer ou que necessita de um remédio de alto custo, quem paga é o SUS, não é o seu plano de saúde. O mesmo vale para procedimentos de alto custo. Na verdade, o gasto médio do SUS com os mais ricos é mais alto que o gasto médio com os mais pobres. Isso vem da constituição. Brasil é o único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que aceitou o desafio de prover um sistema universal de saúde publico e gratuito. O país que tem um modelo de saúde mais próximo ao que está na constituição brasileira é a Inglaterra. Mas mesmo a Inglaterra não tem a gama de compromissos que está na constituição federal para o SUS. O nosso sistema assumiu muito mais compromisso que o inglês. O foda é que o sistema inglês gasta 10 vezes mais per capta que o nosso. E ainda tem reclamação lá. Agora, qual é a mágica de se fazer muito mais do que o sistema inglês gastando 10 vezes menos e ainda fornecendo de graça os medicamentos mais caros do mundo, que nenhum outro sistema de saúde do mundo banca? Aqui é só entrar na justiça que o juiz manda o SUS comprar, mesmo se alguém for lá no juiz e falar que o SUS fornece um substituto 10 vezes mais barato e que é cientificamente comprovado que é tão bom quanto o outro mais caro. O juiz manda comprar o mais caro e foda-se a viabilidade do sistema de saúde. Como manter um sistema de saúde de qualidade assim? O gênio que conseguir isso revoluciona a saúde no mundo!

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RFAbdo
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Re: Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos

Mensagem por RFAbdo » 23 Mai 2015 13:46

E aí? Quantos ministérios foram cortados pra ajudar no aperto das contas?

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