Bellucci cresce aos poucos em 2014 e acredita em top 20: "Posso chegar lá"
Após 2013 ruim e começo de ano em 125º do ranking, brasileiro entra em boa fase, não perde posições desde agosto e já é o número 58 do mundo: "Não estou surpreso"
Falta pouco para a temporada acabar, mas o que Thomaz Bellucci já pode afirmar é que teve um ano de muito mais sucesso que o anterior. Com mais resultados positivos e menos lesões, o tenista número 1 do Brasil deu um salto no ranking da ATP nas últimas semanas e começa a recuperar as posições que perdeu em 2013. Depois de iniciar a temporada em 125º lugar, o paulista de Tietê vem subindo no ranking - já é o número 58 do mundo - e não perde posições desde as últimas oito atualizações do ranking (de meados de agosto até o momento), o que também aconteceu entre abril e julho. Excluindo-se esses dois períodos, a última vez que o brasileiro teve esse mesmo desempenho fora em 2011, quando ainda fazia parte do top 40.
- Estou contente que os resultados pouco a pouco estão voltando a aparecer. Mas não estou surpreso. Venho trabalhando duro há bastante tempo e sabia que em algum momento voltaria a ganhar bons jogos e subir no ranking. O ranking é consequência dos meus resultados, então não tento pensar muito em número, e sim no meu rendimento nos treinos e jogos - disse Bellucci, em entrevista por e-mail.
Com a recuperação no ranking, Bellucci sonha alçar voos mais altos no circuito. Na verdade, mesmo com a fase ruim do ano passado, ele nunca deixou de acreditar que poderia render mais não só do que em 2013 como também em toda a carreira. O desejo, que o paulista enfatiza ter paciência para cumprir, é ir além do melhor posicionamento que já teve no ranking (21º lugar).
- Eu sei que tenho jogo para estar entre os 20 melhores. Nesse último mês, ganhei de dois jogadores do top 15 (Roberto Bautista Agut na Copa Davis e Feliciano López em Viena) e isso é a prova de que posso chegar lá. Mas não coloco uma meta de data e ranking, porque isso acaba fazendo você perder o foco. Eu só penso jogo a jogo e quanto antes chegar lá, melhor - garantiu.
Bellucci joga nesta semana o ATP 500 de Valência, na Espanha, e tem estreia na chave principal prevista para esta quarta-feira. O rival é o russo Mikhail Youzhny, ex-top 10 e atual 27º do ranking. Um dia depois da eliminação nas quartas de final do ATP 250 de Viena, na Áustria, o brasileiro viajou para a Espanha e encarou o qualifying no fim de semana, batendo o alemão Michael Berrer (148º) e o lituano Ricardas Berankis (103º).
A TEMPORADA DE BELLUCCI
No ano passado, além de ter ficado pouco mais de dois meses parado por lesão no abdômen - também teve uma contusão no ombro -, Bellucci chegou a figurar na 168ª colocação do ranking quando acumulou dez derrotas consecutivas. De técnico novo, o espanhol Francisco Clavet, o tenista brasileiro conseguiu encerrar a temporada como número 125 do mundo e depois se preparou para uma retomada na carreira. Um problema antigo de desidratação prejudicou Bellucci nos primeiros meses de 2014, mas ele aprendeu a conviver com o distúrbio e mostrou recentemente estar em melhor forma.
A pior posição de Bellucci no ranking nesta temporada foi o 130º lugar em fevereiro. Inclusive, nos dois primeiros meses do ano, ele perdeu durante algumas semanas o posto de número 1 do Brasil para João Souza, o Feijão. Já em março, depois de ter chegado às quartas de final do Rio Open, no Rio de Janeiro, e ter sido semifinalista do Brasil Open, em São Paulo, Bellucci retornou ao top 100 após quase oito meses fora do grupo.
Apesar de um momento de queda, o tenista paulista desde junho está no grupo de 100 melhores jogadores do circuito e a partir de agosto deu uma guinada no ranking. Entrou no top 90 depois da derrota na segunda rodada do US Open para o suíço Stan Wawrinka e foi para o top 80 após ser o herói da classificação brasileira para o Grupo Mundial da Copa Davis, na vitória sobre a Espanha sem Rafael Nadal e David Ferrer em São Paulo. Rejeitou a longa viagem para disputar qualifyings de torneios maiores na Ásia e figurou no top 70 depois de uma série de três Challengers na Europa, onde foi vice-campeão em Orleans, na França. Com a campanha até as quartas de final do ATP 250 de Viena, na última semana, reencontrou um posto no top 60 mais de um ano depois.
- Ele (Bellucci) estava um pouco desacreditado, trocou de técnico, fez a pré-temporada no Rio de Janeiro e treinou sério. Começou o ano, e ele teve alguns reveses que não estavam previstos, algumas derrotas para jogadores com ranking mais baixo. Aí no meio da temporada ele teve aquele problema de suar demais e acabava ficando fisicamente frágil durante os jogos. Resolveu esse problema e agora está colhendo os frutos. No tênis, as coisas não aparecem de imediato, demoram um pouquinho. Agora estão aparecendo os resultados, e aquela campanha na Copa Davis caiu muito bem para ele - analisou Narck Rodrigues, comentarista de tênis do SporTV.
Até o fimda temporada, Bellucci tem 155 pontos a defender, conquistados no ano passado com o título do Challenger de Montevidéu, no Uruguai, e o vice-campeonato do Challenger de Bogotá, na Colômbia. Além de disputar o ATP 500 de Valência nesta semana, o brasileiro aparece na lista de espera para o qualifying do Masters 1.000 de Paris, que tem início no próximo sábado.
- Tenho que defender alguns pontos até o final do ano, mas não estou preocupado com isso. Estou perto do top 50 e gostaria de terminar perto disso, mas não faço disso uma meta porque tenho objetivos mais ambiciosos que só voltar ao top 50 - afirmou Bellucci.
Fonte:
http://globoesporte.globo.com/tenis/not ... ar-la.html
Olhando para o top 30 atual, eu considero que o brasileiro tem mais tênis que:
14 Roberto Bautista Agut;
25 Leonardo Mayer;
28 David Goffin;
30 Lukas Rosol.
Poderia citar outros, talvez.