Exato. Mas isso se aplica à intervenção. Regular é bem diferente. É como se o estado apenas arbitrasse fusões, incorporações e aquisições entre grandes players do mesmo mercado. Isso não é intervir e não causa distorção alguma.pauloctba escreveu:
Aí está o meu principal motivo para ser contra as regulações: Eu concordo que em várias vezes o consumidor vai sair prejudicado, assim como as empresas também vão. É claro que o mercado é cheio de falhas (como você mesmo disse, alguns ajustes demoram anos para serem feitos naturalmente), e seria muito bom se essas falhas pudessem ser resolvidas com uma simples canetada, mas aí entra o grande problema:
O governo também erra, e como você é um cara relativamente liberal, sabe que ele erra muito mais que o próprio setor privado. Se o estado resolve se meter na economia uma hora vai fazer uma cagada, assim como uma empresa. A diferença é que essa empresa vai sentir na pele os efeitos e vai lutar para evitar fazer outra cagada, caso contrário ela vai a falência. Além disso ela faz parte de um setor específico da economia e vive ele intensamente, então sabe detectar demandas muito melhor do que o estado. O estado nunca vai a falência e não necessariamente tem conhecimento dos setores que vai regular, daí a sua tendência de corrigir uma cagada com uma diarréia. O Brasil do Mantega é um exemplo disso, e acho que nem preciso entrar em detalhes.
Por isso que eu considero que as distorções do mercado fazem parte do jogo. Porque quando alguém mexe elas só aumentam.
Todas as grandes economias do mundo têm leis para coibir práticas anti-mercado. Não existe mais nenhuma laissez-faire no mundo. E é bom que seja assim.
O grande problema está na maturidade do governo que implantar tais medidas regulatórias. Se forçar demais vai pulverizar demais o mercado. E se afrouxar demais vai criar cartéis.