Whisky

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daredevil
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Re: Whisky

Mensagem por daredevil » 18 Out 2014 17:58

Mr. Well escreveu:Muito bom seu post, Daredevil: bastante completo, muitas informações, enfim, excelente qualidade na postagem.

Receba meus cumprimentos, Daredevil.
Obrigado Mr. Well. Assim que puder coloco mais posts. Abraço.

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daredevil
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Re: Whisky

Mensagem por daredevil » 18 Out 2014 18:02

Hankey Bannister Original
Da mesma forma que Hankey Bannister Regency 12 anos, o Original é um whisky que chegou a pouco no mercado brasileiro. Depois de experimentar a versão premium, chegou a hora de falar da versão que é o carro-chefe da Hankey & Bannister, cuja história já foi contada em outro post.

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É um whisky preparado com Scotch whiskies destilados em algumas das melhores destilarias da Escócia, entre elas Balblair, Knockdhu, Balmenach, Pulteney e Speyburn.

Prêmios recentes
O whisky escocês "blended" Hankey Bannister agrada ao paladar da realeza britânica há muitas gerações e recebeu o distinto Selo Real britânico do rei George V. Arrematou 28 medalhas e prêmios nos últimos anos.

Hankey Bannister Original
2012 International Wine and Spirits Competition - Prata Excelência
2012 International Spirits Challenge – Prata
2011 International Wine and Spirits Competition - Prata
2011 International Spirits Challenge – Prata
2011 San Francisco Wine and Spirits Challenge - Prata
2010 Beverage Testing Institute – Ouro e Melhor Produto
2010 International Wine and Spirits Competition – Prata
2010 International Spirits Challenge - Bronze
2009 Monde Selection - Prêmio Grand Gold de Qualidade

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O que pude perceber:
Aroma: na primeira vez que experimentei, senti um pouco de frutado, aroma doce, suave. Bem prazeroso. Quando se adiciona água, não notei mudança significativa. Quando experimentei após adicionar uma pedra de gelo, a primeira coisa que veio à mente foi um leve aroma de couro, um pouco de uva passa, ficando ainda mais agradável.
Sabor: Senti um pouco do sabor de caramelo, um pouco do cítrico das frutas cítricas e um pouco de mel. Há uma sensação de dormência na língua, mas pouco. É suave, delicado, mas ao mesmo tempo é quente. Quando se adiciona água, some a sensação de dormência na língua, fica mais suave, porém não tão saboroso. Na minha opinião já é um whisky suave e a água faz sumir seu sabor. Acrescentando uma pedra de gelo, fica mais fresco e mais suave. Tem um final médio.

É um whisky leve, equilibrado, bem cheiroso e saboroso, para se beber puro ou com uma pedra de gelo. Em comparação com seu irmão mais velho, o Regency 12 anos, acho que se saiu melhor, proporcionando um excelente custo benefício. Como já mencionei, está aparecendo nos grandes supermercados e em lojas virtuais girando na casa dos R$ 76,00. Felizmente, como um bom garimpador, comprei este na mesma promoção do Regency, num atacadista da região, por R$ 39,90.

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Hankey Bannister Original
Aroma
Um aroma suave, com sabor acentuado, que proporciona profundidade extra.
Cor
Caramelo leitoso com tom dourado.
Sabor
Um blend leve, sutil, limpo, doce e picante com toques de mel e final duradouro e agradável.
Saúde.

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daredevil
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Re: Whisky

Mensagem por daredevil » 18 Out 2014 18:08

William Lawson's Finest

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William Lawson, mercador de whisky escocês de Dundee criou no fim do século XIX o “Lawson’s Liqueur Whisky” para a empresa em que trabalhava, a E & J Burke, de Dublin. Ele mesmo registrou a marca, pois era o gerente de exportações da companhia. Após se tornar um dos diretores, foi demitido pela empresa em 1903, que, no entanto, continuou a divulgar o nome Lawson. Por volta de 1923, a empresa mudou de Dublin para Liverpool, e as exportações de suas marcas de whisky cresceram. Grande parte das vendas era para os Estados Unidos, passando pelas Bahamas, quando da lei seca americana.

A destilaria da casa é a Macduff, construída em 1960 por um consórcio de blenders no nordeste da Escócia e depois vendida para a Martini. A marca foi comprada pela Martini & Rossi em 1963, que agrupou todos os seus negócios de whisky sob o nome William Lawson Distilleries. Foi nessa época que o nome da marca mudou de Lawson’s para William Lawson. O grupo tornou-se parte da Bacardi em 1995.

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O whisky Lawson’s é administrado juntamente com seu grande irmão, o Dewar’s, e, embora praticamente invisível no Reino Unido, vende mais de 1 milhão de unidades por ano na França, na Bélgica, na Espanha e América do Sul.

O malte Glen Deveron produzido pela destilaria Macduff é um componente de peso do blend. A Macduff emprega nele a maior porcentagem de madeira de xerez entre os whiskies do grupo Dewar’s, e isso contribui para um sabor completo e uma cor dourada e rica. Nos últimos anos, a expressão padrão, William Lawson’s Finest, se equiparou a outros blends padrão. A bebida tem um preço competitivo.

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O que pude perceber:
Aroma: logo que abri a garrafa o aroma tomou conta do ambiente. Aroma forte, no sentido de intenso, e agradável. Bastante floral, doce e suave. Bem prazeroso. Quando se adiciona água, não notei mudança significativa. Quando experimentei após adicionar uma pedra de gelo, o aroma que predominou foi o de maçã fresca.
Sabor: Pude confirmar no paladar o sabor da maçã. Bem suave, gostoso. Com água, acentua um pouco mais este sabor, porém com gelo, notei que o sabor da maçã ficou mais para aquela maçã caramelada, crocante. Interessante esta mudança. O final é curto.

É um whisky leve, bem cheiroso. Na minha opinião, devido à mudança no sabor, o que deixou mais agradável e saboroso, aconselho beber com uma pedra de gelo. Whisky que agradaria as mulheres por ser bem suave e doce e lembrar “maçã do amor”. Tem um ótimo custo benefício, já que não é um whisky caro. Encontra-se nas lojas virtuais a aproximadamente R$ 56,00. Comprei minha garrafa no Carrefour a R$ 49,90.

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William Lawson’s Finest Blended 40% (80°)
Cor Dourado claro
Nariz Nariz complexo, com grãos, maçãs condimentadas e baunilha. Levemente seco, com notas delicadas de carvalho.
Paladar Os grãos suaves do nariz aparecem na boca com notas picantes e adocicadas de mel. O palato é bem equilibrado, com toques de um sabor crocante de balas de maçã. Um whisky de moderado a completamente encorpado.
Saúde.

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Hall
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Re: Whisky

Mensagem por Hall » 18 Out 2014 18:38

Caraca, tópico ta ficando de altissimo nivel!

Parabéns daredevil e chet Baker pelas excelentes reviews e o Lucas por garimpar o finado.

Show!
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Sanshiro
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Re: Whisky

Mensagem por Sanshiro » 18 Out 2014 18:45

Muito bom o post do Daredevil sobre o Wild Turkey. Inclusive é o bourbon de que gosto mais, o Jim Beam apesar de muito popular tem um amargor que pro meu gosto pessoal é muito forte... Coisa que o próprio Jack Daniel's não tem, nem outros bourbons como o Wild Turkey ou o Four Roses, que por sinal faz muito tempo que encontrei pra comprar:

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O Four Roses, por sinal, é um bourbon de tradição e tem umas propagandas muito legais como esta:

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O que eu não sei é se a qualidade se manteve, porque a destilaria original foi adquirida pela Kirin japonesa, tem que ver se eles zelaram pela produção. De qualquer modo, é uma recomendação.

Abraços.
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Re: Whisky

Mensagem por LucasYeahNegoMariano » 18 Out 2014 18:46

PÔ, aí fica bom mesmo ... o próprio Chet falava sobre essa questão do gosto pessoal pois o cara da Bíblia do Whisky dava algumas notas bem diferentes das do próprio Chet ... vai ser interessante poder ler as impressões do Chet e do DareDevil sobre as mesmas bebidas!!

Uma dica, DareDevil ... tente dar nota tb (de 0 a 100).
...

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Hall
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Re: Whisky

Mensagem por Hall » 18 Out 2014 18:48

Boa!

Da nota na bagaca ai mestre Demolidor!!
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daredevil
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Re: Whisky

Mensagem por daredevil » 18 Out 2014 18:57

Sanshiro escreveu:Muito bom o post do Daredevil sobre o Wild Turkey. Inclusive é o bourbon de que gosto mais, o Jim Beam apesar de muito popular tem um amargor que pro meu gosto pessoal é muito forte... Coisa que o próprio Jack Daniel's não tem, nem outros bourbons como o Wild Turkey ou o Four Roses, que por sinal faz muito tempo que encontrei pra comprar.
O que eu não sei é se a qualidade se manteve, porque a destilaria original foi adquirida pela Kirin japonesa, tem que ver se eles zelaram pela produção. De qualquer modo, é uma recomendação.

Abraços.
Sanshiro, estou com uma garrafa de Jim Beam Black para abrir, se tiver este amargor, acho que vou gostar. Teremos uma briga entre os japoneses nos EUA então, pois a Suntory acabou de comprar a Jim Beam. Espero que com essa concorrência, invariavelmente eles tenham que zelar pela produção.

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Sanshiro
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Re: Whisky

Mensagem por Sanshiro » 18 Out 2014 19:16

daredevil escreveu: Sanshiro, estou com uma garrafa de Jim Beam Black para abrir, se tiver este amargor, acho que vou gostar. Teremos uma briga entre os japoneses nos EUA então, pois a Suntory acabou de comprar a Jim Beam. Espero que com essa concorrência, invariavelmente eles tenham que zelar pela produção.

O black eu não experimentei. Whiskey americano geralmente tem as notas de mel, caramelo e palha, que são bem características, e assim como o Jack Daniel's tem um sabor bem defumado (coisa que me agrada muito), o Jim Beam tem esse final "ardido", é o único bourbon que não me agradou até aqui, por causa disso. Já o Wild Turkey me pareceu bem "redondo", ele é equilibrado desde o aroma até o final... Gostei bem mais.

Quando provar o Jim Beam Black poste aqui, vai ser muito bom ver sua opinião, e vou procurar provar também!

Abraços
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daredevil
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Re: Whisky

Mensagem por daredevil » 18 Out 2014 19:19

Glen Grant

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A destilaria Glen Grant, em Rothes, foi construída em 1840, com arenito vermelho. Fica numa área silvestre afastada, com pomares, lagos e uma cachoeira caudalosa, e, além disso, o seu cofre foi construído numa rocha da região. Conserva até hoje um aspecto sólido e senhorial.

Foi fundada por James Grant, advogado de Elgin, e seu irmão John, comerciante de grãos que afirmava ter aprendido tudo sobre a fabricação de whiskies quando era fornecedor das destilarias clandestinas da região. Eles já haviam arrendado a Aberlour em 1833 juntamente com os irmãos Walker, de Elgin. A locação escolhida fica perto do córrego Black, num vale coberto, com água pura do poço Caperdonich, que corre do alto da montanha.

O local era muito bom para uma destilaria. O riacho Glen Grant fornecia a água para a mash e energia para o maquinário. Os grãos vinham dos campos de cevada de Moray, bem perto. E, a partir de 1858, quando o primeiro trem a vapor chegou a Rothes, passou a haver também a ferrovia. Na destilaria Glen Grant pode-se observar a riqueza vitoriana na sua mais grandiosa expressão. Os Grant queriam que todos soubessem que eles, uma das grandes famílias da região, haviam aderido à indústria do whisky.

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John morreu em 1864, e seu irmão conduziu a destilaria sozinho até seu filho James Júnior, entrar para o comando em 1872, aos 25 anos, e assumir a administração dos negócios. Ele fez da fábrica de sua família uma das mais importantes empresas do mercado de whisky. Foi sob seus cuidados paternalistas que ela prosperou. Quando não estava caçando na África, ele dedicava um tempo considerável em transformar a destilaria numa produtora de whisky de porte.

O garoto era fascinado por inovações, e por isso a Glen Grant foi a primeira a ter eletricidade. Ele ainda projetou os alambiques altos com seus exclusivos purificadores, que produzem o single malt característico da empresa. Estes estranhos alambiques, com potes e purificadores que parecem capacetes, produzem um malte puro, seco e delgado.

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Conhecido como “o major”, vestindo casacos de tweed e usando um bigode de morsa, era um típico cavalheiro. Depois do jantar, o major costumava levar os convidados para o jardim e abrir um cofre escondido na rocha, que revelava uma bandeja com copos e uma garrafa de Glen Grant. Quem desejasse água, podia levar o copo até as águas rápidas do córrego próximo. Ele ainda teve tempo de criar o seu jardim de estilo vitoriano, que sobe a montanha em direção à cachoeira e que é hoje a grande atração da destilaria, quase tanto quanto a produção de whisky.

Major morreu em 1931, e a Glen Grant foi assumida por seu neto Douglas Mackessack, que juntou forças com Armando Giovinetti em 1961 para tornar o Glen Grant o whisky de malte mais popular da Itália. A destilaria ficou com a família até 1977, quando foi vendida para a Seagrams. Depois de passar pelas mãos da Pernod Ricard, de 2001 a 2006, faz parte agora do grupo Campari. Apesar de ter pouca atenção em sua terra natal, é um dos cinco maltes mais vendidos do mundo.

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Malte
O malte de cevada para a Glen Grant tem características específicas, seco, quebradiço, crocante e aromática.

Processo de destilação
Ao contrário de alguns mais pesados ​​e mais robustos single malts, Glen Grant é nítido, claro, fresco e leve. O que realmente o distingue de outros maltes é o processo de destilação único. Como primeiro passo, usa-se alambiques incrivelmente altos, que ajudam a garantir que apenas o espírito mais leve se torne Glen Grant. Em segundo lugar é a única destilaria a usar purificadores nas destilações. Esta foi uma invenção de James "O Major" Grant, que é usada até hoje. Isto garante que apenas vapor puro passe para o condensador, e, por conseguinte, cria um whisky fresco e leve.

Envelhecimento
O tempo desempenha um papel vital na maturação do whisky. No Glen Grant dá-se extrema importância no tratamento dos barris. Meticulosamente são escolhidos os melhores cascos de Bourbon e Sherry, garantindo que eles serão utilizados apenas um determinado número de vezes. Este processo lento de envelhecimento em cascos de carvalho de qualidade superior dá a Glen Grant sua cor e sabor único, decididamente fresco e frutado. Todos os cascos são individualmente escolhidos a dedo por Dennis Malcolm, um dos oito ilustres Mestres Destiladores desde 1890.

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Mestre Destilador Dennis Malcolm
Verdadeira personalidade. Um malte único é o reflexo de seu Mestre Destilador. É uma arte de equilibrar tradição e inovação, uma habilidade que só pode realmente ser adquirida através da experiência. Ninguém sabe sobre Glen Grant mais intimamente do que Dennis Malcolm. Ele começou a trabalhar na destilaria como um aprendiz quando tinha apenas 15 anos de idade. Nos últimos 50 anos Dennis tem dedicado sua vida para manter a qualidade e a integridade do Glen Grant. Sua paixão e objetivo é garantir que os bebedores de Glen Grant ficarão felizes, ao garantir que cada garrafa produzida pela destilaria será de qualidade excepcional.

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Centro de Visitantes
Glen Grant Distillery fica no extremo norte da vila de Rothes, cerca de 10 quilômetros ao sul de Elgin. Os ônibus de Elgin param a 100 metros da destilaria. Anualmente, cerca de 10.000 visitantes vão descobrir a magia da destilaria. Conhecedores e visitantes de todo o mundo realizam a turnê da destilaria e ao final levam garrafas para casa e recordações de sua experiência única.

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Histórico de Glen Grant
1840 – Glen Grant é fundada
Em 1840, os irmãos John e James Grant pediram uma licença de destilaria. Com o mar e o porto de Garmouth nas proximidades, o rio Spey ao sul, e cercado por planícies de cevada crescendo, todos os ingredientes básicos para o whisky de malte estavam por perto.

1872 – Um novo Glen Grant
Em 1872, os fundadores da Destilaria Glen Grant tinham morrido. Jovem, James "O Major" Grant, nascido em 1847, sempre tinha tido um grande interesse na destilaria e a assumiu. Sua meta era provar a si mesmo ser um sucessor digno.

1900 – Crescimento e expansão
Um inventor lendário, socializador e viajante, "O Major", era fascinado por novas ideias e não tinha medo de explorá-las. Ele foi o primeiro homem no Planalto a possuir um carro. Glen Grant foi a primeira destilaria a ter luz elétrica e ele introduziu as soleiras delgadas altas e purificadores que criou o sabor maltado fresco e a cor clara que define o whisky até hoje.

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1909 – Música e whisky
Na Escócia, música e Scotch Whisky sempre foram ligados. Tanto é assim que o famoso violinista escocês Scott Skinner (1843-1927) compôs a música para o violino como um tributo à destilaria Glen Grant e seu Malt Whisky. O Strathspey (uma dança escocesa animada) intitulado "Glen Grant" foi composta em 24 de Abril de 1909.

1931 – Um fim e um começo
Em 1931, o major Grant, o último Grant, morreu. Douglas Mackessack, seu neto, viria a se tornar seu sucessor.

1972 – A família expande
Em 1972, a Glenlivet e a Glen Grant fundiram-se com Hill, Thomson & Co. Ltd, e a Longmorn Distillers Ltd para formar a Glenlivet Distillers Ltd. O interesse das famílias originais nas destilarias foi mantida, juntamente com dois acionistas externos substanciais: Courage Ltd, para o processo de fermentação, e Suntory Ltd, a empresa japonesa de destilação.

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2006 – Um novo capítulo
Em 2006, a Campari adquiriu a Glen Grant. É ainda um dos single malts mais vendidos no mundo. Sua história continua em Speyside, de acordo com as mesmas normas e tradições da família Glen Grant e seus descendentes.

O que pude perceber:
Aroma: lembra um pouco o Bourbon por sua doçura. Bastante floral e também frutado. Notas de maçã e às vezes pera. Senti também um leve aroma de chocolate branco. Quando se adiciona água, mantém as características de aroma, porém menos acentuadas. A doçura do Bourbon some para intensificar o frutado. Quando experimentei após adicionar uma pedra de gelo, o aroma fica ainda mais suave.
Sabor: Leve, suave, um pouco seco. Pude confirmar no paladar o sabor frutado. O final é curto. Com água, fica mais suave. O final resiste um pouco mais, mas continua curto. Com gelo, fica mais fresco, mais frutado, surge um certo sabor de baunilha e fica ainda mais suave.

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Whisky bem claro

É um whisky excelente para beber sem a preocupação de degustar, pois é um whisky simples, sem muita complexidade. Tem a cor bem clara, natural, sem adição de caramelo. Também por ser um whisky jovem. É leve, excelente para o dia-a-dia. Tem um ótimo custo benefício, pois é um Single Malt e está numa faixa de preço abaixo de R$ 100,00. Não é um whisky intenso como um bom Single Malt pode ser, mas é uma boa porta de entrada para quem quer se aventurar neste tipo de whisky. Encontra-se nas lojas virtuais e em alguns supermercados numa média de R$ 84,00. Comprei o meu a R$ 67,00.

Aqui vou fazer um parênteses: sempre coloco aqui o valor que pode ser encontrado e o valor que encontrei, geralmente um pouco mais baixo, para mostrar que com um pouco de paciência e às vezes sorte, é possível encontrar whiskies com seus preços bem abaixo do mercado. Quase sempre uma ou outra loja, um ou outro supermercado faz alguma promoção. É preciso estar atento às oportunidades e aproveitar. Sempre estou de olho nos preços, e quando encontro algo que está abaixo do normalmente praticado, não penso duas vezes.

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Glen Grant Single Malt
Single Malt: Speyside teor Alc 40%
Leve, espirituoso e floral no nariz. Frutas cítricas, flores, pera, maçã, baunilha, malte e madeira.
Inicialmente seco no palato, porém, sabores de nozes, laranjas, baunilha e castanhas se desenvolvem. Um final de ervas arremata este whisky estilo aperitivo.
Aproveitem. Saúde.

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daredevil
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Re: Whisky

Mensagem por daredevil » 18 Out 2014 19:33

Passport Scotch

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Sempre torci o nariz para este whisky. Os whiskies brasileiros sempre tiveram a fama de ser um cachação disfarçado. Experimentei alguns quando mais jovem e posso dizer que a experiência não foi muito boa. Claro que naquela época a abordagem era outra e ainda tenho a intenção de estudar melhor a produção nacional. Mas quem disse que Passport é brasileiro? Até hoje, mesmo em lojas especializadas em whisky, vejo rotularem o Passport como sendo brasileiro e muitas pessoas também acreditam nisso. Talvez também por seu preço ser parecido com os produtos brasileiros.

Pois este whisky é um autêntico scotch, totalmente produzido e envelhecido na Escócia. E engarrafado no Brasil. A marca Passport foi desenvolvida pela empresa Seagram e adquirida pela Pernod Ricard em 2002. Seus maiores mercados são os EUA, a Coréia do Sul, a Espanha e o Brasil, já que o sabor frutado é apropriado para fazer coquetéis servidos com gelo. Suas vendas nestes locais fazem dele uma das 20 maiores marcas de whisky. Embalado em garrafa verde, retangular e retrô, Passport é um whisky escocês único, inspirado pela revolução da década de 1960 na Grã-Bretanha, com personalidade jovem e vibrante. Maltes distintos, entre eles o Glenlivet, são encontrados no blend.

A HISTÓRIA
Passport nasceu em berço de ouro. Mais precisamente em Speyside, região no nordeste da Escócia com a maior concentração de destilarias do mundo. Foi lá que, em 1957, a Chivas Brothers resolveu fundar a destilaria Glen Keith, que logo se tornou uma das referências em single malt da região. O sítio, que abrigava um antigo moinho do século XVIII, era o lugar perfeito para produzir o malte que deu origem ao inconfundível sabor de Passport Scotch.

A destilaria Glen Keith faz parte do complexo de Strathisla, o mais antigo do país. Os edifícios de Strathisla abrigavam a fiação de linho da região e foram convertidos em destilaria no ano de 1786, operando inicialmente com o nome de Milltown. Entre suas belas construções está também um antigo moinho de água. Passport é um blended whisky produzido e envelhecido nesta destilaria e engarrafado no Brasil. É uma bebida jovem e com a qualidade e sabor de um genuíno whisky escocês.

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A REVOLUÇÃO
Na década de 60, uma revolução cultural tomou de assalto o Reino Unido e o mundo. Dos Beatles à conquista da Lua, um século todo foi definido em uma década. Criado em 1965, Passport absorveu toda a essência dessa nova era e a traduziu em uma bebida surpreendente. O espírito leve e aventureiro idealizado por seus criadores estava presente em todos os detalhes. Foi por isso que a icônica garrafa verde quebrou todas as regras e fez sua história, que continua intacta até hoje.

O CONTEÚDO
Um casamento dos melhores. Cada garrafa de Passport contém o famoso single malt Glen Keith escocês, um tentador aroma de nozes, sabor de frutas, com toques de damascos e pêssegos. Suave, leve e cremoso, Passport faz com que cada gole se torne uma experiência única de sabor.

A ESSÊNCIA
Toda a energia de Passport é traduzida em uma vibrante e imponente garrafa verde, que não por acaso estampa orgulhosamente cinco brasões. Um dos clãs mais tradicionais da Escócia, a família William Longmore tinha o desejo de desenhar da forma mais nobre possível sua expertise em produzir whiskies. Símbolo de aventura e heroísmo, o brasão foi escolhido para representar as virtudes e o legado da família em cinco versões diferentes. Cada um com um valor, uma qualidade e um símbolo.

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AVENTURA
No topo da embalagem, o cervo indica diligência e aventura. Temido na natureza e respeitado por seus adversários, este animal traduz o lado aventureiro de Passport.

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QUALIDADE
A foice, a destilaria e o barril são as ferramentas de trabalho que, juntas, garantem a qualidade de Passport.

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ESPÍRITO LIVRE
O corajoso falcão peregrino, mestre dos céus e do seu próprio destino, descobrindo territórios inexplorados. Este animal captura o espírito livre de Passport, diferente de todas as outras.

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RESILIÊNCIA AO TEMPO
As espadas cruzadas indicam a resiliência de um whisky produzido com incansável dedicação à excelência.

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FORÇA
O unicórnio escocês é símbolo de força e pureza. A cruz de St. Andrew representa a pátria de Passport.

PASSPORT CRESCE A FAMÍLIA
Depois de inovar com a garrafa de 670 ml, Passport Scotch dá mais um passo e lança sua versão em miniatura de 250ml. A novidade visa ampliar a acessibilidade do whisky para os consumidores e permitir sua “premiumização” - termo utilizado para a elevação de categoria de consumo.

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"Pensamos na praticidade, mas também em algo que tivesse qualidade com preço mais em conta. Justamente para que os nossos consumidores não precisem desembolsar muito", comenta Patrícia Cardoso, Gerente de Grupo de bebidas standard da Pernod Ricard Brasil. A área está sempre em constante movimento para agradar os fãs e aumentar seu portfólio de produtos - tanto que a versão de 670 ml veio desse estudo.

Já a decisão pela petaca, nome utilizado para as garrafinhas, tem como base a mudança observada no canal varejista de um consumidor que visa mais conveniência. Além disso, a embalagem é fácil de ser transportada e pode ser usada ainda em eventos, onde a garrafa de vidro não é permitida.

O que pude perceber:
Aroma: leve, suave, fumaça. Quando se adiciona água, seus aromas ficam camuflados. Não é um whisky para ser bebido com água. Adicione qualquer outra coisa. Quando experimentei após adicionar uma pedra de gelo, os aromas foram mantidos, ficando até mais fresco.
Sabor: suave, não agride, doce. Com água, fica...aguado. Com gelo, fica fresco, mais frutado e fica ainda mais suave.

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É um whisky moderadamente encorpado e que me surpreendeu. Sempre imaginei que fosse um daqueles whiskies fortes, carregados de álcool. O álcool nem mesmo prevalece. É um whisky que na sua própria idealização, e para o mercado a que se destina, foi concebido para fazer parte em coquetéis. Em minha opinião, falta-lhe personalidade, complexidade, caráter. Personalidade que ele irá adquirir da bebida que for adicionada para fazer alguma mistura. É honesto para seu preço. Paguei os R$ 29,90 da reportagem pela garrafa de 670ml.

Público feminino: às vezes comento aqui que tal whisky é ideal para o público feminino. A intenção é dizer que se trata de um whisky suave, não amargo, doce, já que a maioria das mulheres se identificam com bebidas que possuem estas características. Mas isto não implica dizer que não existam mulheres que apreciem algo mais forte. E há um grande número de mulheres apreciadoras de whisky e, principalmente, os mais fortes. Então, não se sintam menosprezadas, falo sempre no geral. E no geral, este é um whisky que agrada ao público feminino.

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Passport
Blend Teor Alc 40%
Sabor frutado e final cremoso e delicioso. Pode ser servido puro ou misturado com gelo. Moderadamente encorpado, com final macio e suave.
Saúde.

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Re: Whisky

Mensagem por daredevil » 18 Out 2014 19:44

Cardhu

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Os apreciadores de whisky são unânimes em falar que quando adentra-se no mundo dos single malts, invariavelmente entra-se num caminho sem volta. Chamada de a “trilha do whisky”, ela começa com os blends, standard (com energético, com água, com gelo, puro, nesta ordem, conforme o paladar vai acostumando), depois premium, experimenta-se alguns bourbons, e aí descobre-se os single malts. Dificilmente quem chega até os single malts, e os aprecia, volta a olhar da mesma forma para os blends. Mas não são todos que, de primeira, adota o whisky de malte. Cada um é único, possui sua própria característica, às vezes muito forte, e quem não está acostumado, a primeira impressão pode não ser muito boa. Se não insistir, perderá a oportunidade de conhecer bebidas primorosas. Os blends foram feitos justamente para isso, para tornar mais fácil o hábito de beber whisky. Por outro lado, felizmente, há sempre aqueles produtos capazes de tornar a transição de um tipo para outro, mais suave. O single malt Cardhu é um deles.

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Suas origens remontam à era do contrabando quando, em 1813, os agricultores de Cardow, John e Helen Cumming decidiram fabricar bebida ilícita e a vender pela janela da cozinha. Era bem provável que Helen fosse a destiladora do casal; tradicionalmente as mulheres assumiam a responsabilidade pela destilação nas comunidades rurais, e a história do whisky escocês é repleta de destiladoras famosas.

A fazendeira também agia como informante. Os oficiais da receita em visita à região de Knockando ficavam hospedados em sua fazenda. Helen costumava preparar as refeições, e quando eles estavam comendo, ela ia para fora e erguia uma bandeira vermelha, para avisar outros produtores da região da presença dos aduaneiros. Apesar disso, John foi preso três vezes por destilar sem licença.

Em 1824 John Cumming obteve licença para a Cardow. Em 1846, o patriarca morreu, e seu filho Lewis assumiu a gerência da fábrica. Antes da Ferrovia Strathspey ser inaugurada, o whisky era transportado em cavalos e charretes até Burghead e, em seguida, levado de navio até Leith, ao sul do país, que tinha a fama de produzir destilados de boa qualidade. O irmão de Lewis, James, era um mercador de bebidas em Edimburgo e também um dos clientes da destilaria.

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Após a morte de Lewis, em 1872, sua esposa Elizabeth, 24 anos mais nova, teve que assumir os negócios da família. Suas habilidades gerenciais lhe renderam uma ótima reputação, e ela passou a ser chamada de “A Rainha do Comércio de Whisky”. As instalações eram pequenas até Elizabeth a reconstruir na década de 1880. Foi ela quem colocou a Cardow no mapa quando expandiu as operações e vendeu seus alambiques velhos para William Grant (que naquela época estava procurando alambiques para sua nova destilaria, a Glenfiddich).

A Cardow foi comprada pela John Walker & Sons em 1893 e seu nome foi mudado para Cardhu. Um dos filhos de Elizabeth, John, foi nomeado diretor. Em 1908, o nome voltou a ser Cardow, e em 1925 a John Walker & Sons tornou-se parte da Scotish Malt Distillers. A destilaria fechou durante a Segunda Guerra Mundial, e seu nome passaria a ser novamente Cardhu. Como a maior parte da produção do Cardhu era para atender os whiskies Johnnie Walker, ela se tornou a casa do blend.

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A Cardhu tem seis alambiques e é a sede da marca Johnnie Walker. Além de fornecer matéria para o grupo, produz também um renomado single malt. Seu malte tem uma nota relvada ao lado de acentos de chocolate e laranja. Porém, em um dado momento da década de 1990, a proprietária, Diageo, tentou fazer com que os consumidores espanhóis passassem a tomar o Johnnie Walker Black Label como alternativa ao Chivas Regal. Mas, como os espanhóis aparentemente queriam uma garrafa que tivesse “malte” no rótulo, as vendas do Cardhu 12 na Espanha cresceram 100 mil unidades entre 1997 e 2002.

Por volta de 2003, a demanda estava crescendo tão rápido na Espanha que a Diageo percebeu que os estoques não seriam suficientes. Em vez de aumentar o preço para conter a demanda crescente, difícil de atender, sua solução foi manter o nome Cardhu, mas mudar o whisky de um single malt para um vatted, trocando o nome do whisky para Cardhu Pure Malt, o que permitia a adição de outros maltes.

Não se sabe se os espanhóis se aborreceram com isto, mas a indústria, sim. Embora isso fizesse sentido comercialmente, a decisão provocou um enorme clamor por parte das outras destilarias, que argumentavam, corretamente, que um produto vatted (caracterizado por ser uma mistura de single malts de várias destilarias) não podia usar o nome de uma única destilaria.

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Depois de questionamentos até no Parlamento, a Diageo teve de interromper as vendas do produto em 2003 e voltar a comercializar o Cardhu como um genuíno single malt 12 anos. Apesar de tudo, o “Caso Cardhu” acabou por ter um efeito benéfico, pois forçou a indústria a lidar com o problema da rotulagem e das definições do whisky. Uma nova regulamentação e uma terminologia mais clara foram introduzidas em 2005 e depois em 2009.

O que pude perceber:
Aroma: suave, leve. Sente-se um pouco de mel e também é bastante frutado. Com água predominam os aromas do mel e do malte. Dá para sentir um aroma de bala de banana. Com gelo ficou mais perfumado, mais gostoso, agora com um tom de bala mentolada.
Sabor: não senti a complexidade que pude notar em outros single malts, mas é bem saboroso. É delicado, suave. Confirma o sabor de mel e das frutas. Possui um final de médio para curto, bem frutado e com uma textura sedosa. Com água a textura já fica bem menos encorpada. Fica mais doce e também confirma o sabor da banana. O final persistiu um pouco mais. Acrescentando uma pedra de gelo o sabor fica mais suave, o álcool some e deixa um retrogosto agradável na boca.

Imagem"ouro líquido"

É um whisky que possui a coloração clara, de médio para pouco encorpado. Da casa Johnnie Walker, o nome apresenta suas credenciais. Mas não se apoia só no nome. No início me pareceu ser um whisky simples, que não iria me agradar. Mas foi ficando interessante à medida que o tempo da degustação ia passando. Com uma pedra de gelo ele se apresentou em sua forma ideal, inclusive sua cor ficou maravilhosa, parecendo ouro líquido. Para quem ainda não se aventurou no mundo dos single malt, este whisky é uma boa porta de entrada. Fácil de beber. Bebida fascinante. Muito bem recomendada. Para os apreciadores de Johnnie Walker então, este single malt é a pedida certa. Quanto ao preço, situa-se na faixa dos R$ 220,00. Comprei no Pão de Açúcar por R$ 139,90. Um achado.

Imagemcoloração clara

Para encerrar, e aproveitando o gancho da introdução, convém dizer também para não sermos tão puristas assim. Em minha opinião, todo caminho tem volta e, mais, podemos transitar à vontade por ele. Apreciar a diversidade de rótulos que nos são ofertados, sem preconceito. Existem ótimos blends no mercado tão bons quanto ou até de melhor qualidade que alguns single malts. O segredo está no seu gosto pessoal. Siga sempre esta dica: o melhor whisky é aquele que você gosta.

Curiosidades:
A palavra "Cardhu" deriva do gaélico escocês Creag Dubh, que significa "Black Rock", Rocha Negra.
Na Espanha é bebido misturado com Coca-Cola.
O Cardhu é o whisky de referência para as misturas do Johnnie Walker.
http://www.desvendandowhisky.blogspot.c ... malte.htmlCaso Cardhu

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CARDHU 12 ANOS
Single Malt: Speyside Teor Alc 40%
Este malte com aroma de urze e pera vem do lado mais suave de Speyside, é de leve a moderadamente encorpado, com um sabor delicado de nozes e de malte bem curtos no final.
Saúde.

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daredevil
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Re: Whisky

Mensagem por daredevil » 18 Out 2014 19:52

Dalmore

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O nome Dalmore significa “a grande terra dos prados”. É uma belíssima região da Escócia, com florestas beirando as montanhas e áreas alagadiças que atraem os mais diversos tipos de pássaros.

Fundada em 1839 por Alexander Matheson, a destilaria tem a parte de trás voltada para a Ilha Negra, onde uma das melhores cevadas da Escócia é cultivada. Com um vasto suprimento de grãos, turfas da região e a água do rio Alness, o local foi bem escolhido.

Membro da companhia comercial Jardine Matheson, de Hong Kong, Alexander Matheson construiu a Dalmore na área da fazenda Andross. A área foi escolhida pela proximidade de fontes de água e pela abundância de cevada Easter Ross.

Margaret Sutherland, que havia arrendado a produtora, era apenas uma “destiladora casual” por volta de 1850. Em 1867, a fábrica estava em mal estado de conservação e foi assumida pelos irmãos Charles, Andrew e Alexander Mackenzie, que pretendiam ampliá-la. A produção aumentou consideravelmente, passando de cerca de 74 mil litros no primeiro ano para aproximadamente 200 mil litros em 1894. Nessa época eles começaram a exportar o whisky para a Austrália e a Nova Zelândia através da Matheson & Co. Em 1891, os irmãos finalmente compraram a destilaria, com suas fazendas e seu píer.

A família passou um século envolvida com a destilaria e seu lema, “Eu brilho, não queimo” foi adotado pela marca. Há uma história de que em 1263 o clã Mackenzie impediu que o rei Alexandre III fosse chifrado por um veado. Em agradecimento, o rei concedeu ao clã o direito de colocar um chifre de veado de 12 pontas no brasão da família, símbolo de fidelidade, bravura e coragem. Esse é o símbolo oficial da Dalmore.

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A fábrica teve que interromper suas operações durante a Primeira Guerra Mundial, pois a Marinha usou suas instalações para construir minas terrestres (os barris foram transferidos para armazéns vizinhos). A produção de whisky foi retomada em 1920 e foi gerenciada por três gerações da família Mackenzie até 1960, quando a empresa se fundiu com a Whyte & Mackay Ltd. O blend da White & Mackay é amplamente associado ao The Dalmore, que é o principal single malt da empresa.

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A Dalmore é uma destilaria na qual o passado foi deixado para trás. Possui 8 alambiques. O alambique de cerveja é achatado no alto, e seu braço condutor escapa pelo corpo do pote; enquanto o alambique de espírito é revestido de camisas de resfriamento de cobre. Fica claro que a pessoa que projetou esses alambiques queria que o destilado condensasse o mais rapidamente possível; ele queria criar um caráter mais pesado, e é isso o que a Dalmore faz. É mais do que apenas pesado, no entanto; é doce e rico, com um aroma que lembra frutas frescas silvestres. A maior parte do destilado é amadurecido em barris europeus.

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A Dalmore esta ganhando reputação. Por anos, o único engarrafamento da Dalmore feito na destilaria foi um single malt 12 anos. Mais tarde, um 21 e um 30 anos foram introduzidos, junto com o Gran Reserva (antes conhecido como Cigar Malt), em 2002. Nesse ano, também ocorreu a venda em leilão de uma expressão de 62 anos pelo preço recorde de 25.877 libras. Muitas edições limitadas passam por um processo de maturação em barris diferentes, assunto que fascina o mestre de alambiques da White & Mackay, Richard Paterson.

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Premiado e reverenciado, o Master Distiller, Richard Patterson, é um capítulo a parte. Dedica mais de 40 anos de sua vida a supervisionar todo o processo desse portfólio premiado. Ele é considerado o melhor nariz da Escócia e é chamado “The Nose”. Seu trabalho é uma arte e consiste em classificar os aromas dos whiskies, selecionando somente os melhores. Por conta disso, seu nariz está avaliado em 2,4 milhões de dólares pela Lloyds.

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Hoje a destilaria pertence ao grupo United Spirits Limited, da UB Group, o conglomerado indiano do milionário Vijay Mallya e que atua em diversos segmentos: engenharia, aviação, fertilizantes, biotecnologia, imobiliário e bebidas. Também é proprietária da escuderia de Formula 1, Force India.

O que pude perceber:
Aroma: forte, picante, seco. Sente-se um pouco de especiarias. É um whisky bem complexo, vai mudando à medida que descansa no copo e libera seus aromas. De início, sente-se a presença marcante do álcool, mais um pouco e ele fica defumado, com um pouco de canela. Um pouco mais e sente-se chocolate amargo, açúcar mascavo, para então começar a aparecer as notas cítricas, de frutas cítricas. E então, volta o álcool e reinicia o ciclo. Com um pouco de água libera um aroma de baunilha e passas. O álcool some um pouco e as especiarias predominam. Acrescentando uma pedra de gelo predomina o aroma frutado.
Sabor: bem encorpado, sente-se uma certa dormência na língua, mas é muito saboroso, apesar de no início ser um pouco amargo. Mas depois isto vai mudando. Confirma no paladar a complexidade sentida no aroma, seu gosto vai mudando com o tempo. Seu final é longo, persistente, com um pouco do gosto de passas. Com água mantém o mesmo sabor. Com gelo fica bem suave, não agride, some a dormência na boca.

É um whisky maturado em barris de carvalho branco americano e também de sherry oloroso. No barril de carvalho americano fica descansando por 9 anos, depois disso, seu conteúdo é dividido: metade do líquido passa a maturar em barril de bourbon e a outra metade em barril de oloroso, por 3 anos, até completar os 12 anos de maturação. Esta combinação deixa o whisky simplesmente fantástico, muito saboroso. O que achei muito interessante também foi a mudança constante, em ciclos, como mencionado acima. Não tinha percebido isso nos whiskies até então. É uma bebida excelente, saborosa e muito bem recomendada. Está na casa dos R$ 200,00 em lojas especializadas e, felizmente, encontrei o meu por R$ 107,90 no Pão de Açúcar.


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THE DALMORE 12 ANOS
Single Malt: Terras Altas
Teor Alc: 40%
O bem estabelecido 12 anos atingiu o mercado mais requintado com sua embalagem e com seu preço. O whisky tem um sabor suave de cascas de frutas cristalizadas e calda de baunilha.
Slàinte.

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Re: Whisky

Mensagem por leofla » 18 Out 2014 19:54

ja tomei o passaport com guarana quando era mlk :lol: sempre foi barato pra misturar e ficar chapado e otimo!

srn!

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daredevil
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Re: Whisky

Mensagem por daredevil » 18 Out 2014 19:59

Dewar’s White Label

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John Dewar nasceu perto de Aberfeldy, em Perthshire, em 1806. Ao sair da escola, trabalhou como aprendiz de carpinteiro em Weem, e cinco anos depois retornou a Aberfeldy para trabalhar com seu irmão James em sua marcenaria. Dois anos depois, foi a Perth para trabalhar com seu tio James Macdonald em seu negócio de bebidas. Após a morte de MacDonald, em 1837, John se tornou um dos sócios e ali permaneceu até 1846, quando decidiu montar seu próprio negócio de vinhos e destilados em Perth.

A empresa cresceu e em 1860 contratou seu primeiro caixeiro-viajante. Em 1871, aos 15 anos, o filho mais velho de John (que tinha o mesmo nome) se juntou à empresa, para, oito anos mais tarde, se tornar sócio. John pai não estava bem nessa época e morreu em 1880, aos 74 anos. O filho assumiu o controle da companhia e pediu ao irmão mais novo, Thomas (Tommy), que à época trabalhava numa destilaria de Leith, que se juntasse a ele. Tommy se tornou sócio em 1885.

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Os irmãos estavam prestes a transformar a pequena loja do pai em uma empresa pública. Tommy foi para Londres, para abrir escritórios; passou a viajar pelo mundo e documentou suas viagens de negócios no livro A Ramble Round the Globe (sem edição em português). A empresa foi agraciada pela rainha Vitória com o título real e o tem mantido desde então.

Ao ser comprada pela Bacardi, em 1988, a Dewar’s foi revigorada. A marca foi renovada e investimentos consideráveis foram feitos em todo o negócio. Produtos novos foram desenvolvidos, visando o crescimento do White Label, um dos blends escoceses que mais vendem nos EUA. O primeiro foi uma expressão de 12 anos, Special Reserve, seguida do engarrafamento 18 anos Fouder’s Reserve e de um ultra-premium conhecido como Signature.

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O Dewar’s White Label foi criado pelo primeiro misturador da companhia, A. J. Cameron, em 1906. Há cerca de 40 tipos diferentes de whiskies de malte e grão em sua composição, e o puro malte Aberfeldy é o principal ingrediente. Outros single malts do grupo – Aultmore, Craigellachie, Royal Brackla e, em uma proporção menor, MacDuff – também são usados. Embora não esteja disponível em todas as partes do Reino Unido, sua presença é dominante nos EUA. Além disso, é importante em alguns mercados europeus e está em desenvolvimento na Ásia.

A Bacardi expandiu a distribuição global do Dewar’s e fez com que o perfil da marca crescesse ao intensificar os anúncios e o marketing. Os padrões da produção permaneceram altos, e alguns afirmam que houve uma melhora na qualidade do blend. Isso fez com que atingisse a quinta posição entre os blends mais vendidos no mundo.

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O que pude perceber:
Aroma: malte, levemente defumado. Um pouco de mel e baunilha. Com um pouco de água fica um pouco mais adocicado, puxando para açúcar mascavo ao mesmo tempo que intensifica o aroma de malte. Apresentou mais um aroma de fundo, de especiarias, que eu não soube identificar quais. Após o whisky descansar um pouco no copo, dá para sentir bem mais o defumado. Este acréscimo de água liberou bem mais o esfumaçado do whisky. Acrescentando uma pedra de gelo ficou mais cítrico.
Paladar: leve dormência na boca. Final seco e um pouco prolongado. Não é amargo, pelo contrário, confirma na boca um pouco da doçura do mel sentido no aroma. A adição de um pouco de água deixou o whisky um pouco cítrico, mas também dá para sentir o sabor levemente esfumaçado. Continua o formigamento na boca e o retrogosto continua um pouco longo. Com gelo ficou mais fresco e mais suave. O ardor da boca diminui e sente-se o sabor de pera madura.

É um whisky levemente encorpado, não muito forte, mas agride um pouco com o álcool no início. É um daqueles que se deve achar o ponto certo para beber. Achando este ponto, torna-se uma bebida bastante saborosa e agradável, principalmente para aqueles que, como eu, apreciam um whisky um pouco defumado (na próxima matéria iremos falar um pouco sobre a turfa). É um whisky honesto, entrega o que se espera de um bom blend standard e tem um bom custo-benefício, podendo ser encontrado na faixa dos R$ 65,00. Encontrei o meu no Pão de Açúcar a R$ 39,99.

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Dewar’s White Label
Blend Teor Alc 40%
Doce e urze no nariz. Levemente encorpado, fresco, com características de malte, algumas especiarias. Um final limpo e um pouco seco.

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