O "deus mercado" é realmente bom?

Assuntos gerais que não se enquadrem nos fóruns oficiais serão discutidos aqui.
Dekkers
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Re: O "deus mercado" é realmente bom?

Mensagem por Dekkers » 17 Jun 2015 14:25

Shin escreveu:
Como uma legislação trabalhista vai ser criada ANTES DO MERCADO DE TRABALHO, meu amigo?

E se se contabilizava horas de trabalho nas indústrias, antes, no sistema feudal, não havia como calcular quanto tempo da vida o servo dedicava ao plantio e colheita da produção da terra porque ele não era trabalhador; era escravo. Ninguém contava horas de trabalho de escravos, cara! Assiste Game of Thrones que dá pra ter uma ideia de como funciona uma economia feudal e como é a relação de trabalho dentro dela. Depois me diz como se contabiliza as horas de trabalho dessa gente.

E leia você, meu amigo. Sugeriu leituras a rodo e pelo visto nem sequer leu o Piketty. Se tivesse lido saberia que nem ele, o maior expoente da social-democracia e esquerda em geral atualmente, acredita na acumulação primitiva, ou acumulação capitalista, ou a acumulação infinita do Marx. É a tecnologia e a ramificação econômica que impedem que isso aconteça, como aconteceu depois da Revolução Industrial e vem acontecendo até hoje.

O maior mecanismo para redução da desigualdade social é ironicamente esse que tu tanto ataca... Em nome da igualdade social. Hahahaha

Preocupe-se com a sua leitura e pare de tentar adivinhar as minhas. Já errou em todas até aqui.
Ué, porque eu li o autor eu tenho que concordar com tudo; a mim ele interessa em alguns aspectos, em outros não. Entenda que DÉCADAS depois das pessoas terem migrado para as cidades, porque foram expulsas do campo, as relações de trabalho não foram regulamentadas, ou se foram, ficaram como letra morta. As pessoas, no início da Idade-Moderna, trabalhavam menos, mas com o passar dos séculos passaram a trabalhar cada vez mais, embora o trabalho fosse legalmente livre.

E eu falando de livros acadêmicos e você vem me falar de Game of Thrones? PQP!!

O ritmo de trabalho no campo nos séculos XVI e XVII, era muito mais lento e no ritmo da natureza. Houve um crescimento semanal das horas trabalhadas com a Revolução industrial e com a ida das pessoas para a cidade. De 1650 a 1750, na Inglaterra, as pessoas trabalhavam 45 a 55 horas semanais, de 1750 a 1850 as pessoas passaram a trabalhar de 72 a 80 horas semanais. A fonte é Newton Cunha, "A Felicidade Imaginada", 1987, p. 37.

Dekkers
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Re: O "deus mercado" é realmente bom?

Mensagem por Dekkers » 17 Jun 2015 14:42

Shin escreveu:
A revolução industrial pagava mal por causa do regime clássico de servidão que vigorava antes do século XIX. Ninguém se pergunta por quê mesmo com as indústrias pagando tão mal tanta gente saiu do campo pra ir pra cidade morar nos cortiços... Era escroto? Era. Claro! Mas era melhor que o feudalismo de antes onde nego tinha que plantar numa terra que não era sua, trabalhar pra alguém que é rico por direito de nascimento e em troca tinha que matar e morrer em nome dos interesses particulares dos seus lordes. Mas, ei, deve ser melhor isso que trabalhar por dinheiro, não?

O mercado é falho? É. Afinal, ele é resultado dos medos e anseios de milhões, bilhões de pessoas. Mas se bilhões de pessoas decidindo juntas erram, imagine o quanto mais erram uns poucos dentro de governos que se acham perfeições intelectuais, iluminados, que pensam saber melhor que cada um de nós o que nós mesmos queremos... Aliás, não precisamos imaginar. Os últimos trinta anos do Brasil, principalmente os doze mais recentes, estão aí pra provar a MERDA que eles fazem.

Ainda assim, em vez de aperfeiçoar o próprio mercado, os socialistas/comunistas esperam acabar com ele. Pra quê? Pra dar igualdade de pobreza pra todo mundo.

É foda, cara. O crescimento só existe porque a economia se ramifica. E a economia só se ramifica por conta das forças da competitividade capitalista. A única força que leva o estado a desenvolver tecnologia é a guerra, cuja base desse desenvolvimento é a... Concorrência! Se o governo americano e a União Soviética desenvolveram muita tecnologia foi justamente por conta da competição que a Guerra Fria proporcionou.

A própria Revolução Industrial só proporcionou crescimento acima da média eterna que vigorou até o século XVIII porque ramificou, mudou, inovou a economia. Se não houver ramificação o crescimento econômico só pode ser igual ao crescimento demográfico, o que significa que assim, mesmo no melhor dos cenários, no máximo ninguém fica mais pobre, mas ninguém enriquece também. A miséria se perpetua. É por isso que o feudalismo deu tão certo e só acabou quando deu origem à Revolução Industrial. Como não havia crescimento econômico praticamente não havia mobilidade social. E por essa razão as sociedades eram castificadas em regimes de servidão, de acordo com o nascimento de cada um. Era direito de sangue ser rico e dever de sangue ser pobre.

Aí o caralho do mercado melhora a vida de todo mundo, do pobre ao rico, mas nego se importa mais se o rico é mais rico em vez de querer saber se o pobre melhorou de vida.

Sobre essa preocupação excessiva com a inveja, aliás, esse video da Thatcher é excelente.

"They'd rather have the poor poorer provided that the richer were less rich"

phpBB [video]


Como Churchill disse, "Socialism is the philosophy of failure, the creed of ignorance and the gospel of envy".

Por isso que eu digo que socialista/comunista é tudo um bando de filho da puta burro travestido de boa gente.
Olha esse FMI invejoso: http://www.valor.com.br/internacional/4 ... aponta-fmi" onclick="window.open(this.href);return false;

Mais invejosos: "Riqueza de 1% deve ultrapassar a dos outros 99% até 2016, alerta ONG
19 janeiro 2015
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Manifestante protesta contra desigualdade (Foto: Thinkstock)
Renda anual individual de parcela mais rica da sociedade pode chegar a R$ 7 milhões
A partir do ano que vem, os recursos acumulados pelo 1% mais rico do planeta ultrapassarão a riqueza do resto da população, segundo um estudo da organização não-governamental britânica Oxfam.
A riqueza desse 1% da população subiu de 44% do total de recursos mundiais em 2009 para 48% no ano passado, segundo o grupo. Em 2016, esse patamar pode superar 50% se o ritmo atual de crescimento for mantido.
Leia mais: Fortuna de super-ricos é 'incontrolável', diz pesquisador
O relatório, divulgado às vésperas da edição de 2015 do Forum Econômico Mundial de Davos, sustenta que a "explosão da desigualdade" está dificultando a luta contra a pobreza global.
"A escala da desigualdade global é chocante", disse a diretora executiva da Oxfam Internacional, Winnie Byanyima.
"Apesar de o assunto ser tratado de forma cada vez mais frequente na agenda mundial, a lacuna entre os mais ricos e o resto da população continua crescendo a ritmo acelerado."
Desigualdade
A concentração de riqueza também se observa entre os 99% restantes da população mundial, disse a Oxfam. Essa parcela detém hoje 52% dos recursos mundiais.
Porém, destes, 46% estão nas mãos de cerca de um quinto da população.
Isso significa que a maior parte da população é dona de apenas 5,5% das riquezas mundiais. Em média, os membros desse segmento tinham um patrimônio individual de US$ 3.851 (cerca de R$ 10.000) em 2014.
Já entre aqueles que integram o segmento 1% mais rico, o patrimônio era de US$ 2,7 milhões (R$ 7 milhões).
A Oxfam afirmou que é necessário tomar medidas urgentes para frear o "crescimento da desigualdade". A primeira delas deve ter como alvo a evasão fiscal praticada por grandes companhias.
O estudo foi divulgado um dia antes do aguardado discurso sobre o estado da União a ser proferido pelo presidente americano Barack Obama.
Espera-se que o mandatário da nação mais rica - e uma das mais desiguais - do planeta defenda aumento de impostos para os ricos com o objetivo de ajudar a classe média".

Olha como um inglês gosta da Thatcher: https://www.youtube.com/watch?v=CxVnQxWraHs" onclick="window.open(this.href);return false;

https://www.youtube.com/watch?v=37Cmzvt549Y" onclick="window.open(this.href);return false;

Olha quanta gente preguiçosa, que não quer trabalhar e invejosa:
"Mais de 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo, diz estudo

Crianças são alimentadas em Guatemala
Estudo considera 'séria' a situação alimentar na Guatemala

Um estudo do Instituto Internacional de Investigação sobre Políticas Alimentares (IFPRI, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira indica que ao menos 1 bilhão de pessoas (cerca de um sétimo da população mundial) sofrem de desnutrição no planeta.

Na América Latina, a situação é considerada “grave” na Bolívia, Guatemala e no Haiti.

A pesquisa, intitulada Índice Global da Fome 2010, mostra que a fome se revela principalmente por meio da desnutrição infantil – quase a metade dos afetados são crianças. Os níveis mais altos se encontram na África Subsaariana e no sul da Ásia.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Segurança Alimentar (FAO), um ser humano passa fome quando consome menos de 1.800 quilocalorias por dia, o mínimo para levar uma vida saudável e produtiva.

Os dados do estudo apontam que o número de desnutridos voltou a crescer, após cair entre 1990 e 2006. A explicação é a crise econômica e o aumento nos preços globais dos alimentos.

O IFPRI considera a situação “extremamente alarmante” em três países, todos africanos (Chad, Eritreia e República Democrática do Congo). Outros 26 países vivem situação “alarmante”.

No continente americano, a Bolívia, a Guatemala e o Haiti têm os piores índices em relação à falta de alimentos.

O documento classifica de “moderada” a fome no resto da América Central, com a exceção da Costa Rica. Também é “moderada” a situação na maioria da América do Sul – já no Brasil, Uruguai, Argentina e Chile há níveis baixos de desnutrição, segundo o informe.

‘Caso de sucesso’

Os pesquisadores classificam o Brasil como um “caso de sucesso” na questão da fome. Segundo o estudo, entre 1974 e 1975, 37% das crianças brasileiras eram subnutridas. O índice caiu para 7% entre 2006 e 2007, melhora atribuída aos aumentos nos investimentos em programas de nutrição, saúde e educação ocorridos desde o fim dos anos 70.

“Entre 1996 e 2007, muito da melhora na nutrição infantil se deveu a mais creches, rendas familiares maiores, melhoras no atendimento de mães e crianças e maior cobertura de suprimento de água e serviços sanitários”, diz o estudo, que também cita o Bolsa Família, avaliado como “um bem-sucedido programa de redução da pobreza que integra nutrição, saúde e metas de educação”.

“Esse programa, assim como outras políticas governamentais, também tiveram um grande papel em reduzir a desigualdade, fazendo com que o status nutricional de crianças pobres rapidamente se aproximasse do de crianças mais ricas”, afirma o documento.

Fome em crescimento

Apesar do avanço em países como Brasil e China, o estudo mostra que a fome cresceu em nove países (oito deles na África Subsaariana e a Coreia do Norte).

O país com o pior desempenho é a República Democrática do Congo, onde o índice cresceu 65%. Em Burundi e em Madagascar, metade das crianças têm problemas no seu desenvolvimento físico por falta de uma dieta adequada.

Para a pesquisadora Marie Ruel, uma das autoras do estudo, “a janela de oportunidade para evitar que sigam crescendo os níveis de desnutrição está nos dois anos (...). Depois dos dois anos de idade, os efeitos negativos da desnutrição são em grande parte irreversíveis.”

Segundo o informe, é possível reduzir a desnutrição infantil para um terço da atual melhorando os cuidados na saúde e na dieta não só de crianças como também de mães grávidas e na fase de amamentação".

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Re: O "deus mercado" é realmente bom?

Mensagem por Shin » 17 Jun 2015 15:15

Dekkers escreveu: Ué, porque eu li o autor eu tenho que concordar com tudo; a mim ele interessa em alguns aspectos, em outros não. Entenda que DÉCADAS depois das pessoas terem migrado para as cidades, porque foram expulsas do campo, as relações de trabalho não foram regulamentadas, ou se foram, ficaram como letra morta. As pessoas, no início da Idade-Moderna, trabalhavam menos, mas com o passar dos séculos passaram a trabalhar cada vez mais, embora o trabalho fosse legalmente livre.

E eu falando de livros acadêmicos e você vem me falar de Game of Thrones? PQP!!

O ritmo de trabalho no campo nos séculos XVI e XVII, era muito mais lento e no ritmo da natureza. Houve um crescimento semanal das horas trabalhadas com a Revolução industrial e com a ida das pessoas para a cidade. De 1650 a 1750, na Inglaterra, as pessoas trabalhavam 45 a 55 horas semanais, de 1750 a 1850 as pessoas passaram a trabalhar de 72 a 80 horas semanais. A fonte é Newton Cunha, "A Felicidade Imaginada", 1987, p. 37.
Cara, eu sinceramente acho que tu não leu o Piketty. Não só porque tu escreveu o nome do cara muito errado, não, mas porque tu citou ele como referência e depois disse exatamente o oposto do que é uma das teses centrais do trabalho dele. É tipo mandar alguém ler o Sítio do Picapau Amarelo achando que é de terror.

E pra tu ver... Tu falou de livros acadêmicos que EU li e que aparentemente tu não e ainda assim eu te recomendei ver Game Of Thrones pra entender como funciona uma economia feudal. Hahahaha


Sobre a regulamentação das relações de trabalho, cara, entenda uma coisa, por favor: regulamentação é um processo posterior, que demanda maturação e acomodação de diversos interesses políticos, econômicos e sociais no processo. O Direito não brota do dia pra noite nem em questões simples, cotidianas. E a Revolução Industrial e o surgimento das relações livres de trabalho foram tudo menos cotidianas. As sociedades tiveram que se organizar, aprender, avaliar e só depois regulamentar essas relações. Até hoje, três séculos depois, essa regulamentação não é perfeita. Que dirá nos primeiros anos desse processo.

Em tempo, como exemplo, nossa Constituição de 88 tem trinta anos. TRINTA, TRÊS DÉCADAS. E ainda assim desde que ela foi promulgada se fala na Reforma Política e ela até hoje não saiu do papel, tal qual a reforma tributária e todas as outras mudanças de que todo brasileiro sabe que o país precisa mas que ainda não foram feitas. Pra mudar ou regulamentar alguma coisa você tem que debater, discutir e organizar os interesses de duzentas milhões de pessoas de forma que o resultado final agrade à maioria delas.

No caso específico das relações de trabalho, os movimentos trabalhistas surgiram algum tempo depois da revolução industrial por causa da falta dessa regulamentação. E pra tu ver como esse processo é falho, hoje em muitos países, como no Brasil, se pecou pelo absoluto excesso na legislação trabalhista.

Imagina resolver um problema cujas pendengas pra um lado e pra outro duram mais de três séculos no início desse processo, quando toda a ideia de relação de trabalho livre era novidade pra todo mundo...

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Re: O "deus mercado" é realmente bom?

Mensagem por Shin » 17 Jun 2015 15:20

Dekkers escreveu: Olha esse FMI invejoso: http://www.valor.com.br/internacional/4 ... aponta-fmi" onclick="window.open(this.href);return false;

Mais invejosos: "Riqueza de 1% deve ultrapassar a dos outros 99% até 2016, alerta ONG
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Renda anual individual de parcela mais rica da sociedade pode chegar a R$ 7 milhões
A partir do ano que vem, os recursos acumulados pelo 1% mais rico do planeta ultrapassarão a riqueza do resto da população, segundo um estudo da organização não-governamental britânica Oxfam.
A riqueza desse 1% da população subiu de 44% do total de recursos mundiais em 2009 para 48% no ano passado, segundo o grupo. Em 2016, esse patamar pode superar 50% se o ritmo atual de crescimento for mantido.
Leia mais: Fortuna de super-ricos é 'incontrolável', diz pesquisador
O relatório, divulgado às vésperas da edição de 2015 do Forum Econômico Mundial de Davos, sustenta que a "explosão da desigualdade" está dificultando a luta contra a pobreza global.
"A escala da desigualdade global é chocante", disse a diretora executiva da Oxfam Internacional, Winnie Byanyima.
"Apesar de o assunto ser tratado de forma cada vez mais frequente na agenda mundial, a lacuna entre os mais ricos e o resto da população continua crescendo a ritmo acelerado."
Desigualdade
A concentração de riqueza também se observa entre os 99% restantes da população mundial, disse a Oxfam. Essa parcela detém hoje 52% dos recursos mundiais.
Porém, destes, 46% estão nas mãos de cerca de um quinto da população.
Isso significa que a maior parte da população é dona de apenas 5,5% das riquezas mundiais. Em média, os membros desse segmento tinham um patrimônio individual de US$ 3.851 (cerca de R$ 10.000) em 2014.
Já entre aqueles que integram o segmento 1% mais rico, o patrimônio era de US$ 2,7 milhões (R$ 7 milhões).
A Oxfam afirmou que é necessário tomar medidas urgentes para frear o "crescimento da desigualdade". A primeira delas deve ter como alvo a evasão fiscal praticada por grandes companhias.
O estudo foi divulgado um dia antes do aguardado discurso sobre o estado da União a ser proferido pelo presidente americano Barack Obama.
Espera-se que o mandatário da nação mais rica - e uma das mais desiguais - do planeta defenda aumento de impostos para os ricos com o objetivo de ajudar a classe média".

Olha como um inglês gosta da Thatcher: https://www.youtube.com/watch?v=CxVnQxWraHs" onclick="window.open(this.href);return false;

https://www.youtube.com/watch?v=37Cmzvt549Y" onclick="window.open(this.href);return false;

Olha quanta gente preguiçosa, que não quer trabalhar e invejosa:
"Mais de 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo, diz estudo

Crianças são alimentadas em Guatemala
Estudo considera 'séria' a situação alimentar na Guatemala

Um estudo do Instituto Internacional de Investigação sobre Políticas Alimentares (IFPRI, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira indica que ao menos 1 bilhão de pessoas (cerca de um sétimo da população mundial) sofrem de desnutrição no planeta.

Na América Latina, a situação é considerada “grave” na Bolívia, Guatemala e no Haiti.

A pesquisa, intitulada Índice Global da Fome 2010, mostra que a fome se revela principalmente por meio da desnutrição infantil – quase a metade dos afetados são crianças. Os níveis mais altos se encontram na África Subsaariana e no sul da Ásia.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Segurança Alimentar (FAO), um ser humano passa fome quando consome menos de 1.800 quilocalorias por dia, o mínimo para levar uma vida saudável e produtiva.

Os dados do estudo apontam que o número de desnutridos voltou a crescer, após cair entre 1990 e 2006. A explicação é a crise econômica e o aumento nos preços globais dos alimentos.

O IFPRI considera a situação “extremamente alarmante” em três países, todos africanos (Chad, Eritreia e República Democrática do Congo). Outros 26 países vivem situação “alarmante”.

No continente americano, a Bolívia, a Guatemala e o Haiti têm os piores índices em relação à falta de alimentos.

O documento classifica de “moderada” a fome no resto da América Central, com a exceção da Costa Rica. Também é “moderada” a situação na maioria da América do Sul – já no Brasil, Uruguai, Argentina e Chile há níveis baixos de desnutrição, segundo o informe.

‘Caso de sucesso’

Os pesquisadores classificam o Brasil como um “caso de sucesso” na questão da fome. Segundo o estudo, entre 1974 e 1975, 37% das crianças brasileiras eram subnutridas. O índice caiu para 7% entre 2006 e 2007, melhora atribuída aos aumentos nos investimentos em programas de nutrição, saúde e educação ocorridos desde o fim dos anos 70.

“Entre 1996 e 2007, muito da melhora na nutrição infantil se deveu a mais creches, rendas familiares maiores, melhoras no atendimento de mães e crianças e maior cobertura de suprimento de água e serviços sanitários”, diz o estudo, que também cita o Bolsa Família, avaliado como “um bem-sucedido programa de redução da pobreza que integra nutrição, saúde e metas de educação”.

“Esse programa, assim como outras políticas governamentais, também tiveram um grande papel em reduzir a desigualdade, fazendo com que o status nutricional de crianças pobres rapidamente se aproximasse do de crianças mais ricas”, afirma o documento.

Fome em crescimento

Apesar do avanço em países como Brasil e China, o estudo mostra que a fome cresceu em nove países (oito deles na África Subsaariana e a Coreia do Norte).

O país com o pior desempenho é a República Democrática do Congo, onde o índice cresceu 65%. Em Burundi e em Madagascar, metade das crianças têm problemas no seu desenvolvimento físico por falta de uma dieta adequada.

Para a pesquisadora Marie Ruel, uma das autoras do estudo, “a janela de oportunidade para evitar que sigam crescendo os níveis de desnutrição está nos dois anos (...). Depois dos dois anos de idade, os efeitos negativos da desnutrição são em grande parte irreversíveis.”

Segundo o informe, é possível reduzir a desnutrição infantil para um terço da atual melhorando os cuidados na saúde e na dieta não só de crianças como também de mães grávidas e na fase de amamentação".
Cara, eu não tenho tempo pra ler tanto texto que tu cola. Tu faz a mesma coisa no tópico de economia. Faz como todo mundo, bicho: escreve com as tuas palavras e põe os links pra te respaldar, porque se não fica foda debater. Eu não tô debatendo com o autor do texto, to debatendo contigo.

Se tu quiser fazer um resumo dessa porra toda aí eu te agradeço. Só vou ler isso aí à noite.

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