A luta descrita no jornal da época Diario da Noite:
OS minutos arrastavam-se. Os preparativos e discussões que precederiam o combate eram atentadamente observados.
Foram tirados com esfregões a água que escapara a lona. E depois criou-se o impasse
com o juiz."Carlos Pereira não pode apitar esta peleja! - opos Carlos Gracie"..."Não temos confiança nele-".
Aceitou funcionar como juiz o comandante Euzébio Queiroz Filho....
Tocou o gongo. O brasileiro apertou a mão do campeão do mundo e afastou-se, aproximando em seguida
para a pegada de quimonos mais emocionante e audaciosa de sua vida.
O silencio partiu-se com o ensurdecedor arranco da torcida.
Kimura segurou o quimono de Hélio e aplicando-lhe um violento passapé. O brasileiro caiu e o japones
passou a executar aquilo que prometera: luta na lona."Vencer Gracie no chão, dentro de sua especialidade".
Com os braços possantes, Kimura afastou em um lance, a guarda de pernas de Helio. De nada valeu a defesa técnica do
nacional: Kimura desbaratou a guarda com a força de seus músculos. Parecia um trator.
Passando para a lateral do brasileiro, o gigante amarelo alcançou-lhe o tronco de tal modo
que Hélio ficou com as pernas impossibilitadas de ação eficiente. O nacional jogou todos os
seus recursos em uma defesa desesperada.. Preocupou-se com a proteção do pescoço, pois, na sua investida inicial
Kimura visava um estrangulamento. O super-campeão niponico tentou, por varias vezes , a chave de pescoço
puxando as abas do quimono do brasileiro. Ou então, malicioso, tinha em mente fazer com que a atenção de Hélio
ficasse voltada para a eventualidade de um estrangulamento, a fim de no momento exato
pulbear-lhe outro golpe fatal. Kimura desenvolvia ataques e Hélio concentrava-se na defesa. O japones, a certa altura firmou
o joelho sobre as costelas do brasileiro, pressionando-lhe com seus 98 quilos, somados a força de uma alavanca, Helio
confessaria mais tarde que, naquele momento, pensou que as suas costelas partissem(?).
Vencida a guarda do brasileiro , o japones dominava a luta, montado por tras. Notava-lhe -se o propósito de surpreender
o nacional em uma chave inglesa - torção de braço eu(?) pernas. As vezes parecia tentar
chaves de braço mas o seu jogo era malicioso, pois procurava apenas confundir o adversário.
Desfrutando de posição vantajosa, sempre por cima do brasileiro, Kimura ainda no primeiro round, prendeu o pescoço
de Hélio entre as pernas. O brasileiro fez a defesa clássica, protegendo com os braços o pescoço
. Mas a força de Kimura triunfou sobre a técnica: braços e pescoço do brasileiro foram atochados, como se espremidos pelos
anéis de uma sucuri.
"Aqueles instantes foram terriveis para mim. Por segundos eu perdi os sentidos. Kimura
pensou ter obtido a vitória e afrouxou a alavanca de pernas, e eu pude safar-me da tormenta".
Estava para findar o primeiro round. Kimura maltratava o brasileiro com o seu peso, usando
os joelhos contra o torax e os rins de Helio e sentando no rosto do nacional, de modo
a descarregar os seus 98 quilos. Consumiu os 10 minutos do primeiro round tentando chaves inglesas,
armolocks e amortecendo a resistencia do brasileiro amassando-o de encontro ao "tatame".
Hélio sobreviveu ao primeiro round. A luta desenvolver-se ia em três tempos: três rounds de
10 minutos cada, por dois de descanço. A inquietação da assistencia recebeu a consolação
da resistencia do brasileiro. A fibra, a coragem e a técnica de Gracie foi documentadas no primeiro
assalto do gigante do Sol Nascente. Era de esperar-se a vitória no primeiro round, mas o que se viu
foi um extraordinário desdobramento técnico de Hélio que confundiu os recursos de força e
conhecimentos do campeão do mundo.
12 minutos - O fim
Escorria suor do rosto quadrado de Kimura. Hélio Gracie refrescou a garganta, refrigerou o pescoço e partiu para o 2 round.
"Se ele perder agora, não faz mal. Já restitiu bastante. Kimura obtera uma vitória de força".
Kimura pegou o quimono de Hélio, derrubou-o, superou a guarda de pernas e montou por trás, novamente comprimindo o joelho
nas costelas do brasileiro.
O campeão do mundo alivou sua ofensiva. Os dois corpos rolavam na lona. Parecia a luta de um tigre com uma cobra,
tal a desproporção. Montado sobre o tronco de Hélio,(?) em cima do rosto do brasileiro e dificultando-lhe a respiração.
O gigante amarelo dava (?) para completar uma chave inglesa. Hélio procurava atrapalhar Kimura com as pernas, mas não conseguiu.
Era como se o achatasse uma tonelada(?). Precisamente no terceiro minuto do 2 round. 13 minutos cronometricos de luta
ocorreu o fim da batalha mais desigual de jiu jitsu ja ferida no Brasil. Kimura engatou uma alavanca. Fazia força para torcer, pelas costas o braço de Hélio
, consumando a chave inglesa que não pode aplicar no 1 round. O brasileiro fez a defesa. Tecnicamente, o golpe em que investia não poderia ser encontrado(?).
Mas atuou a força do super-campeão. Usando todo o poder de seus musculos, Kimura acionava a chave inglesa, rompendo a força bruta a defesa do brasileiro.
Arrastando tudo de uma vez . Segurando embora o punho de Kimura puxava, (?)a mão livre, Helio teve,
sua resistencia tecnica partida. Kimura apertava o golpe e Helio começava a ficar roxo de (?).
CArlos Gracie de olhos vigilantes , observou a (?) do irmão. Adivinhou que Hélio poderia tentar resistir inutilmente. Se o fizesse teria obraço partido em três partes.
Assim Carlos invadiu o tablado e interrompeu a luta. O juiz levantou o braço de Kimura dando lhe merecidamente a vitória.
fonte:
http://memoria.bn.br/DocReader/DocReade ... esq=Kimura" onclick="window.open(this.href);return false;