Funcionário da FIocruz, é preso ilegalmente no RJ.

[Hans de Sulivan]

.Solto por decisão judicial após acusação de roubo, funcionário da Fiocruz relata período na cadeia: ‘Chorava quase o tempo todo’

Alexandre Augusto Andrade da Ressurreição tem 34 anos Foto: Reprodução
Luã Marinatto Tamanho do textoA A A
A voz é pausada e, eventualmente, vacila. Em certos momentos, o silêncio dura longos segundos. A insegurança, porém, some quando Alexandre Augusto Andrade da Ressurreição, de 34 anos, reafirma sua inocência. Após passar uma semana no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, o analista de gestão da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) conversou com o EXTRA, pela primeira vez, sobre o período na cadeia. Indiciado por roubo pela 27ª DP (Vicente de Carvalho), Alexandre foi solto na última sexta-feira, por força de uma decisão judicial na qual a desembargadora Adriana Lopes Moutinho cita uma série de falhas na investigação policial.

— Tudo aconteceu muito rápido. Bateram na minha janela e eu ainda estava dormindo. Me levaram até a viatura, na frente de toda a vila, e depois fui algemado. Foi traumático. Na delegacia, fui levado várias vezes a uma sala, onde me perguntavam se eu tinha envolvimento com o crime, se fui (ao local do roubo) porque quis ou forçado... E sempre neguei, dizia apenas que não estava presente — lembra ele.

Os roubos pelos quais o rapaz responde ocorreram na noite do dia 30 de agosto, no bairro de Irajá, na Zona Norte da cidade, quando três homens — um deles armado —, em um carro, levaram dois celulares, um aparelho de DVD e R$ 100 de pelo menos duas vítimas. A placa do veículo levou a polícia até Alexandre, que recebe R$ 9 mil mensais como funcionário concursado da Fiocruz. Ele, contudo, afirma ter vendido o automóvel quatro meses antes — fato, inclusive, documentado junto ao Detran.

— Na noite em que aconteceram os assaltos de que estão me acusando, eu estava em casa, conversando pelo celular, através do WhatsApp, com alguns amigos. O único contato que tive com os compradores do carro, que moravam próximo do local onde eu vivia na época, se deu durante a transação. Não tínhamos nenhum grau de amizade. Depois, não vi mais ninguém, nem o veículo — garante Alexandre.

Formado em Farmácia pela UFRJ e cursando sua segunda faculdade, agora de Jornalismo, Alexandre dividiu a cela com outro preso de nível superior. Durante a semana em que permaneceu no complexo penitenciário, forçou-se a fazer as três refeições diárias — “era um arroz e feijão intragável, mas sabia que precisava comer”, diz.

— Eu chorava quase o tempo todo. Até que conseguiram levar, pra mim, uma Bíblia, que acabou sendo o meu sustento para suportar tudo aquilo (Alexandre é católico). Era muito difícil. A mesma água que tomava banho, que limpava os dejetos, era a que a gente bebia. E água é essencial para a vida de qualquer pessoa. É uma situação que nunca imaginei que passaria, ainda mais sendo alguém que tudo o que conseguiu foi através de esforço e estudo — afirma.

Alexandre Augusto Andrade da Ressurreição tem 34 anos Foto: Reprodução
Versões conflitantes

Desde que saiu da prisão, Alexandre tem passado os dias na casa da mãe. Com medo de sair sozinho na rua, ele se diz focado em reunir provas que atestem sua inocência. Ao trabalho na Fiocruz, onde colegas de empresa são unânimes em defendê-lo, só deve retornar na próxima semana. Enquanto isso, o rapaz busca forças para ver algo de positivo na situação que vem enfrentando.

— Eu não tenho palavras para agradecer às pessoas que se mobilizaram em meu nome, desde correntes de oração até ajudas com valores para pagar os advogados. O único sentimento que vem é de gratidão — relata.

O delegado Felipe Curi, titular da 27ª DP, informou que o analista de gestão foi identificado através de fotos de uma rede social, e que por isso indiciou o suspeito. Depois da prisão, um novo reconhecimento, dessa vez presencial, foi feito na delegacia. Localizadas pelo EXTRA, as duas vítimas confirmaram terem participado de ambos os procedimentos, e asseguraram não ter dúvidas sobre a participação do rapaz. Alexandre, por sua vez, alega que em momento algum, enquanto esteve na 27ª DP, foi perfilado ao lado de outros homens, tal qual devem ocorrer os reconhecimentos.

Já a desembargadora Adriana Lopes Moutinho, que concedeu o habeas corpus, criticou a investigação: “A prisão se mostra ilegal e absurda, com fundamentos genéricos e sem quaisquer bases nos fatos que se encontram nos autos”, escreveu a magistrada. A desembargadora continua: “A autoridade policial, embora identificando o paciente (Alexandre) e tendo elementos suficientes para sua localização, não o intimou para ser ouvido”.

— A polícia deve ter, definitivamente, o discernimento de que o ato investigatório é algo que deve ser conduzido com extrema cautela. O inquérito policial é de suma importância, mas, enquanto não for reorganizado legislativamente, infelizmente casos como esses se repetirão. E, quantas vezes forem necessárias, devemos nos insurgir contra arbitrariedades — afirma o advogado de Alexandre, Thiago Minagé, acrescentando:

— O terror da prisão deve ser evitado a todo custo, por todos, principalmente pelas autoridades policiais e judiciárias. Aquele que lá passa nunca mais será o mesmo, em todos os sentidos.

Alexandre passou uma semana na cadeia Foto: Reprodução



Pensei duas vezes antes de ressaltar a cor do cara, mas não teve como.

Um Lourinho de olhos claros que ganha 9k não seria preso nessas condições.

Minhas considerações. Já trabalhei na defensória criminal e sei bem como funcionam essas investigações.

1- O detran errou ao não passar de imediato o carro p o nome dele no sistema.

2- Mesmo que fosse o tal bandido, a prisão é ilegal, vez que não havia mandado e nem flagrante. Abuso de autoridade claro.

3- esse delegado tem que se desligado. Por muito menos o protegeres caiu.

4- ele foi preso porque é negro, pelo seguinte. Provavelmente os bandidos eram negros de cabeça raspada, assim como a maioria dos ladroezinhos. A vítima deve ter dado essa descrição.

O delegado deve ter puxado na internet pelo nome do cara o facebook. Aí achou um negro de cabeça raspada, porte médio etc. Aí chamou a vítima na delegacia, já sugestionando que fosse ele o ladrão. A vítima, no calor do momento e meio que induzida fez o reconhecimento.

Aí fudeu. Nessas horas e que o advogado criminalista e o anjo na vida da pessoa. Se ele tivesse um,levava o contracheque lá na hora e faria um escarcéu p não deixar essa arbitrariedade acontecer.

[Tony Fla]

Pqp.

[didigo]

O que tem haver esse titulo funcionario negro? Não tem nada na reportagem que a questão racial foi o motivo.

[Hans de Sulivan]

O que tem haver esse titulo funcionario negro? Não tem nada na reportagem que a questão racial foi o motivo.

Desculpe a demora, leia acima o que eu escrevi. E que estava editando o post.

[Hans de Sulivan]

Uma merda algum idiota brilhosos transforma um erro de investigação em uma guerra de negro x branco, porque o tópico que abriram recentemente foi falho...

Vc é que está dizendo isso de guerra. Só ressaltei porque achei que tinha a ver.

E outra coisa, vai se fuder.

[didigo]

Vc é que está dizendo isso de guerra. Só ressaltei porque achei que tinha a ver.

E outra coisa, vai se fuder.

Não tem essa de que se fosse branco não seria preso. Tendo um p
Carro que praticou assaltos em seu nome, você terá este mesmo tratamento.

[aquatico]

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2 ... pedir.html" onclick="window.open(this.href);return false;

depois q eu vi isso aqui...

acho q nesse caso nao foi racismo, mas falha grotesca de investigaçao

alias, investigar com base em facebook é foda

enfim, nesse caso

nao estou dizendo q nao haja racismo e afins no brasil, viu?

to dizendo isso q é pra nao aparecer nenhuma putinha fresca e fazer escandalo por causa de meu post

[brunolobo]

[Hans de Sulivan]

Não tem essa de que se fosse branco não seria preso. Tendo um p
Carro que praticou assaltos em seu nome, você terá este mesmo tratamento.

Tabom. Se mais gente além do animal Verde aí de cima está tendo a mesma opinião, acho que posso ter embolado as coisas, mesmo e essa não foi a intenção.

Acho que deveria ter ressaltado a minha visão, mas tirado do título.

No mais, filhadaputagem pura desse delegado e bizonhice do Detran.

[jcneto89]

Porra, Hans! Tu é um cara esclarecido, pelo q leio das tuas postagens. Tem bons argumentos, apesar de, muitas vezes, n concordar com eles. Parece q tem propriedade no q fala. N tinha a menor necessidade de ressaltar a cor da pele do funcionário. É querer brilhar demais, cara. Tá claro q tudo ocorreu pelo não perfazimento do registro da transferência do automóvel e pela forma ridícula da investigação. Pelo amor de Deus!!! Essa guerrinha negro vs branco já tá enchendo o saco

[brunolobo]

Poise já percebeu né ...
Tá foda...

esse daí faz tempo já, brilhoso descarado.

[Hans de Sulivan]

Imbecil vai se fuder você o retardado.
Pega está sua mente privilegiada de porra nenhuma e se junta com os cu sujo da sua laia como pavão, e congêneres.

Não gostou cuzao ?

Estou na sede sul da AABB em São Paulo sempre podemos marcar lá de resolver está merda na porrada. Otario do caralho...

Não vou te dar corda não só p não zuar tópico mais ainda. Tu acha que vai me intimidar o guerreiro dos teclado?

[Hans de Sulivan]

Porra, Hans! Tu é um cara esclarecido, pelo q leio das tuas postagens. Tem bons argumentos, apesar de, muitas vezes, n concordar com eles. Parece q tem propriedade no q fala. N tinha a menor necessidade de ressaltar a cor da pele do funcionário. É querer brilhar demais, cara. Tá claro q tudo ocorreu pelo não perfazimento do registro da transferência do automóvel e pela forma ridícula da investigação. Pelo amor de Deus!!! Essa guerrinha negro vs branco já tá enchendo o saco

Blz, obrigado pelas observações. Mas gostaria de afirmar que em momento algum tive a intenção disso.

Por bom senso consegui aditar o título. Nem sabia que dava.

Que o tópico siga em paz e não apareça mais nenhum covarde ignorante destorcida organizada.

[Lancaster]

Um cara que ganha 9k por mês não sai para assaltar celular e aparelho de DVD.

[Hans de Sulivan]

Um cara que ganha 9k por mês não sai para assaltar celular e aparelho de DVD.

Porra que bizarro mesmo. Mt falha a investigação. Nessas horas e que faltou um bom advogado p espremer o Delegado.