A culpa não foi do Waze
- Lee Jun-Fan
- Mensagens: 9869
- Registrado em: 26 Out 2014 15:04
- Contato:
A culpa não foi do Waze
A culpa não foi do Waze
Ao responsabilizar o aplicativo de mapas por levar usuários para áreas perigosas, tiramos o foco dos verdadeiros culpados: o Estado e os criminosos
A tecnologia passa despercebida na maior parte do tempo. Não pensamos nela quando viramos a chave do carro ou ligamos o celular. Mas lembramos quando ela não funciona da forma esperada. A morte da jornalista Regina Múrmura, de 70 anos, no dia 3 de outubro, é um exemplo trágico do excesso de confiança que depositamos na tecnologia. Regina estava a caminho de uma pizzaria localizada numa avenida de Niterói. Estava com o marido, Francisco. Ao digitar o endereço do local no aplicativo de mapas Waze, o casal foi levado por engano para uma rua com o mesmo nome, na favela do Caramujo. Foram recebidos a tiros por um grupo de criminosos. Regina foi atingida e morreu no hospital. A tragédia repercutiu na imprensa internacional, que aproveitou para alertar sobre a falta de segurança para as Olimpíadas de 2016. A rede americana CNN destacou que 1,4 milhão de pessoas vivem em favelas da cidade e que, apesar dos esforços do Estado em pacificá-las, muitas delas são controladas por traficantes. Em meio às manchetes, destacou-se a do jornal francês Le Point: “Quando um erro de GPS conduz à morte”.
O caso de Regina não foi o primeiro envolvendo rotas traçadas por GPS em 2015. Em agosto, a atriz Fabiana Karla também teve o carro atingido por tiros na mesma favela enquanto era guiada pelo Waze. Em março, os atores Tadeu Aguiar e Sérgio Menezes foram assaltados no Morro do Chapadão, no Rio de Janeiro, depois de usar o aplicativo para tentar fugir do trânsito.
Para muita gente, o Waze teve uma parcela de culpa na tragédia que matou Regina. O aplicativo, criado em Israel em 2007 e comprado pelo Google em 2013, tem uma rede social própria. Uma camada de interação humana informa em tempo real onde há trânsito, chuva, buracos na pista, acidentes e radares. Ainda conta com editores voluntários que corrigem problemas pontuais. Depois de analisar todas essas informações, o aplicativo oferece a rota mais rápida para o destino. Um dos recursos mais polêmicos do Waze é o alerta de policiais. É possível dizer até se estão visíveis ou escondidos. Além de atrapalhar a fiscalização de blitzes, como a da Lei Seca, a informação sobre a localização pode ajudar criminosos a armar tocaias para policiais. Para os críticos, ao não usar todo esse poder humano para alertar usuários sobre zonas de risco, o Waze estaria negligenciando ajuda a seus usuários. Se o aplicativo pode informar onde estão os policiais, por que não diz onde estão os bandidos?
Procurada por ÉPOCA, a empresa não quis dar entrevista. Disse, em nota, que “infelizmente é difícil impedir que motoristas naveguem para uma região perigosa se for o destino selecionado, pois pessoas que moram nessas áreas precisam chegar em casa”. Também anunciou que se reuniria com autoridades do Rio de Janeiro para obter conhecimento que possa ser aplicado na identificação de rotas que têm maior risco e, ao mesmo tempo, manter o serviço aberto a todos. Para Carlos Affonso, diretor do Instituto de Tecnologia Social (ITS) e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, é preciso ter cautela na responsabilização do Waze. Ele defende que a ferramenta tenha um sistema que alerte sobre áreas de risco, ainda que pessoas que morem nessas regiões eventualmente tenham dificuldades em usar o serviço. “Essa camada de interação humana criada pelo Waze oferece um efeito colateral semelhante ao de qualquer rede social que dependa de conteúdo postado por terceiros”, afirma. “Mas a experiência da internet mostra que o melhor caminho para ter a informação mais segura é oferecer a maior quantidade de ferramentas para a colaboração.” Para Affonso, aplicativos como o Waze funcionam tão bem e são tão úteis que acabamos depositando neles uma confiança excessiva. Não podemos nos esquecer, porém, dos problemas que afetam nossas cidades.
Jogar a responsabilidade na tecnologia e concentrar a discussão em torno de funções presentes ou possíveis no Waze é um desvio perigoso do debate. Mais objetivo do que exigir melhorias no aplicativo seria cobrar os responsáveis pela falta de segurança das cidades brasileiras, um problema crônico que antecede o surgimento do GPS, da internet e dos celulares. Um balanço realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na semana passada, mostra que em 2014 foram registradas 58.559 mortes violentas intencionais, uma média de sete a cada hora ou 160 óbitos por dia. A culpa é do Waze ou dos traficantes que fizeram os disparos? Ou do Estado, que falha em oferecer segurança à população? Ao permitir interação e a autorregulação em tempo real de milhões de usuários, o Waze revela-se um dos melhores exemplos de como a tecnologia pode ser democrática. O assassinato de Regina só evidencia que o que não é democrático no Brasil são nossas cidades, que têm áreas dominadas pelo crime organizado. São os bandidos que decidem quem pode ou não pode passar por ali e punem com violência quem lhes desobedece.
Fonte: http://epoca.globo.com/vida/experiencia ... -waze.html" onclick="window.open(this.href);return false;
Ao responsabilizar o aplicativo de mapas por levar usuários para áreas perigosas, tiramos o foco dos verdadeiros culpados: o Estado e os criminosos
A tecnologia passa despercebida na maior parte do tempo. Não pensamos nela quando viramos a chave do carro ou ligamos o celular. Mas lembramos quando ela não funciona da forma esperada. A morte da jornalista Regina Múrmura, de 70 anos, no dia 3 de outubro, é um exemplo trágico do excesso de confiança que depositamos na tecnologia. Regina estava a caminho de uma pizzaria localizada numa avenida de Niterói. Estava com o marido, Francisco. Ao digitar o endereço do local no aplicativo de mapas Waze, o casal foi levado por engano para uma rua com o mesmo nome, na favela do Caramujo. Foram recebidos a tiros por um grupo de criminosos. Regina foi atingida e morreu no hospital. A tragédia repercutiu na imprensa internacional, que aproveitou para alertar sobre a falta de segurança para as Olimpíadas de 2016. A rede americana CNN destacou que 1,4 milhão de pessoas vivem em favelas da cidade e que, apesar dos esforços do Estado em pacificá-las, muitas delas são controladas por traficantes. Em meio às manchetes, destacou-se a do jornal francês Le Point: “Quando um erro de GPS conduz à morte”.
O caso de Regina não foi o primeiro envolvendo rotas traçadas por GPS em 2015. Em agosto, a atriz Fabiana Karla também teve o carro atingido por tiros na mesma favela enquanto era guiada pelo Waze. Em março, os atores Tadeu Aguiar e Sérgio Menezes foram assaltados no Morro do Chapadão, no Rio de Janeiro, depois de usar o aplicativo para tentar fugir do trânsito.
Para muita gente, o Waze teve uma parcela de culpa na tragédia que matou Regina. O aplicativo, criado em Israel em 2007 e comprado pelo Google em 2013, tem uma rede social própria. Uma camada de interação humana informa em tempo real onde há trânsito, chuva, buracos na pista, acidentes e radares. Ainda conta com editores voluntários que corrigem problemas pontuais. Depois de analisar todas essas informações, o aplicativo oferece a rota mais rápida para o destino. Um dos recursos mais polêmicos do Waze é o alerta de policiais. É possível dizer até se estão visíveis ou escondidos. Além de atrapalhar a fiscalização de blitzes, como a da Lei Seca, a informação sobre a localização pode ajudar criminosos a armar tocaias para policiais. Para os críticos, ao não usar todo esse poder humano para alertar usuários sobre zonas de risco, o Waze estaria negligenciando ajuda a seus usuários. Se o aplicativo pode informar onde estão os policiais, por que não diz onde estão os bandidos?
Procurada por ÉPOCA, a empresa não quis dar entrevista. Disse, em nota, que “infelizmente é difícil impedir que motoristas naveguem para uma região perigosa se for o destino selecionado, pois pessoas que moram nessas áreas precisam chegar em casa”. Também anunciou que se reuniria com autoridades do Rio de Janeiro para obter conhecimento que possa ser aplicado na identificação de rotas que têm maior risco e, ao mesmo tempo, manter o serviço aberto a todos. Para Carlos Affonso, diretor do Instituto de Tecnologia Social (ITS) e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, é preciso ter cautela na responsabilização do Waze. Ele defende que a ferramenta tenha um sistema que alerte sobre áreas de risco, ainda que pessoas que morem nessas regiões eventualmente tenham dificuldades em usar o serviço. “Essa camada de interação humana criada pelo Waze oferece um efeito colateral semelhante ao de qualquer rede social que dependa de conteúdo postado por terceiros”, afirma. “Mas a experiência da internet mostra que o melhor caminho para ter a informação mais segura é oferecer a maior quantidade de ferramentas para a colaboração.” Para Affonso, aplicativos como o Waze funcionam tão bem e são tão úteis que acabamos depositando neles uma confiança excessiva. Não podemos nos esquecer, porém, dos problemas que afetam nossas cidades.
Jogar a responsabilidade na tecnologia e concentrar a discussão em torno de funções presentes ou possíveis no Waze é um desvio perigoso do debate. Mais objetivo do que exigir melhorias no aplicativo seria cobrar os responsáveis pela falta de segurança das cidades brasileiras, um problema crônico que antecede o surgimento do GPS, da internet e dos celulares. Um balanço realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na semana passada, mostra que em 2014 foram registradas 58.559 mortes violentas intencionais, uma média de sete a cada hora ou 160 óbitos por dia. A culpa é do Waze ou dos traficantes que fizeram os disparos? Ou do Estado, que falha em oferecer segurança à população? Ao permitir interação e a autorregulação em tempo real de milhões de usuários, o Waze revela-se um dos melhores exemplos de como a tecnologia pode ser democrática. O assassinato de Regina só evidencia que o que não é democrático no Brasil são nossas cidades, que têm áreas dominadas pelo crime organizado. São os bandidos que decidem quem pode ou não pode passar por ali e punem com violência quem lhes desobedece.
Fonte: http://epoca.globo.com/vida/experiencia ... -waze.html" onclick="window.open(this.href);return false;
Wallim, BAP, Tostes, Landin: verdadeiros alicerces da reconstrução rubro-negra! 

Zico: GOAT Eterno!
Zico: GOAT Eterno!
- Lee Jun-Fan
- Mensagens: 9869
- Registrado em: 26 Out 2014 15:04
- Contato:
Re: A culpa não foi do Waze
Também acho que essa de querer colocar a culpa no app um puta desvio de foco, mesmo achando que poderiam atualizar as rotas como perigosas e/ou seguras - apesar da chiadeira típica.
Wallim, BAP, Tostes, Landin: verdadeiros alicerces da reconstrução rubro-negra! 

Zico: GOAT Eterno!
Zico: GOAT Eterno!
Re: A culpa não foi do Waze
Aplicativo e culpado sim, caso envie alguem para area de risco. Eles deveriam fazer um trabalho em cada região é excluir passagens por favelas e etc...
- cardonelli
- Mensagens: 15526
- Registrado em: 01 Out 2014 16:40
- Contato:
Re: A culpa não foi do Waze
eu pelo menos ainda acho o aplicativo top, quais seriam os pontos em que ele decaiu?Philly Shell escreveu:Waze caiu muito a qualidade.
America needs Trump.
The World needs Mr. Trump.
Give peace a chance. "THE GREAT WHITE HOPE"
The World needs Mr. Trump.
Give peace a chance. "THE GREAT WHITE HOPE"

Re: A culpa não foi do Waze
Nunca que a culpa é do waze, mas realmente seria uma featurefeature interessante poder mapear as quebradas
"Ser famoso na Internet vale tanto quanto ser rico no Banco Imobiliário." by NoFun
"Você fala uma mentira na TV e 100 milhões de pessoas te assistem. Depois, três artigos te desmentem e cinco mil pessoas lêem." by César Benjamin
"Você fala uma mentira na TV e 100 milhões de pessoas te assistem. Depois, três artigos te desmentem e cinco mil pessoas lêem." by César Benjamin
Re: A culpa não foi do Waze
Estava em Aracaju semana passada e usei o tempo todo o google maps do meu smartphone, é um app fantástico! Me guiou pela cidade perfeitamente. Então, qual é o melhor, o maps ou waze?
- Lee Jun-Fan
- Mensagens: 9869
- Registrado em: 26 Out 2014 15:04
- Contato:
Re: A culpa não foi do Waze
Se eles fizerem isso, vem a galera de alma Psol falando em preconceito, preto e pobre, que não coloca Leblon ou Jardins como área de risco, etc, etc, etc...brunodsr escreveu:Nunca que a culpa é do waze, mas realmente seria uma featurefeature interessante poder mapear as quebradas
Pode anotar!
Wallim, BAP, Tostes, Landin: verdadeiros alicerces da reconstrução rubro-negra! 

Zico: GOAT Eterno!
Zico: GOAT Eterno!
- Lee Jun-Fan
- Mensagens: 9869
- Registrado em: 26 Out 2014 15:04
- Contato:
Re: A culpa não foi do Waze
O Maps hoje usa o Waze, que foi comprado pela Google, tanto que, ao usar o Maps, aparece "powered by Waze". As funções do Waze são mais abrangentes, acho. Mas quanto a localização, creio que seja a mesma coisa.Carrapeta escreveu:Estava em Aracaju semana passada e usei o tempo todo o google maps do meu smartphone, é um app fantástico! Me guiou pela cidade perfeitamente. Então, qual é o melhor, o maps ou waze?
Wallim, BAP, Tostes, Landin: verdadeiros alicerces da reconstrução rubro-negra! 

Zico: GOAT Eterno!
Zico: GOAT Eterno!
Re: A culpa não foi do Waze
Se ele te e manda para dentro da favela, esta errado sim. Todo mundo sabe que entrar em favela principalmente aqui no rio é roleta russa.KRATOSCS escreveu: Discordo, ele ta passa o melhor caminho, se neste caminho tem ladrão a culpa não é dele.
Re: A culpa não foi do Waze
Aliás, alguém sabe achar os alertas nessa versão nova?
Re: A culpa não foi do Waze
maps é mais preciso.. ainda pra andar de a pé nossa. é mt bom bom..Carrapeta escreveu:Estava em Aracaju semana passada e usei o tempo todo o google maps do meu smartphone, é um app fantástico! Me guiou pela cidade perfeitamente. Então, qual é o melhor, o maps ou waze?
fui pra europa e fiquei 10 dias só de maps.. localização perfeita.
Agora assim.. o waze te entrega as blitz e trânsito com uma eficiência maior..
"Nós somos o que fazemos repetidamente. A excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito."
Aristóteles
----
Reconstruindo o Dream TeAM do MMA! Junte-se a nós, deixe sua sugestão!
SHOGUN DE SUNGA BRANCA 100% - BJ MOTIVADO - Royce "Quando estava lá" - CIGANO CASADO - ARONA DE CAPACETE E SEM DENGUE - GSP DE CAMISINHA - ANDERSON SEM DANCINHA - CERRONE ENDIVIDADO - MINOTAURO NA 1ª CLASSE DE AVIÃO - SONNEN DE CALÇA JEANS E HAVAIANAS
Aristóteles
----
Reconstruindo o Dream TeAM do MMA! Junte-se a nós, deixe sua sugestão!
SHOGUN DE SUNGA BRANCA 100% - BJ MOTIVADO - Royce "Quando estava lá" - CIGANO CASADO - ARONA DE CAPACETE E SEM DENGUE - GSP DE CAMISINHA - ANDERSON SEM DANCINHA - CERRONE ENDIVIDADO - MINOTAURO NA 1ª CLASSE DE AVIÃO - SONNEN DE CALÇA JEANS E HAVAIANAS
-
- Usuário Fundador
Re: A culpa não foi do Waze
Acho que não é culpa do aplicativo, pra eles não se foderem é só ampliar a parte colaborativa (a que a galera utiliza pra dizer onde tem blitz) e deixar os caras indicarem onde é cilada.
Re: A culpa não foi do Waze
eu jamais uso esses aplicativos
não dá pra confiar e é muito arriscado
certa vez o google maps me ofereceu um caminho mais curto pro meu percurso
então acabei tentando entrar de carro numa rua fechada, com portão e cadeado
não dá pra confiar e é muito arriscado
certa vez o google maps me ofereceu um caminho mais curto pro meu percurso
então acabei tentando entrar de carro numa rua fechada, com portão e cadeado
Um homem é rico na proporção do número de coisas de que ele é capaz de abrir mão - Henry David Thoreau
Rust never sleeps (Neil Young)
Dar golpe em democracia pra atingir um suposto inimigo é o mesmo que chutar com toda força a própria bunda - Baden
Rust never sleeps (Neil Young)
Dar golpe em democracia pra atingir um suposto inimigo é o mesmo que chutar com toda força a própria bunda - Baden
Quem está online
Usuários navegando neste fórum: Anom e 173 visitantes