Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
Re: Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
8:00
o piloto do tanque atirando nele mesmo
o piloto do tanque atirando nele mesmo
Re: Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
hauhuahuahauaBegege escreveu:8:00
o piloto do tanque atirando nele mesmo
so nao entendi pq ele nao mandou um canhao naquele manolo....
Não sou clone! Meu antigo usuário "Gugu_" foi perdido.
Re: Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
Por Antonio Henrique Lucena Silva*
(Foi meu professor de RI)
Os últimos atentados terroristas perpetrados pelo grupo autodenominado “Estado Islâmico” em Paris, França, no dia 13 de novembro deixou 130 mortos e outra centena de feridos. A materialização desse ataque levantou dúvidas sobre a eficácia do setor de inteligência francês que não conseguiu prever os golpes desferidos contra a casa de shows Bataclan, o Stade de France e outros pontos da cidade. O massacre dos 12 cartunistas do semanário Charlie Hebdo, no dia 7 de janeiro, realizado pelos irmãos Said e Cherif Kouachi, e outra investida, no mesmo dia, ao um supermercado Kosher da comunidade judaica também foram reivindicados pelo grupo extremista. A organização terrorista assumiu a autoria do atentado a bomba que derrubou o avião russo na península do Sinai.
Esses recentes movimentos do grupo ilustram uma capacidade de projetar dano além da área em que ele está inserido, o Iraque e partes da Síria, para outras localidades. O Estado Islâmico se tornou um desafio global. Estados Unidos, Europa e Rússia possuem estratégias diferentes, e divergentes, para enfrentar o grupo na região onde atua. Embora esses países tenham interesses geopolíticos diversos na guerra civil síria e no gerenciamento da situação, fica latente a necessidade de uma articulação dos governos para fazer frente a essa ameaça. O somatório do poder militar de Rússia, EUA, França, Reino Unido e Irã é um ativo importante que deve ser empregado para atacar o Daesh. Durante a 2ª Guerra Mundial, a aliança improvável entre URSS, EUA e Inglaterra se tornou uma realidade devido a um inimigo-comum: a derrota que deveria ser imposta ao nazi-facismo era maior que as diferenças entre eles. Um alinhamento entre esses estados é imperiosa na atualidade. Mas a pergunta que permanece é: como enfrentar de forma adequada esse ator não-estatal (apesar do nome, o EI não é um estado) das relações internacionais?
O combate ao terrorismo ao longo da história e esse início de ataques ao EI trazem algumas evidências. Primeiramente, os ataques aéreos de EUA, França e Inglaterra foram importantes para frear o avanço territorial do Daesh no Iraque. Na Síria, eles ainda controlam uma boa parte da banda oriental do país. A Rússia, depois do ataque ao Airbus que vitimou cidadãos do seu país, empreendeu contínuos ataques aéreos com aviões Su-25, Su-24, Su-30, além de bombardeiros pesados Tu-22 em qualquer lugar que os terroristas busquem refúgio. Essa estratégia de bombardeio é necessária para evitar que o grupo se fortaleça e o coloca na defensiva. Uma articulação das campanhas aéreas de Washington, Paris, Londres e Moscou contribui para o enfraquecimento do adversário.
Um pequeno grupo de forças especiais ocidentais já estão em operação no Iraque. Para se derrotar militarmente o EI, em algum momento será indispensável um contingente de tropas em combate direto. No entanto, essa opção se mostra difícil de se concretizar no curto prazo. Os estados estão relutantes em colocar “botas” na região devido ao custo político desse processo. Ano que vem haverá eleições presidenciais nos Estados Unidos e algum equívoco pode servir de munição para a oposição republicana. Potências regionais como a Arábia Saudita preferem continuar suas lutas por influência, como o bombardeio incessante aos rebeldes houthis que o país têm feito do que engajar o grupo.
Para se combater o terrorismo, assim como a organização, apenas o braço militar é insuficiente. Associadas ao mano militar, uma estratégia mais ampla deve ser adotada contra os terroristas. Inviabilizar economicamente o EI é imprescindível. O grupo consegue fazer 40 milhões de dólares com a venda ilegal de petróleo e distribuição. Evitar que esse recurso chegue a mão dos extremistas é importante. Convém ressaltar que haverá um pós-guerra quando os embates cessarem. Preservar parte das instalações de refino para que possam ser usadas posteriormente para financiar a reconstrução dos países, negando sua utilização aos membros do Daesh é outro desafio a ser enfrentado. Diminuir o território do EI favorece que os terroristas tenham uma área menor para cobrar impostos (leia extorsão) de populações.
Identificar grupos de vulnerabilidade que possam servir de base de legitimação ao EI é outro desafio. Durante o longo conflito da Irlanda do Norte, os britânicos utilizaram de policiamento intensivo, boas fontes de inteligência, e em algumas vezes cooperação com a República da Irlanda. Mesmo esses métodos sendo usados não garantiram um sucesso imediato. Houve um reconhecimento que, em grande medida, o apoio dado ao Exército Republicano Irlandês (IRA) vinha da comunidade católica minoritária na Irlanda do Norte que tinha uma posição socioeconomicamente inferior, além de ter pouco poder político por gerações. As autoridades britânicas trabalharam para que houvesse uma maior emancipação da comunidade nacionalista, incluindo medidas econômicas e sociais. Ocorreu uma melhora dessas sociedades ao longo de duas décadas e isso possibilitou que o processo de paz se tornasse viável em meados dos anos 1990. O EI tem usado comunidades fragilizadas, seja na Europa ou no próprio Oriente Médio, como base de atuação para conseguir combatentes. Prometer glórias, vida de ação, dinheiro, respeitabilidade, entre outros incentivos seletivos, se tornou uma estratégia persuasiva eficaz no recrutamento. Trazer custos a entrada do grupo é um duelo entre as forças estatais que combatem o EI e o grupo em si.
Por último, o trabalho mais árduo e incerto: derrotar a ideologia. Mesmo que o grupo possa ser aniquilado militarmente, as suas ideias ainda podem permanecer. O fim da 2ª guerra mundial também marcou a derrocada no nazi-fascismo. Completa-se 70 anos do término do conflito bélico e, em algumas localidades, a ideologia do NSDAP persiste em ressurgir. A ascensão do fundamentalismo islâmico, ou islamofascismo, como conceituou o filósofo Slavoj Zizek, é fruto da queda de regimes seculares no Oriente Médio. Esses grupos buscam implantar a sua visão distorcida do Islã, como o Daesh está fazendo. Neutralizar essa vertente é outro problema.
A guerra civil síria já entra em seu quinto aniversário. Quando ela vai acabar? Não se sabe ao certo. Há inúmeras variáveis nesse caso. O conflito do Líbano durou 15 anos. Cessar as hostilidades naquele país parece ser a única saída para reduzir o movimento dos refugiados e, quem sabe, eles possam retomar as suas vidas com dignidade.
———-
* Doutor em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor de Relações Internacionais da Faculdade Damas da Instrução Cristã. Atua na área de Segurança Internacional, Estudos Estratégicos e Política Internacional.
Enviado de meu GT-N7100 usando Tapatalk
(Foi meu professor de RI)
Os últimos atentados terroristas perpetrados pelo grupo autodenominado “Estado Islâmico” em Paris, França, no dia 13 de novembro deixou 130 mortos e outra centena de feridos. A materialização desse ataque levantou dúvidas sobre a eficácia do setor de inteligência francês que não conseguiu prever os golpes desferidos contra a casa de shows Bataclan, o Stade de France e outros pontos da cidade. O massacre dos 12 cartunistas do semanário Charlie Hebdo, no dia 7 de janeiro, realizado pelos irmãos Said e Cherif Kouachi, e outra investida, no mesmo dia, ao um supermercado Kosher da comunidade judaica também foram reivindicados pelo grupo extremista. A organização terrorista assumiu a autoria do atentado a bomba que derrubou o avião russo na península do Sinai.
Esses recentes movimentos do grupo ilustram uma capacidade de projetar dano além da área em que ele está inserido, o Iraque e partes da Síria, para outras localidades. O Estado Islâmico se tornou um desafio global. Estados Unidos, Europa e Rússia possuem estratégias diferentes, e divergentes, para enfrentar o grupo na região onde atua. Embora esses países tenham interesses geopolíticos diversos na guerra civil síria e no gerenciamento da situação, fica latente a necessidade de uma articulação dos governos para fazer frente a essa ameaça. O somatório do poder militar de Rússia, EUA, França, Reino Unido e Irã é um ativo importante que deve ser empregado para atacar o Daesh. Durante a 2ª Guerra Mundial, a aliança improvável entre URSS, EUA e Inglaterra se tornou uma realidade devido a um inimigo-comum: a derrota que deveria ser imposta ao nazi-facismo era maior que as diferenças entre eles. Um alinhamento entre esses estados é imperiosa na atualidade. Mas a pergunta que permanece é: como enfrentar de forma adequada esse ator não-estatal (apesar do nome, o EI não é um estado) das relações internacionais?
O combate ao terrorismo ao longo da história e esse início de ataques ao EI trazem algumas evidências. Primeiramente, os ataques aéreos de EUA, França e Inglaterra foram importantes para frear o avanço territorial do Daesh no Iraque. Na Síria, eles ainda controlam uma boa parte da banda oriental do país. A Rússia, depois do ataque ao Airbus que vitimou cidadãos do seu país, empreendeu contínuos ataques aéreos com aviões Su-25, Su-24, Su-30, além de bombardeiros pesados Tu-22 em qualquer lugar que os terroristas busquem refúgio. Essa estratégia de bombardeio é necessária para evitar que o grupo se fortaleça e o coloca na defensiva. Uma articulação das campanhas aéreas de Washington, Paris, Londres e Moscou contribui para o enfraquecimento do adversário.
Um pequeno grupo de forças especiais ocidentais já estão em operação no Iraque. Para se derrotar militarmente o EI, em algum momento será indispensável um contingente de tropas em combate direto. No entanto, essa opção se mostra difícil de se concretizar no curto prazo. Os estados estão relutantes em colocar “botas” na região devido ao custo político desse processo. Ano que vem haverá eleições presidenciais nos Estados Unidos e algum equívoco pode servir de munição para a oposição republicana. Potências regionais como a Arábia Saudita preferem continuar suas lutas por influência, como o bombardeio incessante aos rebeldes houthis que o país têm feito do que engajar o grupo.
Para se combater o terrorismo, assim como a organização, apenas o braço militar é insuficiente. Associadas ao mano militar, uma estratégia mais ampla deve ser adotada contra os terroristas. Inviabilizar economicamente o EI é imprescindível. O grupo consegue fazer 40 milhões de dólares com a venda ilegal de petróleo e distribuição. Evitar que esse recurso chegue a mão dos extremistas é importante. Convém ressaltar que haverá um pós-guerra quando os embates cessarem. Preservar parte das instalações de refino para que possam ser usadas posteriormente para financiar a reconstrução dos países, negando sua utilização aos membros do Daesh é outro desafio a ser enfrentado. Diminuir o território do EI favorece que os terroristas tenham uma área menor para cobrar impostos (leia extorsão) de populações.
Identificar grupos de vulnerabilidade que possam servir de base de legitimação ao EI é outro desafio. Durante o longo conflito da Irlanda do Norte, os britânicos utilizaram de policiamento intensivo, boas fontes de inteligência, e em algumas vezes cooperação com a República da Irlanda. Mesmo esses métodos sendo usados não garantiram um sucesso imediato. Houve um reconhecimento que, em grande medida, o apoio dado ao Exército Republicano Irlandês (IRA) vinha da comunidade católica minoritária na Irlanda do Norte que tinha uma posição socioeconomicamente inferior, além de ter pouco poder político por gerações. As autoridades britânicas trabalharam para que houvesse uma maior emancipação da comunidade nacionalista, incluindo medidas econômicas e sociais. Ocorreu uma melhora dessas sociedades ao longo de duas décadas e isso possibilitou que o processo de paz se tornasse viável em meados dos anos 1990. O EI tem usado comunidades fragilizadas, seja na Europa ou no próprio Oriente Médio, como base de atuação para conseguir combatentes. Prometer glórias, vida de ação, dinheiro, respeitabilidade, entre outros incentivos seletivos, se tornou uma estratégia persuasiva eficaz no recrutamento. Trazer custos a entrada do grupo é um duelo entre as forças estatais que combatem o EI e o grupo em si.
Por último, o trabalho mais árduo e incerto: derrotar a ideologia. Mesmo que o grupo possa ser aniquilado militarmente, as suas ideias ainda podem permanecer. O fim da 2ª guerra mundial também marcou a derrocada no nazi-fascismo. Completa-se 70 anos do término do conflito bélico e, em algumas localidades, a ideologia do NSDAP persiste em ressurgir. A ascensão do fundamentalismo islâmico, ou islamofascismo, como conceituou o filósofo Slavoj Zizek, é fruto da queda de regimes seculares no Oriente Médio. Esses grupos buscam implantar a sua visão distorcida do Islã, como o Daesh está fazendo. Neutralizar essa vertente é outro problema.
A guerra civil síria já entra em seu quinto aniversário. Quando ela vai acabar? Não se sabe ao certo. Há inúmeras variáveis nesse caso. O conflito do Líbano durou 15 anos. Cessar as hostilidades naquele país parece ser a única saída para reduzir o movimento dos refugiados e, quem sabe, eles possam retomar as suas vidas com dignidade.
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* Doutor em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor de Relações Internacionais da Faculdade Damas da Instrução Cristã. Atua na área de Segurança Internacional, Estudos Estratégicos e Política Internacional.
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Re: Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
Esse é mais sobre o que ocorreu na França
Por Elton Gomes dos Reis*
(Um dos meus melhores professores quando eu me cursei RI)
A França viveu nesta sexta-feira, 13 de novembro, um dos dias mais violentos de sua História. Uma série de ataques cometidos por extremistas islâmicos, portando armas automáticas ceifaram a vida de mais de 150 civis desarmados. A operação de libertação dos reféns na casa de espetáculos não impediu o assassinato de 118 cidadãos franceses e de outras nacionalidades que visitavam o país. O governo Hollande fechou as fronteiras e declarou estado de emergência. Situações como essa chocam profundamente a opinião pública internacional e são constantemente apresentadas como fruto de um novo tipo de violência que se estabeleceu depois dos atentados de 11 de setembro. Contudo, um exame mais atento revela que a tragédia na cidade luz é mais um episódio da longa trajetória da guerra irregular e do terrorismo. Os atentados põe em evidência um fenômeno de milhares de anos que, em período recente, assumiu contornos diferenciados mediante a expansão das operações suicidas do jihadismo.
A Guerra Irregular é uma das mais ancestrais de todas as táticas de enfrentamento. o emprego de recursos estratégicos que visam promover o desgaste do adversário mediante o emprego de ações irregulares como emboscadas, ações de guerrilha, sabotagem, subversão, e atos de terror dirigidos contra a população civil com o propósito de desgastar o governo inimigo podem ser encontrados já na Antiguidade Clássica, por exemplo, no incêndio dos campos filisteus perpetrado por Sansão à frente de combatentes irregulares judeus, ou nos raids de rebeldes que se insurgiam contra a ocupação romana comandados por chefes bárbaros como Armínio e Carataco.
Ao longo da sucessão histórica a Guerra Assimétrica foi o meio por excelência utilizado por beligerantes de várias tendências que não dispunham de meios convencionais suficientemente poderosos para atingir seus propósitos políticos e ideológicos. Século XX assistiu atônito a ascensão em grande escala desse fenômeno. A Revolta Árabe (1916-1918) que imortalizou a figura de T.E Lawrence (Lawrence da Árabia) foi o primeiro passo de uma longa e sangrenta jornada de violência assimétrica praticada com objetivos políticos aos quais rapidamente se juntaram fatores religiosos, étnicos e culturais diversos em uma combinação explosiva que custou a vida de milhões de pessoas nos quatro cantos da terra. A guerra assimétrica se disseminou principalmente após a Segunda Guerra Mundial com o crescimento das ações de insurgência e dos atentados dirigidos contra alvos políticos e contra os cidadãos ordinários levadas a termo pelos movimentos de libertação colonial e por grupos separatistas a partir dos anos 1950 e 1960.
A Revolução Chinesa, o terrorismo independentista do IRA, os atentados dos separatistas bascos do ETA, a Guerra da Argélia, a Revolução Cubana, as Guerras da Indochina e do Vietnã, a resistência dos mujahidins contra as forças soviéticas no Afeganistão, o infindável conflito árabe-israelense, e a recente escalada do neoterrorismo islâmico dos grupos extremistas do Oriente Médio como a Al Qaeda, o Boko Haram e o ISIS ocorreram em construções contextuais e em intervalos temporais bastante distintos. Porém, esses eventos tem uma grande característica em comum: o emprego do terror como arma. Apesar de contemporaneamente aparecer quase sempre associado a forças paraestatais ou infraestatais que lutam contra o poder público, a origem do terrorismo está diretamente ligada a violência política levada a termo pelo próprio Estado, ou pelo seu grupo dirigente.
A palavra “terror” remota aos brutais métodos empregados pelo radicalismo jacobino de Robespierre durante a segunda fase da Revolução Francesa. Historicamente muitos soberanos e ditadores também empregaram “políticas de terror” contra dissidentes e opositores internos, ou mesmo contra seu próprio povo afim de preservar o poder e dissuadir quem deseja se se contrapor ao regime. A crueldade inaudita de Vlad Tepes na Romênia, o despotismo hediondo dos Czares, a perseguição implacável e os genocídios praticados pelos regimes totalitários europeus (Nazismo e Stalinismo) e a política de extermínio do Khmer Vermelho de Pol Pot no Camboja são apenas alguns exemplos do que a literatura chama de terrorismo de Estado.
Hoje, entretanto, esse termo aparece associado a um sem número de atividades desencadeadas por organizações de caráter clandestino e,ou paramilitar que utilizam o terrorismo, ou a ameaça do emprego da violência contra alvos não combatentes como recurso operacional para promover uma causa política, religiosa, ou ideológica. Desde o fim da Guerra Fria, o terrorismo tem se tornado cada vez mais frequente como estratégia de grupos armados irregulares. Analistas políticos e especialistas em segurança militares e civis entendem que essa forma de violência deverá se tornar mais comum do que os meios de tradicionais de violência organizada. Um dos principais motivos para que os grupos armados se valham dessa doutrina tática consiste nas muitas vantagens associadas ao seu emprego. O terrorismo necessita de poucos agentes, possuí um custo muito baixo se comparado às operações de guerra convencional, torna sumamente difícil a defesa e a reação por parte dos elementos regulares do Estado (Forças Armadas, agências de segurança e polícias) e causa um grande impacto psicológico, além de danos físicos e prejuízo material elevados a um alvo específico, mobilizando para tanto uma quantidade relativamente pequena de recursos.
O neoterrorismo islâmico é fruto de uma grande conjunção de fatores que abrangem desde o unilateralismo de Washington e o acumulado histórico da ação das grandes potências no Médio Oriente até as complexas e imbricadas relações entre os muitos grupos que compõe ao cenário geopolítico dos países dessa região extremamente volátil. Esse quadro foi majorado pela redefinição de tempo e espaço propiciada pelas novas tecnologias de comunicação que deram meios de coordenação eficazes e baratos aos combatentes irregulares, e visibilidade mundial instantânea aos seus atos terroristas. Desde o ataque as Torres Gêmeas em 2001, a informação em tempo real tem potencializando a repercussão dos atentados e incrementando o clima de ameaça que se liga invariavelmente ao emprego terror como estratégia de combate não convencional.
O que ocorreu na França foi um típico ato de terror. Ao mesmo tempo foi um novo movimento dos confrontos atuais. Atingiu um Estado aliado dos EUA; buscou afetar os seus tomadores de decisão, chocar a opinião pública, gerar um clima de insegurança e medo generalizados. Não foi perpetrado por rebeldes contrários a um governo, ou por freedom fighterslutando pela independência e sim por radicais dispostos a matar e a morrer por uma utopia teocrática. Os extremistas evocam valores tradicionais do Islã, usando armas e equipamentos modernos. Nos brutais ataques em Paris é possível perceber a nova e a velha dimensão da guerra assimétrica. Se de um lado os métodos são parecidos com aqueles empregados há séculos atrás, os meios logísticos e técnicos de uma sociedade pós-industrial colocam um desafio ainda maior para o monopólio da violência do Estado diante dos enfrentamentos de quarta geração.
As motivações religiosas dos radicais aparecem em meio ao atoleiro político no qual se converteu a ocupação do Iraque e do Afeganistão por tropas americanas e diante de uma “Primavera Árabe” que degenerou em crise. Depois do otimismo gerado pela derrocada do regime da Tunísia e pelo sucesso da intervenção armada na Líbia, a Primavera Árabe abriu caminho para chegada da irmandade muçulmana ao poder e depois para a instauração de uma ditadura militar no Egito, e contribuiu para uma nova incursão de Israel em Gaza que deu mais munição ideológica aos jihadistas mundo afora. Os novos ataques em solo francês poderão levar a uma cruzada contra o ISIS comandada pelos EUA que, para ser bem sucedida, demanda um emprego combinado de táticas de inteligência, contra insurgência e de guerra convencional. Isso sem mencionar a presença militar russa na região. O futuro segue profundamente incerto e cada vez mais ameaçador!
———-
* Bacharel em Ciências Sociais (UFPE), Mestre e Doutor em Ciência Política (UFPE). Atualmente é professor da Faculdade Damas da Instrução Cristã e da Faculdade Estácio do Recife. Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Política internacional, atuando principalmente nos seguintes temas: análise de política externa, política externa brasileira, integração regional e organizações políticas internacionais.
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(Um dos meus melhores professores quando eu me cursei RI)
A França viveu nesta sexta-feira, 13 de novembro, um dos dias mais violentos de sua História. Uma série de ataques cometidos por extremistas islâmicos, portando armas automáticas ceifaram a vida de mais de 150 civis desarmados. A operação de libertação dos reféns na casa de espetáculos não impediu o assassinato de 118 cidadãos franceses e de outras nacionalidades que visitavam o país. O governo Hollande fechou as fronteiras e declarou estado de emergência. Situações como essa chocam profundamente a opinião pública internacional e são constantemente apresentadas como fruto de um novo tipo de violência que se estabeleceu depois dos atentados de 11 de setembro. Contudo, um exame mais atento revela que a tragédia na cidade luz é mais um episódio da longa trajetória da guerra irregular e do terrorismo. Os atentados põe em evidência um fenômeno de milhares de anos que, em período recente, assumiu contornos diferenciados mediante a expansão das operações suicidas do jihadismo.
A Guerra Irregular é uma das mais ancestrais de todas as táticas de enfrentamento. o emprego de recursos estratégicos que visam promover o desgaste do adversário mediante o emprego de ações irregulares como emboscadas, ações de guerrilha, sabotagem, subversão, e atos de terror dirigidos contra a população civil com o propósito de desgastar o governo inimigo podem ser encontrados já na Antiguidade Clássica, por exemplo, no incêndio dos campos filisteus perpetrado por Sansão à frente de combatentes irregulares judeus, ou nos raids de rebeldes que se insurgiam contra a ocupação romana comandados por chefes bárbaros como Armínio e Carataco.
Ao longo da sucessão histórica a Guerra Assimétrica foi o meio por excelência utilizado por beligerantes de várias tendências que não dispunham de meios convencionais suficientemente poderosos para atingir seus propósitos políticos e ideológicos. Século XX assistiu atônito a ascensão em grande escala desse fenômeno. A Revolta Árabe (1916-1918) que imortalizou a figura de T.E Lawrence (Lawrence da Árabia) foi o primeiro passo de uma longa e sangrenta jornada de violência assimétrica praticada com objetivos políticos aos quais rapidamente se juntaram fatores religiosos, étnicos e culturais diversos em uma combinação explosiva que custou a vida de milhões de pessoas nos quatro cantos da terra. A guerra assimétrica se disseminou principalmente após a Segunda Guerra Mundial com o crescimento das ações de insurgência e dos atentados dirigidos contra alvos políticos e contra os cidadãos ordinários levadas a termo pelos movimentos de libertação colonial e por grupos separatistas a partir dos anos 1950 e 1960.
A Revolução Chinesa, o terrorismo independentista do IRA, os atentados dos separatistas bascos do ETA, a Guerra da Argélia, a Revolução Cubana, as Guerras da Indochina e do Vietnã, a resistência dos mujahidins contra as forças soviéticas no Afeganistão, o infindável conflito árabe-israelense, e a recente escalada do neoterrorismo islâmico dos grupos extremistas do Oriente Médio como a Al Qaeda, o Boko Haram e o ISIS ocorreram em construções contextuais e em intervalos temporais bastante distintos. Porém, esses eventos tem uma grande característica em comum: o emprego do terror como arma. Apesar de contemporaneamente aparecer quase sempre associado a forças paraestatais ou infraestatais que lutam contra o poder público, a origem do terrorismo está diretamente ligada a violência política levada a termo pelo próprio Estado, ou pelo seu grupo dirigente.
A palavra “terror” remota aos brutais métodos empregados pelo radicalismo jacobino de Robespierre durante a segunda fase da Revolução Francesa. Historicamente muitos soberanos e ditadores também empregaram “políticas de terror” contra dissidentes e opositores internos, ou mesmo contra seu próprio povo afim de preservar o poder e dissuadir quem deseja se se contrapor ao regime. A crueldade inaudita de Vlad Tepes na Romênia, o despotismo hediondo dos Czares, a perseguição implacável e os genocídios praticados pelos regimes totalitários europeus (Nazismo e Stalinismo) e a política de extermínio do Khmer Vermelho de Pol Pot no Camboja são apenas alguns exemplos do que a literatura chama de terrorismo de Estado.
Hoje, entretanto, esse termo aparece associado a um sem número de atividades desencadeadas por organizações de caráter clandestino e,ou paramilitar que utilizam o terrorismo, ou a ameaça do emprego da violência contra alvos não combatentes como recurso operacional para promover uma causa política, religiosa, ou ideológica. Desde o fim da Guerra Fria, o terrorismo tem se tornado cada vez mais frequente como estratégia de grupos armados irregulares. Analistas políticos e especialistas em segurança militares e civis entendem que essa forma de violência deverá se tornar mais comum do que os meios de tradicionais de violência organizada. Um dos principais motivos para que os grupos armados se valham dessa doutrina tática consiste nas muitas vantagens associadas ao seu emprego. O terrorismo necessita de poucos agentes, possuí um custo muito baixo se comparado às operações de guerra convencional, torna sumamente difícil a defesa e a reação por parte dos elementos regulares do Estado (Forças Armadas, agências de segurança e polícias) e causa um grande impacto psicológico, além de danos físicos e prejuízo material elevados a um alvo específico, mobilizando para tanto uma quantidade relativamente pequena de recursos.
O neoterrorismo islâmico é fruto de uma grande conjunção de fatores que abrangem desde o unilateralismo de Washington e o acumulado histórico da ação das grandes potências no Médio Oriente até as complexas e imbricadas relações entre os muitos grupos que compõe ao cenário geopolítico dos países dessa região extremamente volátil. Esse quadro foi majorado pela redefinição de tempo e espaço propiciada pelas novas tecnologias de comunicação que deram meios de coordenação eficazes e baratos aos combatentes irregulares, e visibilidade mundial instantânea aos seus atos terroristas. Desde o ataque as Torres Gêmeas em 2001, a informação em tempo real tem potencializando a repercussão dos atentados e incrementando o clima de ameaça que se liga invariavelmente ao emprego terror como estratégia de combate não convencional.
O que ocorreu na França foi um típico ato de terror. Ao mesmo tempo foi um novo movimento dos confrontos atuais. Atingiu um Estado aliado dos EUA; buscou afetar os seus tomadores de decisão, chocar a opinião pública, gerar um clima de insegurança e medo generalizados. Não foi perpetrado por rebeldes contrários a um governo, ou por freedom fighterslutando pela independência e sim por radicais dispostos a matar e a morrer por uma utopia teocrática. Os extremistas evocam valores tradicionais do Islã, usando armas e equipamentos modernos. Nos brutais ataques em Paris é possível perceber a nova e a velha dimensão da guerra assimétrica. Se de um lado os métodos são parecidos com aqueles empregados há séculos atrás, os meios logísticos e técnicos de uma sociedade pós-industrial colocam um desafio ainda maior para o monopólio da violência do Estado diante dos enfrentamentos de quarta geração.
As motivações religiosas dos radicais aparecem em meio ao atoleiro político no qual se converteu a ocupação do Iraque e do Afeganistão por tropas americanas e diante de uma “Primavera Árabe” que degenerou em crise. Depois do otimismo gerado pela derrocada do regime da Tunísia e pelo sucesso da intervenção armada na Líbia, a Primavera Árabe abriu caminho para chegada da irmandade muçulmana ao poder e depois para a instauração de uma ditadura militar no Egito, e contribuiu para uma nova incursão de Israel em Gaza que deu mais munição ideológica aos jihadistas mundo afora. Os novos ataques em solo francês poderão levar a uma cruzada contra o ISIS comandada pelos EUA que, para ser bem sucedida, demanda um emprego combinado de táticas de inteligência, contra insurgência e de guerra convencional. Isso sem mencionar a presença militar russa na região. O futuro segue profundamente incerto e cada vez mais ameaçador!
———-
* Bacharel em Ciências Sociais (UFPE), Mestre e Doutor em Ciência Política (UFPE). Atualmente é professor da Faculdade Damas da Instrução Cristã e da Faculdade Estácio do Recife. Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Política internacional, atuando principalmente nos seguintes temas: análise de política externa, política externa brasileira, integração regional e organizações políticas internacionais.
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Re: Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
Turquia fechará, ou apagará, sua fronteira com a Síria?
Há desenvolvimentos recentes e preocupantes em solo próximo à Síria.
Ontem, o ministro Lavrov de Relações Exteriores da Rússia disse que a Rússia está pronta para fechar a fronteira turco-síria:
Lavrov lembrou que o presidente francês François Hollande, pouco antes, propusera que se adotassem medidas específicas para bloquear a fronteira turco-síria.
"Apoiamos ativamente essa ideia. Estamos abertos para coordenação de passos práticos, com certeza em interação com o governo sírio" – disse Lavrov. – "Estamos convencidos de que bloquear a fronteira resolverá, em vários aspectos, as questões relacionadas à erradicação do terrorismo em solo sírio."
A Rússia está dando passos objetivos, ativos, para fazer acontecer precisamente isso. Seis ou sete áreas de estacionamento de caminhões-tanques próximas aos pontos de passagem de fronteira ao norte de Aleppo foram bombardeadas ao longo dos últimos vários dias. Caminhões e proprietários de caminhões já estão pensando duas vezes antes de iniciar viagens que impliquem cruzar a fronteira. Em Latakia, o exército sírio e aliados estão empurrando os mercenários "turcomenos" da Turquia de volta para a fronteira, rumo à Turquia. No leste, forças curdas com apoio aéreo dos russos empurram a fronteira na direção do corredor de Aleppo.
Um dia depois da declaração de Lavrov, os EUA repentinamente põem-se a dizer que é imperioso que a Turquia sele completamente a fronteira. Mas essa notícia pode ser falsa:
O governo Obama está pressionando a Turquia para que desloque mais milhares de soldados para a linha de fronteira com a Síria, para fazer um cordão num trecho de fronteira de 60 milhas que, dizem funcionários dos EUA, é usado pelo Estado Islâmico para mover terroristas estrangeiros, de um lado para o outro, na zona de guerra.
Os EUA não solicitaram número específico de soldados. Funcionários do Pentágono estimam que podem ser necessários até 30 mil soldados para selar a fronteira do lado turco, para missão humanitária mais ampla. Para fechar apenas um trecho, podem ser necessários 10 mil soldados, ou mais, estimou um funcionário.
Não se tem ideia clara de como a Turquia responderá.
O que ninguém sabe é se os EUA falam sério sobre essa questão. Sabe-se com certeza é que os EUA são coniventes no contrabando de petróleo entre o Estado Islâmico e a Turquia e que os EUA fazem entregas de armas aos tais rebeldes "moderados" através precisamente daquela fronteira turco-síria. Duvido muito que alguma coisa tenha mudado nesses 'negócios'.
Mas a Turquia está, sim, movendo tropas para a fronteira:
A Turquia estacionou mais tanques, veículos blindados de transporte e outras armas ao longo de suas fronteiras com a Síria nesse sábado, depois que a derrubada de um jato militar russo pelas Forças Armadas Turcas fez subirem as tensões entre os dois países.
Um comboio de caminhões militares vindo das províncias do oste da Turquia, veículos blindados e 20 tanques entraram na área do Comando da 5ª Divisão Blindada na província fronteiriça de Gaziantep.
Na véspera, outra leva de tanques foi estacionada ao longo da fronteira turca com a Síria.
Tanques não servem para fechar fronteiras. Para isso é preciso infantaria, milhares de soldados. Mas tanques são bons para combater contra exército de outro estado. Há também um relatório que informa que a Turquia teria estacionado um sistema ASELSAN Koralmisturador de sinais eletrônicos junto à fronteira. Pode talvez interferir na defesa aérea dos russos na Síria ou, talvez, deixar cegos os jatos russos. O mesmo sistema já foi usado para cegar eletronicamente o exército sírio e desabilitar os seus rádios, quando os "moderados", no início desse ano, eclodiram para fora da Turquia e conquistaram Idleb.
Para mim, os movimentos dos turcos parecem movimentos ofensivos, sem nada que sugira preparativos para fechar a fronteira.
A Síria alega que os embarques de armas turcas para os rebeldes aumentou, e que soldados sírios foram atacados por fogo vindo de território turco:
"Temos informação segura de que o governo turco aumentou recentemente seu apoio aos terroristas e o nível do fornecimento para eles, de armas, munição e equipamento necessário para dar prosseguimentos aos seus atos criminosos" – lê-se numa declaração do exército sírio.
...
A declaração feita pelo comando do exército sírio dizia que estavam sendo entregues armas em comboios que a Turquia dizia serem de ajuda humanitária. Dizia também que as armas foram fornecidas em troca de antiquidades síria e iraquianas saqueadas e de petróleo vendido a baixos preços.
...
A declaração dos sírios também diz que a Turquia disparou várias bombas de morteiro contra posições do exército sírio na 6ª-feira à noite, de local exatamente sobre a fronteira da província de Latakia no noroeste da Síria.
A Turquia pode retirar-se e desistir da agressão contra a Síria e realmente fechar a fronteira. O suprimento de armas para os 'moderados' nesse caso encolheria significativamente. Se a Turquia apenas parar e nada fizer, a Rússia fará como já começou a fazer. Bombardeará qualquer caminhão ou tipo de transporte que cruze a fronteira em direção à Síria.
Mas talvez a Turquia deseje impedir que isso aconteça e tentará espantar os russos para longe da fronteira e meter soldados turcos pela Síria a dentro para criar uma "zona segura" e, dali, atacar Aleppo e outras cidades sírias. É má ideia. Não funcionará, porque seria sangrento e potencialmente escalará para guerra muito maior.
A questão é saber se Obama dará luz verde a tudo isso e prometerá seu apoio ao "moderado" Erdogan.
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Há desenvolvimentos recentes e preocupantes em solo próximo à Síria.
Ontem, o ministro Lavrov de Relações Exteriores da Rússia disse que a Rússia está pronta para fechar a fronteira turco-síria:
Lavrov lembrou que o presidente francês François Hollande, pouco antes, propusera que se adotassem medidas específicas para bloquear a fronteira turco-síria.
"Apoiamos ativamente essa ideia. Estamos abertos para coordenação de passos práticos, com certeza em interação com o governo sírio" – disse Lavrov. – "Estamos convencidos de que bloquear a fronteira resolverá, em vários aspectos, as questões relacionadas à erradicação do terrorismo em solo sírio."
A Rússia está dando passos objetivos, ativos, para fazer acontecer precisamente isso. Seis ou sete áreas de estacionamento de caminhões-tanques próximas aos pontos de passagem de fronteira ao norte de Aleppo foram bombardeadas ao longo dos últimos vários dias. Caminhões e proprietários de caminhões já estão pensando duas vezes antes de iniciar viagens que impliquem cruzar a fronteira. Em Latakia, o exército sírio e aliados estão empurrando os mercenários "turcomenos" da Turquia de volta para a fronteira, rumo à Turquia. No leste, forças curdas com apoio aéreo dos russos empurram a fronteira na direção do corredor de Aleppo.
Um dia depois da declaração de Lavrov, os EUA repentinamente põem-se a dizer que é imperioso que a Turquia sele completamente a fronteira. Mas essa notícia pode ser falsa:
O governo Obama está pressionando a Turquia para que desloque mais milhares de soldados para a linha de fronteira com a Síria, para fazer um cordão num trecho de fronteira de 60 milhas que, dizem funcionários dos EUA, é usado pelo Estado Islâmico para mover terroristas estrangeiros, de um lado para o outro, na zona de guerra.
Os EUA não solicitaram número específico de soldados. Funcionários do Pentágono estimam que podem ser necessários até 30 mil soldados para selar a fronteira do lado turco, para missão humanitária mais ampla. Para fechar apenas um trecho, podem ser necessários 10 mil soldados, ou mais, estimou um funcionário.
Não se tem ideia clara de como a Turquia responderá.
O que ninguém sabe é se os EUA falam sério sobre essa questão. Sabe-se com certeza é que os EUA são coniventes no contrabando de petróleo entre o Estado Islâmico e a Turquia e que os EUA fazem entregas de armas aos tais rebeldes "moderados" através precisamente daquela fronteira turco-síria. Duvido muito que alguma coisa tenha mudado nesses 'negócios'.
Mas a Turquia está, sim, movendo tropas para a fronteira:
A Turquia estacionou mais tanques, veículos blindados de transporte e outras armas ao longo de suas fronteiras com a Síria nesse sábado, depois que a derrubada de um jato militar russo pelas Forças Armadas Turcas fez subirem as tensões entre os dois países.
Um comboio de caminhões militares vindo das províncias do oste da Turquia, veículos blindados e 20 tanques entraram na área do Comando da 5ª Divisão Blindada na província fronteiriça de Gaziantep.
Na véspera, outra leva de tanques foi estacionada ao longo da fronteira turca com a Síria.
Tanques não servem para fechar fronteiras. Para isso é preciso infantaria, milhares de soldados. Mas tanques são bons para combater contra exército de outro estado. Há também um relatório que informa que a Turquia teria estacionado um sistema ASELSAN Koralmisturador de sinais eletrônicos junto à fronteira. Pode talvez interferir na defesa aérea dos russos na Síria ou, talvez, deixar cegos os jatos russos. O mesmo sistema já foi usado para cegar eletronicamente o exército sírio e desabilitar os seus rádios, quando os "moderados", no início desse ano, eclodiram para fora da Turquia e conquistaram Idleb.
Para mim, os movimentos dos turcos parecem movimentos ofensivos, sem nada que sugira preparativos para fechar a fronteira.
A Síria alega que os embarques de armas turcas para os rebeldes aumentou, e que soldados sírios foram atacados por fogo vindo de território turco:
"Temos informação segura de que o governo turco aumentou recentemente seu apoio aos terroristas e o nível do fornecimento para eles, de armas, munição e equipamento necessário para dar prosseguimentos aos seus atos criminosos" – lê-se numa declaração do exército sírio.
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A declaração feita pelo comando do exército sírio dizia que estavam sendo entregues armas em comboios que a Turquia dizia serem de ajuda humanitária. Dizia também que as armas foram fornecidas em troca de antiquidades síria e iraquianas saqueadas e de petróleo vendido a baixos preços.
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A declaração dos sírios também diz que a Turquia disparou várias bombas de morteiro contra posições do exército sírio na 6ª-feira à noite, de local exatamente sobre a fronteira da província de Latakia no noroeste da Síria.
A Turquia pode retirar-se e desistir da agressão contra a Síria e realmente fechar a fronteira. O suprimento de armas para os 'moderados' nesse caso encolheria significativamente. Se a Turquia apenas parar e nada fizer, a Rússia fará como já começou a fazer. Bombardeará qualquer caminhão ou tipo de transporte que cruze a fronteira em direção à Síria.
Mas talvez a Turquia deseje impedir que isso aconteça e tentará espantar os russos para longe da fronteira e meter soldados turcos pela Síria a dentro para criar uma "zona segura" e, dali, atacar Aleppo e outras cidades sírias. É má ideia. Não funcionará, porque seria sangrento e potencialmente escalará para guerra muito maior.
A questão é saber se Obama dará luz verde a tudo isso e prometerá seu apoio ao "moderado" Erdogan.
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Re: Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
que vídeo louco mano....até botija de GLP os caras usam.
Re: Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
Se liga nesse!renatomp escreveu:que vídeo louco mano....até botija de GLP os caras usam.
Não sou clone! Meu antigo usuário "Gugu_" foi perdido.
Re: Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
Hoje o Estadão reproduziu um artigo da The Economist.
É vergonhosa a cobertura enviesada que alguns veículos de comunicação têm dado ao tema. Esconde um monte de informações sobre a forma como se deu o incidente com o bombardeiro Russo de modo a criar uma versão que favoreça a Turquia e advoga que a única possibilidade de resolver o conflito na região é tirando o Assad do poder.
http://internacional.estadao.com.br/not ... ra,1803637" onclick="window.open(this.href);return false;
Olhem o nível da análise -
"Em primeiro lugar, é importante que a Turquia seja publicamente apoiada por seus aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Depois de violações anteriores, a Turquia advertiu caças russos e derrubou um drone – que a Rússia nega ser seu. É interesse legítimo da Otan desencorajar novas incursões e demonstrar união. Ambas as coisas exigem que a aliança apoie a Turquia."
"É viável contar com a colaboração da Rússia? Tudo indica que a campanha dos russos na Síria não vai muito bem. Além do Sukhoi derrubado pelos turcos, Moscou perdeu um helicóptero, que tinha sido enviado para resgatar os pilotos do caça e acabou abatido por um míssil do Exército Sírio Livre, um dos grupos que combatem o regime de Assad. Depois de anos de guerra, o Exército de Assad está em más condições. Graças ao apoio aéreo dos russos, suas tropas conseguiram estabilizar a situação, mas não foram capazes de reconquistar porções grandes de território."
A campanha da Rússia não vai muito bem porque perdeu duas aeronaves em um contexto bem específico? VSF
Sorte que a facilidade de acesso a várias fontes de informação permite uma visão mais ampla do problema.
É vergonhosa a cobertura enviesada que alguns veículos de comunicação têm dado ao tema. Esconde um monte de informações sobre a forma como se deu o incidente com o bombardeiro Russo de modo a criar uma versão que favoreça a Turquia e advoga que a única possibilidade de resolver o conflito na região é tirando o Assad do poder.
http://internacional.estadao.com.br/not ... ra,1803637" onclick="window.open(this.href);return false;
Olhem o nível da análise -
"Em primeiro lugar, é importante que a Turquia seja publicamente apoiada por seus aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Depois de violações anteriores, a Turquia advertiu caças russos e derrubou um drone – que a Rússia nega ser seu. É interesse legítimo da Otan desencorajar novas incursões e demonstrar união. Ambas as coisas exigem que a aliança apoie a Turquia."
"É viável contar com a colaboração da Rússia? Tudo indica que a campanha dos russos na Síria não vai muito bem. Além do Sukhoi derrubado pelos turcos, Moscou perdeu um helicóptero, que tinha sido enviado para resgatar os pilotos do caça e acabou abatido por um míssil do Exército Sírio Livre, um dos grupos que combatem o regime de Assad. Depois de anos de guerra, o Exército de Assad está em más condições. Graças ao apoio aéreo dos russos, suas tropas conseguiram estabilizar a situação, mas não foram capazes de reconquistar porções grandes de território."
A campanha da Rússia não vai muito bem porque perdeu duas aeronaves em um contexto bem específico? VSF
Sorte que a facilidade de acesso a várias fontes de informação permite uma visão mais ampla do problema.
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Re: Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
Esse helicóptero do resgate segundo dizem não estava com soldados russos e sim de "soldados" do hezbollah.
E foi comandado por aquele famoso general da emboscada a israel em 2006.
E foi comandado por aquele famoso general da emboscada a israel em 2006.
Tapirus terrestris
Re: Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
Cronometrando o tempo de chegada do mossad para desmentir sua informaçãoJackman escreveu:Esse helicóptero do resgate segundo dizem não estava com soldados russos e sim de "soldados" do hezbollah.
E foi comandado por aquele famoso general da emboscada a israel em 2006.
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Re: Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
Kkkkkkk..ele vai ligar antes pros amigos que ele tem na IDF....muttley escreveu:
Cronometrando o tempo de chegada do mossad para desmentir sua informação
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Re: Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
Capaz deste ser o próximo tipo de ataque terrorista na Europa.Gugu__ escreveu:
Se liga nesse!
Nada impede esses putos de montagem esses canhões em Paris, Londres e etc.. A arma é artesanal.
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Vai falar que o general não existe e que nunca aconteceu.
- JackmAtAll
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Re: Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
muttley escreveu:
Cronometrando o tempo de chegada do mossad para desmentir sua informação
Pois é, quero ver agora, só comentei sem postar a matéria para ver como vai vir a resposta, nem citei o nome de próposito do militar.robinholoureiro escreveu: Kkkkkkk..ele vai ligar antes pros amigos que ele tem na IDF....
Vai falar que o general não existe e que nunca aconteceu.
Tapirus terrestris
Re: Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
Gugu__ escreveu:
Se liga nesse!
caralho , não sabia que um botijão fazia esse estrago todo em um prédio
Re: Turquia derruba avião militar russo - fudeu news.
Acho que tem explosivo na ponta.....abukake escreveu:
caralho , não sabia que um botijão fazia esse estrago todo em um prédio
Não sou clone! Meu antigo usuário "Gugu_" foi perdido.
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