8 Anos sem Ryan Gracie

Assuntos gerais que não se enquadrem nos fóruns oficiais serão discutidos aqui.
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bicolor
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Re: 8 Anos sem Ryan Gracie

Mensagem por bicolor » 02 Jan 2016 01:02

Só machão espancador de frango.

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Baden
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Re: 8 Anos sem Ryan Gracie

Mensagem por Baden » 02 Jan 2016 01:50

afinal, o título do tópico é ou não é comemorativo?
Editado pela última vez por Baden em 02 Jan 2016 02:27, em um total de 1 vez.
Um homem é rico na proporção do número de coisas de que ele é capaz de abrir mão - Henry David Thoreau

Rust never sleeps (Neil Young)

Dar golpe em democracia pra atingir um suposto inimigo é o mesmo que chutar com toda força a própria bunda - Baden

linus_sp
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Re: 8 Anos sem Ryan Gracie

Mensagem por linus_sp » 02 Jan 2016 01:53

Achei a entrevista em que o Renzo fala sobre o Ryan e conta também a história do tiro, está em inglês.

phpBB [video]


Outra coisa, aparentemente, o Rickson, Royce, Rorion e outros membros da família não saiam por ai batendo em leigo. Pelo menos nunca vi o Rickson ou Royce em entrevista falando disso. O que eu sei é que o Rickson desafiava quem quisesse lutar, ai dependia do cara aceitar ou não.

O Rorion mesmo disse que este lance de desafiar professores de outras lutas em academia começou quando ele foi na boa em uma academia de Tae Kwon Do nos EUA tentar alugar um espaço e o cara o tratou que nem merda. Ele então falou por cara: Este seu tae Kwon Do nõa é isso tudo e ai o cara respondeu: Ah, é? Quer experimentar?

Bom, o resto é história, o cara passou vergonha na frente dos alunos e o Rorion ganhou vários alunos e anos mais tarde fundou o UFC.

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Edward Khil
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Re: 8 Anos sem Ryan Gracie

Mensagem por Edward Khil » 02 Jan 2016 04:19

ninguém pode falar de ninguém que não tenha conhecido de perto ou pessoalmente. A maioria aqui só fala merda, como podem julgar o cara assim? mas o pior é as pessoas que ficam romantizando as coisas e acreditando em lorotas tbm, triste
Направление? Какое направление?!

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The Trooper
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Re: 8 Anos sem Ryan Gracie

Mensagem por The Trooper » 02 Jan 2016 04:40

Reportagem da Revista VEJA de 03/02/1999


Eles já gostavam de brigar e agora ficaram mais violentos depois de aprender jiu-jítsu


“Depois que eu jogo no chão é show. Boto o joelho no peito e dou um monte de socão na cara. O objetivo não é machucar; é brigar. Mas é impossível conter a vontade de deixar minha marca.”(Rodrigo, 19 anos).

Atenção! Se você encontrar alguém que possua uma orelha minimamente parecida com essa aí da fotografia à esquerda, cuidado. Ao cruzar com o portador de uma orelha dessas, recomenda-se evitar um esbarrão. Olhar para a namorada dele, nem em sonho. A turma da orelha é formada por praticantes de jiu-jítsu que, muitas vezes, não se satisfazem em treinar a arte marcial no tatame da academia. Eles saem às ruas à procura de uma vítima. Nos últimos tempos, gangues de lutadores têm-se envolvido em casos policiais com freqüência cada vez maior. Há registros de confusão provocada por eles em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza, Recife, Brasília e Manaus, mas a capital nacional dessa gente é o Rio de Janeiro. É lá que está a maior concentração de academias de jiu-jítsu do país, cerca de 400, metade de fundo de quintal. Na semana passada, a Guarda Municipal carioca divulgou um relatório sobre gangues que perturbam e agridem os usuários das praias de Ipanema e do Leblon e constatou que duas delas são formadas por praticantes de jiu-jítsu. Nos últimos meses, a cidade registrou a morte de duas pessoas envolvidas em brigas provocadas por lutadores dessa arte marcial. O motivo para tanta violência? Nada que faça muito sentido, aparentemente.

“Já meti porrada num professor que me expulsou de sala. Voei para cima, desci a mão. Eu não queria matar ele e por isso só dei uns tapas.” (Alberto, 19 anos).

De acordo com os próprios lutadores de jiu-jítsu que gostam de uma briga de rua, a confusão pode começar a qualquer momento. Ouça-se a análise do estudante carioca Rodrigo Ribeiro, de 19 anos, cujo apelido é "Pit Bull", referência a uma das raças de cachorro mais perigosas do mundo: "Se o camarada fica me olhando, vou lá perguntar o que é. Dependendo da resposta, arrebento a cara dele". Deu para entender? Pit Bull é faixa roxa de jiu-jítsu, orgulha-se de ter surrado pelo menos quarenta pessoas e tem a orelha deformada. Isso acontece quando a cartilagem é fraturada e esfarelada pelo atrito da orelha com a lona do tatame, durante horas de treinamento, gravatas e chaves de perna. Conforme vai cicatrizando, sempre mais torta do que era antes, a orelha engorda e fica disforme. Embora muita gente veja certo ar repugnante nessas conchas auditivas, os lutadores de jiu-jítsu têm orgulho delas. Tal qual as estrelas no ombro do general, elas funcionam como um indicador de poder, de superioridade no mundo marcial em que eles vivem.

“Já perdi conta de quantos eu apaguei em brigas de rua. Meu cachorro, o Zé, é que nem eu, pode matar outro cachorro com uma só dentada. Olha só as cicatrizes dele.”(Alex, 21 anos).

Em todo o país a turma do jiu-jítsu semeia pancadaria. Em Brasília, um único distrito policial registrou no ano passado dezenas de casos de brigas envolvendo lutadores dessa arte. "O pior é que a pancadaria é coletiva, porque se trata de uma turma de playboys contra a outra", diz o delegado-chefe da região, Gilberto Alves Ribeiro. Em Belo Horizonte, no Ponteio Lar Shopping, a gerência aumentou o número de seguranças para evitar que os alunos de uma academia de jiu-jítsu instalada ali dentro arranjassem confusão com os fregueses. Em Manaus, depois do assassinato de um estudante numa briga ocorrida no ano passado, a polícia fez uma blitz que fechou cinco academias dessa luta na região, por funcionar sem autorização. Não adiantou. As confusões na cidade continuam até hoje. Em São Paulo, uma boate chamada Kashmir tornou-se ponto de encontro de lutadores. Resultado: quando a concentração de "jiujiteiros", como se tratam na gíria, fica acima da média, os seguranças da casa saem da porta e se misturam com os clientes na pista. "Em algumas noites, chegamos a triplicar a segurança por causa deles", afirma Renan Pimentel, gerente da Kashmir.

“Eu sou explosivo desde garoto. Antes de entrar na briga eu me perguntava: será que eu apanho desse cara? Quando mexiam comigo, eu brigava. Eu gosto de ser respeitado. Também tem um pouco de auto-afirmação.”(Ryan, 24 anos).

Vodca com Flash Power — Pimentel conta como as brigas começam: "Eles chegam calmos e não perturbam ninguém. Aí, começam a tomar Flying Horse e Flash Power (bebidas energéticas importadas à base de cafeína e aminoácidos) misturadas com uísque ou vodca, ficam loucos e vão caçar garotas, como eles falam. É nesse momento que, em geral, as confusões começam, criadas pelo atrito com namorados de moças de que eles se aproximam. Outra coisa é que eles só andam em bando e isso os faz se sentir mais confiantes e viris". O jiu-jítsu foi criado há 2.500 anos por monges budistas na Índia e se desenvolveu no Japão. No Brasil, virou febre nos últimos anos. É uma arte marcial de alta eficiência, que consiste em derrubar o adversário no chão e torcer alguma parte de seu corpo até subjugá-lo inteiramente. "Em três meses de aula, o lutador de jiu-jítsu aprende golpes que permitem quebrar o pescoço de alguém maior e mais forte", explica Fabio Gurgel, bicampeão mundial da modalidade. "Por isso os verdadeiros seguidores do jiu-jítsu não saem brigando na rua. Eles têm responsabilidade."

Os briguentos acabam fazendo nas ruas aquilo que seus ídolos fazem no tatame em competições internacionais. No alto desse olimpo estão os lutadores da dinastia Gracie. A família, que tem academias no Rio desde o início do século, se tornou mundialmente famosa depois de criar um campeonato batizado de "vale-tudo" (veja quadro), no qual praticantes de várias artes marciais poderiam lutar para valer, para ver quem era o melhor. O torneio virou sucesso de público e, com ele, a técnica de luta ensinada pela família, o "brazilian jiu-jitsu". Entre os mais de 100 membros do clã, o favorito dos briguentos é Ryan, conhecido pelo apelido de "Demônio Gracie". Quando morava no Rio, arranjou tanta encrenca que a família decidiu mandá-lo para São Paulo. Certa vez ele armou um quebra-quebra num bar, ao bater em quatro sujeitos que mexeram com sua namorada. Repatriado ao Rio, Ryan acabou baleado por um desafeto. Escapou com apenas um tiro na perna, mas não sabe até agora quem foi o autor. Comenta-se que deve mudar-se para os Estados Unidos, onde a família mantém várias academias.

Obtusidade intelectual — Todo homem esconde um desejo secreto de impor respeito físico. É, provavelmente, uma reação ancestral, adquirida em tempos imemoriais, quando isso fazia grande diferença na vida de cada um. Esse impulso, no entanto, é temperado na maioria das pessoas pelo cálculo racional segundo o qual a disputa física raramente vale a pena. Com o maníaco por agressão é diferente. Esse tipo de gente surge quando alguns fatores adicionais se conjugam. Em primeiro lugar, é preciso ser mais agressivo do que a média das pessoas — e isso nada tem a ver com jiu-jítsu. Depois, ser brigão exige certa obtusidade intelectual. As técnicas de luta oferecem um meio pelo qual se podem exteriorizar impulsos agressivos. As academias e o grupo fornecem, finalmente, o ambiente no qual a pancadaria é promovida como coisa meritória.

O Brasil tem mais de 4 milhões de pessoas praticando artes marciais e não se tem notícia de gangues de kung fu ou de judocas esmurrando gente na rua. São 150.000 os praticantes de jiu-jítsu e, obviamente, a maioria deles leva a arte marcial a sério. Ou seja, treina na academia e, nas ruas, demonstra desenvolvido grau de autocontrole, capaz de suportar mais desaforos do que os demais. A má imagem do jiu-jítsu é culpa de uma minoria que já gostava de dar tapas antes de entrar na academia e que resolveu aderir à luta da moda para potencializar sua ferocidade. O paulista Alberto Martins Filho não admite de forma alguma que se trate de um brigão. Diz apenas que não leva desaforo para casa. Aos 19 anos, filho de um comerciante de jóias, ele estuda direito em universidade particular e viajou para a Disney World duas vezes. Tem carro novo, namorada de cabelos encaracolados e olhos cor de mel. "Eu tenho cara de bonzinho, mas esbarrou em mim, pede desculpa. Se não eu vou forte em cima, não quero nem saber", avisa. "Fui expulso do colégio porque bati num professor que me mandou para fora da sala. Voei pra cima, meti porrada. Eu não queria matar ele e por isso só dei uns tapas", conta. O brasiliense Alex Ferreira Nacfur, 21 anos, é outro: "Já perdi a conta de quantos caras eu já 'apaguei' em brigas na rua", diz. "Eu brigo desde os 13 anos, gosto de brigar mesmo, e não vou parar", avisa. "Apagar", na gíria do jiu-jítsu, é fazer alguém desmaiar.

O psicólogo Jacob Pinheiro Goldberg, que também é adepto de arte marcial (ele é faixa preta em caratê), tem visão mais bem-acabada do problema: "Essa geração foi criada por pais que deram aos filhos toda a liberdade do mundo. O resultado foram jovens imaturos, que não aceitam frustrações. Para piorar, eles encontram academias inescrupulosas, que distorcem o sentido das artes marciais", diz. "No Oriente, pregam-se a nobreza de espírito e a disciplina. Aqui, confunde-se força com prepotência e virilidade com agressividade."

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The Trooper
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Re: 8 Anos sem Ryan Gracie

Mensagem por The Trooper » 02 Jan 2016 04:40

Reportagem da Revista VEJA de 03/02/1999


Eles já gostavam de brigar e agora ficaram mais violentos depois de aprender jiu-jítsu


“Depois que eu jogo no chão é show. Boto o joelho no peito e dou um monte de socão na cara. O objetivo não é machucar; é brigar. Mas é impossível conter a vontade de deixar minha marca.”(Rodrigo, 19 anos).

Atenção! Se você encontrar alguém que possua uma orelha minimamente parecida com essa aí da fotografia à esquerda, cuidado. Ao cruzar com o portador de uma orelha dessas, recomenda-se evitar um esbarrão. Olhar para a namorada dele, nem em sonho. A turma da orelha é formada por praticantes de jiu-jítsu que, muitas vezes, não se satisfazem em treinar a arte marcial no tatame da academia. Eles saem às ruas à procura de uma vítima. Nos últimos tempos, gangues de lutadores têm-se envolvido em casos policiais com freqüência cada vez maior. Há registros de confusão provocada por eles em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza, Recife, Brasília e Manaus, mas a capital nacional dessa gente é o Rio de Janeiro. É lá que está a maior concentração de academias de jiu-jítsu do país, cerca de 400, metade de fundo de quintal. Na semana passada, a Guarda Municipal carioca divulgou um relatório sobre gangues que perturbam e agridem os usuários das praias de Ipanema e do Leblon e constatou que duas delas são formadas por praticantes de jiu-jítsu. Nos últimos meses, a cidade registrou a morte de duas pessoas envolvidas em brigas provocadas por lutadores dessa arte marcial. O motivo para tanta violência? Nada que faça muito sentido, aparentemente.

“Já meti porrada num professor que me expulsou de sala. Voei para cima, desci a mão. Eu não queria matar ele e por isso só dei uns tapas.” (Alberto, 19 anos).

De acordo com os próprios lutadores de jiu-jítsu que gostam de uma briga de rua, a confusão pode começar a qualquer momento. Ouça-se a análise do estudante carioca Rodrigo Ribeiro, de 19 anos, cujo apelido é "Pit Bull", referência a uma das raças de cachorro mais perigosas do mundo: "Se o camarada fica me olhando, vou lá perguntar o que é. Dependendo da resposta, arrebento a cara dele". Deu para entender? Pit Bull é faixa roxa de jiu-jítsu, orgulha-se de ter surrado pelo menos quarenta pessoas e tem a orelha deformada. Isso acontece quando a cartilagem é fraturada e esfarelada pelo atrito da orelha com a lona do tatame, durante horas de treinamento, gravatas e chaves de perna. Conforme vai cicatrizando, sempre mais torta do que era antes, a orelha engorda e fica disforme. Embora muita gente veja certo ar repugnante nessas conchas auditivas, os lutadores de jiu-jítsu têm orgulho delas. Tal qual as estrelas no ombro do general, elas funcionam como um indicador de poder, de superioridade no mundo marcial em que eles vivem.

“Já perdi conta de quantos eu apaguei em brigas de rua. Meu cachorro, o Zé, é que nem eu, pode matar outro cachorro com uma só dentada. Olha só as cicatrizes dele.”(Alex, 21 anos).

Em todo o país a turma do jiu-jítsu semeia pancadaria. Em Brasília, um único distrito policial registrou no ano passado dezenas de casos de brigas envolvendo lutadores dessa arte. "O pior é que a pancadaria é coletiva, porque se trata de uma turma de playboys contra a outra", diz o delegado-chefe da região, Gilberto Alves Ribeiro. Em Belo Horizonte, no Ponteio Lar Shopping, a gerência aumentou o número de seguranças para evitar que os alunos de uma academia de jiu-jítsu instalada ali dentro arranjassem confusão com os fregueses. Em Manaus, depois do assassinato de um estudante numa briga ocorrida no ano passado, a polícia fez uma blitz que fechou cinco academias dessa luta na região, por funcionar sem autorização. Não adiantou. As confusões na cidade continuam até hoje. Em São Paulo, uma boate chamada Kashmir tornou-se ponto de encontro de lutadores. Resultado: quando a concentração de "jiujiteiros", como se tratam na gíria, fica acima da média, os seguranças da casa saem da porta e se misturam com os clientes na pista. "Em algumas noites, chegamos a triplicar a segurança por causa deles", afirma Renan Pimentel, gerente da Kashmir.

“Eu sou explosivo desde garoto. Antes de entrar na briga eu me perguntava: será que eu apanho desse cara? Quando mexiam comigo, eu brigava. Eu gosto de ser respeitado. Também tem um pouco de auto-afirmação.”(Ryan, 24 anos).

Vodca com Flash Power — Pimentel conta como as brigas começam: "Eles chegam calmos e não perturbam ninguém. Aí, começam a tomar Flying Horse e Flash Power (bebidas energéticas importadas à base de cafeína e aminoácidos) misturadas com uísque ou vodca, ficam loucos e vão caçar garotas, como eles falam. É nesse momento que, em geral, as confusões começam, criadas pelo atrito com namorados de moças de que eles se aproximam. Outra coisa é que eles só andam em bando e isso os faz se sentir mais confiantes e viris". O jiu-jítsu foi criado há 2.500 anos por monges budistas na Índia e se desenvolveu no Japão. No Brasil, virou febre nos últimos anos. É uma arte marcial de alta eficiência, que consiste em derrubar o adversário no chão e torcer alguma parte de seu corpo até subjugá-lo inteiramente. "Em três meses de aula, o lutador de jiu-jítsu aprende golpes que permitem quebrar o pescoço de alguém maior e mais forte", explica Fabio Gurgel, bicampeão mundial da modalidade. "Por isso os verdadeiros seguidores do jiu-jítsu não saem brigando na rua. Eles têm responsabilidade."

Os briguentos acabam fazendo nas ruas aquilo que seus ídolos fazem no tatame em competições internacionais. No alto desse olimpo estão os lutadores da dinastia Gracie. A família, que tem academias no Rio desde o início do século, se tornou mundialmente famosa depois de criar um campeonato batizado de "vale-tudo" (veja quadro), no qual praticantes de várias artes marciais poderiam lutar para valer, para ver quem era o melhor. O torneio virou sucesso de público e, com ele, a técnica de luta ensinada pela família, o "brazilian jiu-jitsu". Entre os mais de 100 membros do clã, o favorito dos briguentos é Ryan, conhecido pelo apelido de "Demônio Gracie". Quando morava no Rio, arranjou tanta encrenca que a família decidiu mandá-lo para São Paulo. Certa vez ele armou um quebra-quebra num bar, ao bater em quatro sujeitos que mexeram com sua namorada. Repatriado ao Rio, Ryan acabou baleado por um desafeto. Escapou com apenas um tiro na perna, mas não sabe até agora quem foi o autor. Comenta-se que deve mudar-se para os Estados Unidos, onde a família mantém várias academias.

Obtusidade intelectual — Todo homem esconde um desejo secreto de impor respeito físico. É, provavelmente, uma reação ancestral, adquirida em tempos imemoriais, quando isso fazia grande diferença na vida de cada um. Esse impulso, no entanto, é temperado na maioria das pessoas pelo cálculo racional segundo o qual a disputa física raramente vale a pena. Com o maníaco por agressão é diferente. Esse tipo de gente surge quando alguns fatores adicionais se conjugam. Em primeiro lugar, é preciso ser mais agressivo do que a média das pessoas — e isso nada tem a ver com jiu-jítsu. Depois, ser brigão exige certa obtusidade intelectual. As técnicas de luta oferecem um meio pelo qual se podem exteriorizar impulsos agressivos. As academias e o grupo fornecem, finalmente, o ambiente no qual a pancadaria é promovida como coisa meritória.

O Brasil tem mais de 4 milhões de pessoas praticando artes marciais e não se tem notícia de gangues de kung fu ou de judocas esmurrando gente na rua. São 150.000 os praticantes de jiu-jítsu e, obviamente, a maioria deles leva a arte marcial a sério. Ou seja, treina na academia e, nas ruas, demonstra desenvolvido grau de autocontrole, capaz de suportar mais desaforos do que os demais. A má imagem do jiu-jítsu é culpa de uma minoria que já gostava de dar tapas antes de entrar na academia e que resolveu aderir à luta da moda para potencializar sua ferocidade. O paulista Alberto Martins Filho não admite de forma alguma que se trate de um brigão. Diz apenas que não leva desaforo para casa. Aos 19 anos, filho de um comerciante de jóias, ele estuda direito em universidade particular e viajou para a Disney World duas vezes. Tem carro novo, namorada de cabelos encaracolados e olhos cor de mel. "Eu tenho cara de bonzinho, mas esbarrou em mim, pede desculpa. Se não eu vou forte em cima, não quero nem saber", avisa. "Fui expulso do colégio porque bati num professor que me mandou para fora da sala. Voei pra cima, meti porrada. Eu não queria matar ele e por isso só dei uns tapas", conta. O brasiliense Alex Ferreira Nacfur, 21 anos, é outro: "Já perdi a conta de quantos caras eu já 'apaguei' em brigas na rua", diz. "Eu brigo desde os 13 anos, gosto de brigar mesmo, e não vou parar", avisa. "Apagar", na gíria do jiu-jítsu, é fazer alguém desmaiar.

O psicólogo Jacob Pinheiro Goldberg, que também é adepto de arte marcial (ele é faixa preta em caratê), tem visão mais bem-acabada do problema: "Essa geração foi criada por pais que deram aos filhos toda a liberdade do mundo. O resultado foram jovens imaturos, que não aceitam frustrações. Para piorar, eles encontram academias inescrupulosas, que distorcem o sentido das artes marciais", diz. "No Oriente, pregam-se a nobreza de espírito e a disciplina. Aqui, confunde-se força com prepotência e virilidade com agressividade."

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SR.SATÃ
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Re: 8 Anos sem Ryan Gracie

Mensagem por SR.SATÃ » 02 Jan 2016 06:56

O terror dos Pit boys Jiu jiteiros dos anos 90!

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Esse confronto está entre os top 5 da história do vale tudo na minha opinião.

phpBB [video]

linus_sp
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Re: 8 Anos sem Ryan Gracie

Mensagem por linus_sp » 02 Jan 2016 07:03

[quote="SR.SATÃ"]O terror dos Pit boys Jiu jiteiros dos anos 90!

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Esse confronto está entre os top 5 da história do vale tudo na minha opinião.

O macaco vacilou muito. Não sei se foi a primeira ou a segunda luta, estava com o golpe encaixado justo e soltou para bater no Pelé e acabou levando um atraso.

Tiveram duas lutas que ninguém acreditou no resultado. Esta do Macaco e a luta do Amauri contra o Hulk. Eram vitórias certas.

Pelé sempre foi um lutador mediano, nunca fez frente a atletas de ponta, a única boa vitória dele e na sorte foi contra o Matt Huges
Editado pela última vez por linus_sp em 02 Jan 2016 07:15, em um total de 1 vez.

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Dutch
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Re: 8 Anos sem Ryan Gracie

Mensagem por Dutch » 02 Jan 2016 07:09

Hall escreveu:Minha opinião eh q os pitboys atrasaram o jorgite pois afastaram as crianças da arte.

Criaram uma subcultura de violência no RJ q demorou para sair da cabeça da população e trouxe preconceito para o jiu jitsu.

Dito isso nunca fui na balada arrumar confusão, mas conheci muita gente q fazia isso.

frequentei essas baladas no final dos anos 90 em SP e nunca vi o Ryan pessoalmente.

Nao ia no Syrena pq tinha fama de ser lugar de pitboy, não sabia q a culpa era do raia. :fuyo:

Violência eh uma merda.

Na minha modesta opinião Ryan eh tudo de ruim q o jiu jitsu poderia produzir.

E o Dutch eh hater dos veinhos gracie não sei porque.

Essa história de que só aceitavam desafios de kimono eh falsa, tai as lutas do Carlson para desmentir isso.

Os desafios Gracie sim foram importantes para a evolução do JJ pois deu visibilidade à arte e não eram contra leigos desprevenidos bêbados em balada e nem invenção dos Gracie isso foi e sim do Kano q já mandava os embaixadores do judô fazerem anúncio em jornal como o Maeda fazia e está amplamente catalogado nos acervos da biblioteca nacional.

E por último não precisa dessas analogias bisonhas para provar um argumento.

Brigar na rua eh errado, moleque faz muita merda oq não justifica as merdas psicóticas do Ryan e nem de comportar como um folgado arrumando confusão com geral, roubando etc.
Mentira? Vou mentir por qual razão? Não sou moleque, não. Leia o livro, o Carlos e o Hélio só aceitavam desafios nesses termos: quimono ou paletó. Carlson já veio numa época de profissionalização da luta como esporte, não tinha mais essa de fazer exigências. Agora, se você não se lembra, até pouco tempo atrás o Royce reclamava das lutas com tempo e o Rickson ficou nisso de exigir um monte de coisas (bolsa inclusa) que acabou que não lutou com ninguém de expressão no MMA.

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Hall
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Re: RE: Re: 8 Anos sem Ryan Gracie

Mensagem por Hall » 02 Jan 2016 07:15

Dutch escreveu:
Mentira? Vou mentir por qual razão? Não sou moleque, não. Leia o livro, o Carlos e o Hélio só aceitavam desafios nesses termos: quimono ou paletó. Carlson já veio numa época de profissionalização da luta como esporte, não tinha mais essa de fazer exigências. Agora, se você não se lembra, até pouco tempo atrás o Royce reclamava das lutas com tempo e o Rickson ficou nisso de exigir um monte de coisas (bolsa inclusa) que acabou que não lutou com ninguém de expressão no MMA.
Oxe, não falei q era mentira, falei q a história eh falsa e os veinhos aceitavam lutas sem kimono. Entra lá na biblioteca nacional e procura os jornais velhos q tem os anúncios de Maeda e dos Gracie.

Tem muita história enfeitada na versão dos Gracie, os desafios foram.bem reais.

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Re: RE: Re: 8 Anos sem Ryan Gracie

Mensagem por Hall » 02 Jan 2016 07:19

luis fabiano escreveu:

Ninguém citou o esfaqueamento do tal do chuck norris. Eu citei ele esfaquear o senhor de idade quando roubou o carro do mesmo. Rasgou a mão do senhor e ainda roubou e bateu o carro do coitado.

Tentou esfaquear outro motorista que saiu correndo.

Tentou roubar uma moto com a faca de um moto taxi. E ai que ele se fudeu porque os motoxistas cairam matando.

O que ryan e o outro marginal fizeram é problema deles, mas estou falando especificamente de quando ele pegou uma peixeira, meteu no pescoço de um senhor de idade, roubou carro e destruiu o carro do mesmo.


phpBB [video]
E foi preso e morreu na cadeia.

Essa eh a sequência dessa história.

Tem como pagar mais caro?

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Re: RE: Re: 8 Anos sem Ryan Gracie

Mensagem por Hall » 02 Jan 2016 07:20

aquatico escreveu:mestre luis fabiano ta arrebentando os defensores de marginais
Mestre? Aí tu se superou na groselha.

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Re: 8 Anos sem Ryan Gracie

Mensagem por linus_sp » 02 Jan 2016 07:24

Dutch escreveu:Mentira? Vou mentir por qual razão? Não sou moleque, não. Leia o livro, o Carlos e o Hélio só aceitavam desafios nesses termos: quimono ou paletó. Carlson já veio numa época de profissionalização da luta como esporte, não tinha mais essa de fazer exigências. Agora, se você não se lembra, até pouco tempo atrás o Royce reclamava das lutas com tempo e o Rickson ficou nisso de exigir um monte de coisas (bolsa inclusa) que acabou que não lutou com ninguém de expressão no MMA.
O Rickson se achava demais e isso foi a pior coisa pra carreira dele. Ele é um desconhecido nos EUA perto de outros membros da família como o Royce e até o Renzo. O Rickson ganhou uma fama enorme quando lutou o vale tudo do Japão e depois não se ouviu mais falar dele.

Pode ser o maior nome do jiu jitsu de todos os tempos, mas nunca provou isso. Pegou Tanaka, Funaki e outros japas sem a menor expressão no Vale Tudo. Acho que tem o mérito de ter feito o que fez no pano, mas foi o único membro da família que quando em atividade não aceitava nenhuma luta. O Royce topou até lutar com o Wallid e o Royce já tinha um grande nome no esporte quando esta luta rolou.

Acho que o Rickson ficou com medo de perder e botar a perder esta imagem de invencibilidade em 400 lutas que ele criou. Segundo o Sherdog foram apenas 11. Metade delas com semi-leigos.

Até o Wand falou que colocava o cinturão em jogo pra lutar com o Rickson, que o Rickson não precisava fazer nada, era só chegar lá e lutar com ele no Pride e o Rickson nem considerou. Queria a tal da bolsa de 1 milhão de dólares que ninguém estava afim de pagar. É que nem eu chegar hoje e falar que luto com qualquer pessoa que me pagar 1 milhão. Ninguém vai pagar isso a não ser que a lute gere 10 vezes mais e naquela época isso era inviável.

Acho que rola muita lenda em torno do Rickson. Enfileirava 10 faixa pretas num dia, ganhou 400 lutas, mas em vídeo, documentado, a gente sabe que tem apenas uma dúzia.
Editado pela última vez por linus_sp em 02 Jan 2016 07:26, em um total de 1 vez.

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Hall
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Re: RE: Re: 8 Anos sem Ryan Gracie

Mensagem por Hall » 02 Jan 2016 07:26

The Boi escreveu:A sequência foi mais ou menos assim: o primeiro post é romantizado e dá uma visão favorável ao Ryan nos acontecimentos, já que tem trechos escritos por amigos. Em seguida a galera que não curte o Ryan veio reclamar e chamou o Ryan de marginal, o que fez quem gosta do Ryan ferver.

Algumas opiniões minhas:
- O Ryan era marginal? Com certeza. Aprontou muito, drogado ou não. Provavelmente era também covarde, vide relatos no tópico.
- O Ryan tem um legado? Evidentemente. Construiu muita coisa no MMA e no Jiu Jitsu.

O fato de ser comum essa pancadaria nos anos 90 não torna isso menos errado e nem o Ryan inocente. Se Shogun, Wand e companhia eram porradeiros de balada, tá errado também, porra. Não é porque era comum que porrar velho e leigo vai ser aceitável. Se o Brasil já não é mais assim, que bom, evoluímos. Mas uma coisa é certa: isso NUNCA foi aceitável. Era crime e continua sendo.

Se você fez isso nos anos 90 seja porque estava drogado, seja porque estava com a galera que fazia ou qualquer motivo, você é BANDIDO, GALEROSO e MOLEQUE.

Edit: Quanto ao Ryan, é uma pena que tenha seguido esse caminho que o levou a uma morte prematura. Poderia ter sido um lutador muito bom, e ter deixar um legado ainda maior do que deixou.
Concordo contigo.

Eu vivi os anos 1990 nas baladas de sp e nunca arrumei confusão com ninguém por lá.

Única vez q tive uma treta nessa época foi no litoral q eu derrubei água no chão e espirrou em um cara q queria me bater, mas tava sem a galera dele e afinou.


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Re: RE: Re: 8 Anos sem Ryan Gracie

Mensagem por Dutch » 02 Jan 2016 07:30

Hall escreveu:Oxe, não falei q era mentira, falei q a história eh falsa e os veinhos aceitavam lutas sem kimono. Entra lá na biblioteca nacional e procura os jornais velhos q tem os anúncios de Maeda e dos Gracie.

Tem muita história enfeitada na versão dos Gracie, os desafios foram.bem reais.

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Você é doido. Fala que é mentira, depois diz que não disse isso. E outra, eu falei do Carlos e do Hélio, segundo o livro da Reila. Não disse que os desafios não eram reais. Pior, não sei de onde você tirou que sou "hater" deles. Não perco meu tempo com esse tipo de bobagem.

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