Manager e braço direito de Luxa na China revela arquitetura da crise
Gabriel Skinner fala em ações contra o técnico brasileiro do Tianjin Quanjian e diz: “Roupeiro já não pegava bola, o tradutor não traduzia e o motorista não aparecia”
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Milhões de dólares, Vanderlei Luxemburgo contratado com carta branca e staff de 12 profissionais, o badalado trio Jadson, Luis Fabiano e Geuvânio na bagagem, e um projeto para levar o Tianjin Quanjian da Segunda para a Primeira divisão chinesa. Mas deu ruim. Seis meses depois do início efetivo do trabalho, a coisa desandou. Até o tradutor não traduzia mais. A rota de colisão começou com Li Weifeng, ex-jogador da seleção local e atual dirigente do clube. Seis integrantes brasileiros levados pelo treinador foram demitidos na semana passada. Um deles, o manager e braço direito de Vanderlei, Gabriel Skinner, que por anos integrou o departamento de futebol do Flamengo.
Skinner revela bastidores da relação que se tornou conturbada e que deixa Luxemburgo em situação delicada. Uma multa bilateral milionária mantém treinador e clube chinês cada um em sua trincheira. Na Série B da China, o Tianjin Quanjian ocupa apenas a oitava colocação, com 16 pontos em 11 jogos. Já são seis jogos sem vitória na competição, com três empates e três derrotas.

Gabriel Skinner e Vanderlei Luxemburgo trabalharam juntos no Tianjin Quanjian, da China (Foto: Divulgação)
- A relação com os jogadores chineses foi maravilhosa. O presidente (Shu Yuhui é empresário e dono da Quanjian Group) sempre foi um cara sério, muito ocupado com suas principais atividades, mas sem termos problemas. Com a comissão técnica chinesa, num primeiro momento, a relação foi muito boa, porém, depois que diretores chineses começaram a dar as cartas (um deles, o ex-jogador Li Weifeng), tudo mudou. O staff que trabalhávamos e ensinávamos passou a agir de outra maneira, totalmente influenciado por eles para claramente destruir o trabalho. O roupeiro já não pegava bola, o tradutor não traduzia, até o motorista não aparecia – revela Gabriel Skinner.
Em janeiro, o time chinês realizou sua pré-temporada em Atibaia, São Paulo. A estruturada teoria do projeto não passou para o papel:
- Num primeiro momento da preparação no Brasil, só flores: contratação de grandes nomes do futebol brasileiro, aquisição dos aparelhos mais modernos para preparação física, fisiológica e fisioterápica. Quando embarcamos para a segunda etapa de preparação na Coreia, nos deparamos com algo totalmente diferente. Tivemos contato com dois diretores antigos do Tianjin Quanjian e ficou claro que teríamos problemas. O tratamento aos membros da comissão técnica brasileira foi o pior possível e a estrutura de trabalho, que nessa etapa ficou por conta deles (campo, academia, logística de treinamentos), todas muito abaixo do ideal. Nesse momento, a relação fora de campo já era muito ruim. Os jogos começaram e as vitórias acontecendo, porém, o ambiente fora de campo piorou, a ponto de influenciar diretamente os atletas. E no futebol, sem um bom ambiente, as vitórias ficam mais distantes – destacou o manager.
Vanderlei Luxemburgo tem vivido dias tensos e intensos na China.
- Os mais variados problemas acontecem no dia a dia. O Vanderlei não tem um só minuto de descanso. Com certeza, algo articulado e arquitetado para desestabilizar o treinador. Se eu falar que ele está bem, estarei mentindo, só quem conhece e trabalhou com o Vanderlei Luxemburgo sabe o quanto ele briga pelos que estão ao seu lado. Talvez por isso desmontaram a comissão. Mas ele é um cara extremamente profissional, vencedor e enquanto quiserem e acreditarem no trabalho dele, ele estará lá. Não só ele, mas o Mauricio Copertino, Diogo Linhares, Fabiano Bastos, Wagner Miranda e Bebeto, que ficaram para dar continuidade ao trabalho – afirmou Skinner.
Mas o manager acredita que o ambiente influencia o trio brasileiro do elenco chinês.

Luis Fabiano é um dos astros do Tianjin (Foto: sina.com)
- Luis Fabiano, Jadson e Geuvânio têm sido exemplos. Claro que todos esses problemas afetam, eles sentiram muito e vem sentindo tudo que aconteceu, o trabalho estava alinhado, com toda a estrutura que montamos e quando eles quebram isso, afeta diretamente o psicológico e o desempenho dentro de campo do atleta. Mas eles se mantêm focados, têm contrato, o Vanderlei continua...
Apesar dos problemas, Skinner considera a experiência “satisfatória” no aspecto de ter ajudado em parte da estruturação, planejamento e métodos de treinamento do Tianjin Quanjian.
- Resolvi os assuntos pendentes aqui na China. Infelizmente por conta de duas pessoas com interesses muito maiores que o de uma partida de futebol, não demos seguimento em algo que poderia ser um case de sucesso, semelhante ao do Evergrande, time do Felipão. Sigo com minha família para o EUA, onde farei curso de planejamento e estruturação de equipes na Flórida. Vou acompanhar a Copa América e visitar os clubes americanos. Quero voltar à rotina do futebol o quanto antes – completou.
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Parece que o pójeto em mandarim não está funcionando
Será que esse trambiqueiro safado ainda tem espaço no Brasil?