Gregory escreveu:]
Acho que a situação é complicada, mas é administrável. O valor da venda cairia, claro, mas essas dívidas tão altas nunca são algo consolidado.
Primeiro que deve ter muita coisa sendo discutida judicialmente, então não seria para pagamento imediato ou sequer teriam que pagar.
Juros, com certeza, podem ser negociados. Se chegar com dinheiro na mão para pagamento, se consegue ou abatimento ou parcelamento.
O que um bom presidente faria seria o que todos estão falando, venda imediata dos ativos imobilizados. Depois, uma consultoria para fazer uma auditoria dessas dívidas e ver o que realmente tem que pagar... Reunião atrás de reunião para renegociação das dívidas (reais) e partir dai começar a reestruturar o time.
O que acha?
Verdade, Gregory, dívidas são renegociáveis, e precisa ter um corpo jurídico bom (ou tem dinheiro pra pagar, ou vê alguém que faça de maneira voluntária - o que pode cair o nível de comprometimento que a situação delicada exige). Veja o Flamengo, que conseguiu reduções gigantescas de dívidas trabalhistas e outras penhoras (caiu mais de uma centena de milhões), prolongou dívidas fiscais.
O que me preocupa no caso da Portuguesa é o grau de envolvimento dos cartolas com a situação de penúria que se encontra o time.
Porque para uma recuperação dessas, o primeiro passo, como vc falou, é de uma auditoria séria. Mas qtos clubes realmente querem passar por uma devassa nas contas? No caso do Flamengo, foi mais fácil porque a Chapa Azul era oposição, e não tinha vínculos com as falcatruas das gestões anteriores. Mas se fosse alguém da situação, não permitiria isso, e camuflaria números (a gestão da Patrícia alegava que a dívida do Flamengo era de 400 milhões, mas na verdade era o dobro).
Então, acho difícil isso acontecer com a atual diretoria no comando.
A segunda parte, que também é complicado no caso da Portuguesa, é conseguir levantar recursos com o time na série D. A não ser que apareça um grupo de mecenas bancando o time (precisaria surgir um líder com experiência de gestão e caráter íntegro), o aporte de patrocínio é proporcional à visibilidade e potencial do time + torcida.
O futebol é resultado, e qual resultado a Portuguesa tem a oferecer neste momento?
Irreversível acredito que não seja, até pq o futebol nas séries D (desculpe, mas é próximo à varzea) e C são muito amadores, e na B tbem. Mas o primeiro passo é ter uma diretoria que ganhe a confiança do mercado - financeiro e patrocinadores - , dos profissionais da bola e da torcida, compondo um corpo de gestão profissional (jurídico = para estudar as dívidas e novos contratos, finanças = para otimização do financeiro, e marketing = para resgatar a imagem e a história do clube junto à torcida que é relativamente forte, mas está totalmente desacreditada com o clube. Ela é o ativo mais importante de um clube, ao meu ver. Ela que consome, ela que faz gerar receitas. Sem conquistar as novas gerações, está fadada ao fechamento mesmo).