Brigando ponto a ponto no topo da tabela do Campeonato Brasileiro, Atlético-MG e Flamengo – que se enfrentam neste sábado, às 16h30 (de Brasília), no Mineirão, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro – tiveram pensamentos parecidos nas últimas janelas de transferências: olhar para o mercado sul-americano. Mas, enquanto no time mineiro os “gringos” empolgam, no carioca a história é diferente.
Duas das contratações para a temporada de 2016, os meio-campistas Juan Cazares e Romulo Otero são alguns dos destaques atuais do “Galo”, terceiro colocado, com 59 pontos.
Tanto o equatoriano como o venezuelano, ambos seguidamente convocados para integrarem suas seleções, são, em média, os líderes de assistência para gols do Atlético, com 0,3/partida. No total, são quatro de Cazares e outras três de Otero.
O primeiro é, ainda, o terceiro jogador com mais tentos na equipe no Campeonato Brasileiro, com seis, e está atrás apenas dos atacantes Fred (13) e Robinho (11). Já o segundo tem só três até aqui, mas dois deles foram marcados nos dois últimos jogos, contra Figueirense (3 a 0, pelo Brasileirão) e Internacional (2 a 1, pela Copa do Brasil).
E, em média, Cazares finaliza até melhor que o principal goleador atleticano. São 12 chutes certos em 13 jogos, ou seja, 0,9 por partida. Já Fred tem 24 arremates em 29 duelos: 0,82/jogo. Otero não fica muito abaixo de seus concorrentes: oito finalizações ao gol em 11 jogos, com média de 0,7 – é o quarto no quesito no elenco.
O camisa 80 do “Galo”, emprestado do Huachipato-CHI, é o que em média mais “rabisca” a defesa adversária, com mais de um drible certo por partida (1,1 para ser mais exato) e índice de 80% de êxito em suas tentativas.
Cazares, é bem verdade, chegou a irritar a torcida atleticana após não se reapresentar para a partida contra o América-MG, no dia 13 de outubro, depois de representar o Equador pelas eliminatórias. Ficou no banco nas partidas seguintes, mas voltou a mostrar por que o Atlético pagou quase R$ 6 milhões pelos 50% dos direitos pertencentes ao Independiente del Valle-VEN: participou de dois dos três gols contra o “Figueira”.
“O Cazares entrou e eu me animei um pouco, porque eu sabia que ia receber bola. O Cazares é espetacular”, comemorou o atacante Luan, após a vitória contra o Inter, na quarta. “O Cazares é um ótimo jogador e se candidatou para jogar o próximo jogo [contra o Flamengo]”, completou o técnico atleticano, Marcelo Oliveira.
O treinador atual campeão da Copa do Brasil pelo Palmeiras também foi só elogios a Otero. Foi o venezuelano quem se deu bem com a punição ao companheiro de meio-campo, agarrou a chance e virou titular.
“Foi um jogo muito bom do Otero. Taticamente, marcando, recompondo. Ele é muito habilidoso e eu estava preocupado se ele aguentaria até o fim. Mas foi um ótimo jogo do Otero, em todos os aspectos”, destacou Oliveira, em entrevista após a vitória por 3 a 0 contra o América.
Vice-líder do Campeonato Brasileiro, com 61 pontos ganhos, o Flamengo também apostou na força do mercado sul-americano, mas não se deu muito bem. São os casos do zagueiro Alejandro Donatti e Gustavo Cuéllar.
O primeiro foi contratado pela equipe da Gávea para ser solução e titular absoluto da defesa ao lado do capitão Réver. O namoro entre o argentino e o Fla foi tão grande, que ele se iniciou ainda em janeiro deste ano, mas veio a ficar sério só no início de julho quando foi comprado por R$ 5 milhões do Rosário Central-ARG.
As expectativas de Zé Ricardo, de toda a comissão técnica e da torcida, entretanto, não se concretizaram. Donatti jogou apenas dois jogos até aqui com a camisa do Flamengo, sendo apenas um deles como titular: contra o Figueirense, pela Copa Sul-Americana. À ocasião, o treinador rubro-negro poupou os titulares, e o argentino até chegou a falhar em um dos quatro gols do “Figueira”.
O argentino é só o 30º jogador a ficar mais minutos em campo por competições oficiais pelo Fla em 2016: 124 minutos. Só atuou mais que Rafael Dumas (77), Adryan (66), Ronaldo (43) Lucas Paquetá (26) e Jajá (20). Após a partida em Santa Catarina, Donatti ficou apenas no banco de reservas e sequer voltou a tocar na bola oficialmente.
Outro que também custou caro aos cofres do Flamengo foi Cuéllar. O volante colombiano foi contratado do Deportivo Cali-COL por R$ 8 milhões para ser o “cão de guarda”. Com Muricy Ramalho, ele era titular absoluto na Gávea, mas, curiosamente, sentou no banco de reservas desde a partida contra a Ponte Preta, pelo Campeonato Brasileiro, na estreia de Zé Ricardo no comando.
Desde então, Cuéllar acabou não sendo utilizado em 16 partidas que foi relacionado; em outras 11 entrou em campo no decorrer do jogo. Em só duas o colombiano esteve entre os 11 inicias, ambas pela Copa Sul-Americana, contra Figueirense e Palestino-CHI.
No Flamengo, o volante é o 16º com mais minutos no ano, com 1935, quase 2,5 vezes menos que Willian Arão, também meio-campista e que tem a melhor marca do time em 2016 (4774 minutos em campo).
Fonte: ESPN
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