Caralho, estava procurando o link dessa reportagem para repassar! kkkkkkkkkBlue Ocean escreveu:ZÉ – HERÓI OU VILÃO?
Por vezes idolatrado, outras tantas escrachado pela fanática torcida e até pelos “simpatizantes”.
Elogiado pelos resultados obtidos com a categoria sub-20, o promissor técnico subiu à categoria profissional com a difícil missão de salvar o ano rubro negro, uma vez que o time fora eliminado de maneira vexatória nas primeiras competições do ano, sob a batuta do consagrado Muricy Ramalho. Faltava clareza e padrão de jogo, apesar do time já contar com peças melhores do que no ano anterior.
Muricy já reclamava, ou se apoiava na desculpa do Flamengo estar cansado das viagens – isso no começo do ano. Vimos, na verdade, que o cansaço de fato começou a abater o time nos últimos dois meses do certame nacional.
Até então, Zé conseguiu o improvável: mostrar-se extremamente competente na psicologia de grupo, de montar um time coeso e que confiava em sua visão, assim como resgatar jogadores queimados com a torcida. Conseguiu com a boa equipe médica e de fisioterapia deixar o time da ponta dos cascos, na arrancada que levou o clube ao G4. Conseguiu tirar a afobação das primeiras rodadas, onde o time se perdia ao tomar um gol. Com a chegada de Diego, o Flamengo se mostrava no ápice da sua performance, o que não víamos há anos: um time com toque de bola, consciente e frio do começo ao fim. Se tomava um gol, não se abatia e continuava no seu toque como se nada houvesse acontecido, e sempre para frente fechando bem atrás. Isso quebrava o psicológico dos adversários, e fatalmente conseguia reverter resultados adversos.
O outro lado da moeda traz consigo uma característica que não evoluiu no Zé ao longo do campeonato: um certo quê de conformismo com vitórias mínguas e perigosas, e trocas que por vezes resultaram em gols, e outras que contribuíram para perder jogos praticamente ganhos. Sentimos que ele se sente perdido ainda com a pressão, e houve momentos em que ouviu e seguiu orientação de Alan Patrick para uma leitura consciente do jogo.
O time já não rende mais o que rendia até alguns jogos atrás.
A ansiedade, que por tempos havia sido controlada, abateu sobre o Flamengo, como visto contra o Corinthians na reabertura do Maraca. Velhos erros retornaram, e assim derrotas vieram como a sofrida contra o Inter, que reduziu drasticamente a chance de título.
Todos sabem que no Brasil, dois times são muito difíceis de serem treinados, pela relação emotiva intensa que seus torcedores tem pelo clube: Corinthians e Flamengo.
E foi num misto de decepção e cobrança que o Zé subiu com desconfiança. Ou melhor, por pura falta de alternativas.
Fazendo um balanço geral do ano e do trabalho do Zé, chego à seguinte conclusão:
1. O Zé foi a grande revelação do ano no Campeonato brasileiro. Sim, alguns jogadores brilharam, mas é crônica a falta de bons técnicos no país do 7 x 1, e neste cenário, é muito bom para o nosso futebol ver surgir uma nova geração de treinadores
2. O Zé cumpriu com sua missão: o Zé surgiu para salvar o ano do Flamengo, não necessariamente ganhar o título (essa era a missão do Muricy). Salvar o ano, no meu entendimento, seria colocar o time do G4. O título seria a cereja do bolo.
3. O Zé chegou no seu limite: claro que depois passamos a sonhar com o título. Infeliz, ou felizmente, este é o campeonato mais equilibrado dos últimos, se não for de todos os tempos dos pontos corridos. O Palmeiras vive o ápice de um bom trabalho iniciado há alguns anos com seu mecenas. Dentro deste cenário, suas limitações começaram a se mostrar em resultados negativos no campo, fruto do nervosismo, pressão, medo. Em uma palavra: inexperiência.
4. O Zé precisa de apoio para crescer: até alguns meses atrás ele ganhou o título com um bom time de juniores em um campeonato que ele já conhecia há anos. De uma hora para outro foi alçado para a principal competição do país tendo que liderar medalhões e um bando de desacreditados. Teve que aprender rápido. E é claro que a pressão que nos faz crescer, também nos amedronta. Como técnico em formação, sem ter um mentor forte ao seu lado para lhe dar apoio, o melhor investimento seria a formação do Zé em escolas da Europa e, como um forista daqui também disse, quem sabe até na escola argentina. Mas não vamos nos enganar achando que dois meses são suficientes. Nem uma pós graduação séria dura isso. Poderia ficar meio ano, um ano assim. Mas conhecendo nossa cultura de desprezar o aprendizado, e seguir na intuição e na raça, não acredito que isso seja possível. Até porquê temos um outro problema:
5. Quem poderia substituir o Zé? Ano que vem temos a Liga, o Carioca, A Libertadores. A pressão vai ser maior. Teremos a volta do Maraca e o apoio da torcida, que deverá continuar a inflar o programa do ST (Sócio Torcedor). Derrapagens no início podem queimar o Zé, assim como o Flamengo já conseguiu queimar jogadores da base estreantes com responsabilidade acima do que poderiam suportar. A diretoria dá mostras de continuar com contratações pontuais, porém a austeridade tem limite: a partir de 2017, não tem desculpa para querer segurar o caixa com contratações de peso. Muita exigência por resultados, mas... quem poderia substituir o Zé?
Blue Ocean
Muito bom Blue! Parabens