magrinho escreveu:
Salve magrinho! Teu post é grande pra caramba, como o meu foi, e por isso resolvi não cotar tudo.
Cara, por tudo o que você expressa aqui, tu parece ser um cara de bom caráter e do bem. E a maior prova disso pra mim é que você tá procurando uma outra colocação profissional. Só acho que se for pra PF, delegado ou oficial a coisa não vai mudar tanto assim a não ser pelo fato de que você não estará mais tão exposto a alguns merdas que estão acima de você no comando atualmente.
Sobre a generalização que deixei transparecer, também já concordei que foi errada... acho até que já me retratei sobre ela no post anterior. Embora existam muitos bandidos de farda e outros muitos aproveitadores, não é correto afirmar que 100% compartilha dessa forma de pensar.
Mas acho que você também generalizou errado ao dizer que todo mundo tem um preço, embora isso pareça cada vez mais verdade num mundo tão vendido como o de hoje, aonde as pessoas na maioria das vezes são valorizadas mais pelo que tem do que pelo que elas são de verdade.
Outra coisa que você bem colocou e não levei em consideração antes é que talvez o dia a dia do policial em outras cidades fora do eixo RJ-SP seja um pouco diferente e haja espaço para que os bons policiais de verdade possam trabalhar corretamente sem terem suas vidas ameaçadas por colegas de farda/bandidos que não valem o ar que respiram. Talvez isso possa fazer com que a maioria (ou pelo menos grande parte) da corporação em cidades menores não estejam inclusos dentre aqueles que não deveriam estar lá.
Como eu disse anteriormente, tenho alguns amigos policiais com uma índole que acredito ser parecida com a sua, mas o que eu contesto é que, pelo menos por aqui, essas pessoas do bem tem q se "entortar" para sobreviver, seja aceitando "presentinhos" de criminosos para que não sejam marcados como "Caxias" ou fingindo que não vêem para não arranjar problema.
Ou seja, a pessoa boa na vida pessoal, acaba tendo que virar um policial não tão bom assim, pois é praticamente obrigado a passar por cima dos seus valores éticos.
Dos amigos que continuam na profissão, vejo q isso acaba ocorrendo por certo comodismo e falta de vontade de correr atrás... uma pena. Mas sei tb que é muito fácil falar de fora, contudo acho que isso não me impede de apontar algo que considero errado, assim como qualquer um pode tb apontar um erro meu.
É muito difícil ver o errado (os fdp) prosperar e o certo (os cabra bom) se fuder... Como diz um brother: O sistema corrompe. Não precisa estar na polícia pra acontecer isso, mas tô falando sobre isso aqui justamente pq o assunto do tópico é a polícia.
É público e notório q existem muitos mau-caráter no judiciário, aonde os caras ganham bem e tem muito menos justificativa pra se vender. E o maior celeiro de mequetrefe-pilantra-desgraçado todos sabem q está no poder legislativo, que é a raíz de tudo, aonde as leis deveriam ser feitas pra impedir q essa putaria toda acontecesse e prevalecesse.
Outro ponto interessante que você tocou foi sobre os colegas de farda que presenciam injustiças ou passam por algum grave problema familiar como a doença de um filho/parente... concordo que isso pode fazer um homem passar por cima de si mesmo e agir da maneira como não gostaria, mas ao aceitar isso como justificativa estamos dando razão a muitos bandidos que agem por motivos semelhantes.
Com a diferença que o bandido não se comprometeu a servir e proteger e muito menos recebe salário pra isso, que mesmo sendo pouco, não é de todo ignorado quando a pessoa entra pra policia.
Enfim mano, sou humano assim como você e qualquer um, portanto posso errar os mesmo erros, ou não, faz parte. Até por isso, sou a favor de que haja uma segunda chance para todos, seja bandido com farda ou sem, seja um ser humano de bem ou alguém com uma índole duvidosa. Mas tem q levar pau no lombo pra se ligar, sem corporativismo militar ou protecionismo cínico dos direitos humanos.
Só mais uma vez volto a repetir que o mais importante é o debate saúdavel, como estamos fazendo (e o Gadernal fez tb). Nenhuma verdade, seja a minha, a sua ou de qualquer um, pode ser considerada como absoluta. Só através da contestação e da troca de idéias/impressões é que podemos tentar fazer desse mundo um lugar mais justo para todos. Rever e repensar nossos ideais, mesmo aqueles que consideramos os mais justos, é fundamental para a evolução da humanidade!