Violence escreveu:
A herança maldita deixada pela escravidão aos negros é a pobreza. Mesma herança deixada pra muita gente branca.
Acreditar que um país tão miscigenado é racista, é forçar a barra demais. Se a gente pode dizer que o brasileiro tem uma identidade, essa é justamente fruto da miscigenação entre o negro, o índio e o europeu.
A questão do tratamento preconceituoso que muitos negros sofrem é pq a negritude ainda é imediatamente associada à pobreza. E o brasileiro não suporta pobre, seja da raça que for.
Um país que tem entre seus ídolos vários negros, não é um país racista.
Veja a diferença desse "Brasil racista" que tão tentando pintar, e uma África do Sul no regime Apartheid, ou até, fora de proporção, a Alemanha Nazista.
E voce e os outros se enganam mais uma vez por falta de conhecimento sobre a literatura que diz respeito as relaçoes raciais no Brasil. Essa miscigenação harmoniosa que voce se refere é fruto do pensamento da década de 1930, onde os intelectuais procuravam uma identidade para o Brasil, tanto que dizem que o
Gilberto Freyre deu uma carteira de identidade para o brasileiro. E devo dizer tambem que Casa Grande e Senzala, o manual da tal democracia racial, nao tem absolutamente nada de cientifico. E o Freyre era tão mau carater, que ja contribui para a expulsao do reitor da Univ. de Recife, atual federal de Pernambuco.
Eu tenho aqui em minhas mãos o livro "Preto no Branco: Raça e nacionalidade no pensamento brasileiro" do ilustre Thomas Skidmore. E ele identifica com dados da epoca pensadores racistas como o
Pierre Denis e o Gustave Le Bon que previam com grande entusiasmo o gradual branqueamento da população brasileira e o desaparecimento do fenótipo negro. E esses lixos do darwinismo social tiveram grande aceitaçao e influencia entre os intelectuais lixos do BR.
E pra reforçar o meu ponto, eu trago trechos do livro "Ordem e Progresso" do proprio Freyre, ediçao de 1974, que contradiz toda a teoria de democracia racial criada pelo mesmo. Em uma parte do livro ele tras as respostas de um questionario onde ele indaga diversas pessoas, incluindo Getulio Vargas, sobre hipotéticos casamentos de seus parentes próximos com "pessoas de cor". As respostas estao aqui:
."Sempre fui contrário à aproximação de negros e mulatos para com os brancos", informa José Rodrigues Monteiro, nascido em 1887 no Ceará. De modo que "receberia de mau grado" casamento de filho ou filha, irmão ou irmã, com pessoa de cor mais escura. (O. & P., tomo II, p. 353)
.Dona Isabel Henriqueta de Sousa e Oliveira, nascida na Bahia em 1853, mas educada na Capital do Império, confessa ter sido sempre "antipática ao abolicionismo". Considerando "o negro uma raça inferior", qualquer mistura "legal ou ilegal" que tenha havido de brancos com pretos no Brasil, lhe parecia, na época na época de sua resposta ao questionário que serve de lastro a parte deste ensaio, merecer censura. (O. & P., tomo II, p. 354)
.Para Durval Guimarães Espínola, baiano de origem rural nascido em 1883, a abolição dos escravos, no Brasil foi "boa": "boa" a ideia da Princesa Isabel "mas isto depois que ela indenizasse os Senhores que aliás naquela época tiveram muito prejuízo". Lamentável lhe parecia- seu depoimento escrito é datado de 1942- que a raça se mostrasse entre nós "degenerada", pois "eu muito aprecio a cor branca e não desejava que se casasse um preto com um branco, coisa muito comum entre nós, o que eu muito combato e eis a razão da nossa mistura de raça que eu muito condeno". (O. & P., tomo II, p. 356)
.João Batista de Lima Figueiredo, nascido em São Paulo em 1878, informa ter tido, quando menino e jovem, atitude de "certa pena" para com os negros. Quanto a casamento de parente próximo com pessoa de cor, "receberia com tristeza e revolta". (O. & P., tomo II, p. 358)
.Júlio de Mesquita, nascido em São Paulo em 1892, expande-se sobre o problema sociológico das relações de brancos com pretos e mulatos,
(...)"Outra prova do que afirmamos: os terríveis recalques que fazem da maioria dos mulatos indisfarçáveis seres desgraçados e, de quase todo preto, um marginal em choque permanente com o meio: Isto pelo menos em São Paulo e nos Estados do Sul, onde tendem a viver em grupo e em oposição aos brancos". E acrescenta: "Por todas essas razões, é óbvio que eu não aceitaria jamais, voluntariamente, o casamento de qualquer membro de minha família com gente indisfarçavelmente de cor. Além do mais, porque me recusaria sempre a que viessem ao mundo infelizes. E o preto e o mulato, devido às condições sociais, cada vez mais predominantes no Brasil, de toda evidência, são uns infelizes". (O. & P., tomo II, p. 358-359)
."Condeno totalmente o casamento de gente de cor com filhos ou filhas de branco", diz em seu depoimento o Padre Leopoldo Fernandes Pinheiro, nascido no Ceará em 1880" (O. & P., tomo II, p. 363)
Um número maior de pessoas, exibindo as facetas daquilo que ficaria conhecido como "racismo velado", procurou mesclar suas prevenções com declarações de tolerância e generosidade, recordando velhas inclinações abolicionistas ou aceitando a igualdade racial como princípio em tese justo, embora talvez repugnante.
.Outro brasileiro do Rio Grande do Sul, Afonso Côrtes Taborda, nascido em Santo Ângelo em 1857, recorda ter sido "desde tenra idade [...] contra a escravidão". Seus pais tinham muitos escravos e Afonso conseguiu "com eles que lhes dessem liberdade a uns quantos..." Entretanto receberia mal o casamento de filho ou filha, irmão ou irmã, com pessoa de cor. (O. & P., tomo II, p. 354)
.Nunca pensou assim Dona Carlinda Custódia Nunes, nascida em 1874, em Botafogo, no Rio de Janeiro, que moça, teve "pena dos negros e mulatos" e "gostou muito da abolição", achando, porém, que "se deve apurar [no Brasil] a raça branca. Receberia mal o casamento de qualquer parente com pessoa de cor. (O. & P., tomo II, p. 355)
.Outro paulista, de origem aristocrática, Luís de Toledo Piza Sobrinho, nascido em 1888, assim se exprime sobre o assunto, em seu longo depoimento: "Jamais se aninhou em mim qualquer preconceito de raça. Cresci, e me fiz homem, amando os meus semelhantes, tratando com especial deferência e carinho os pretos e mulatos, os mais humildes. Pensava, assim, resgatar a injustiça da escravidão a que estiveram submetidos. Como já disse antes, minha família foi entusiasta da Abolição". E quanto ao aspecto concreto e pessoal da questão: "Poderá parecer que minha resposta a este item, contradiz a dada ao anterior. Mas não há tal: fui sincero, como serei ao responder ao último. Falo a um sociólogo, a um fino psicólogo e, estou certo, ele me compreenderá. Não veria com agrado, confesso, o casamento de um filho ou filha, irmão ou irmã, com pessoa de cor. Há em mim, forças ancestrais invencíveis, que justificam essa atitude. São elas, percebo, mais instintivas do que racionais, como, em geral, soem ser aquelas forças, sedimentadas, há séculos, no subconsciente de sucessivas gerações". (O. & P., tomo II, p. 359-360)
Aqui tem mais respostas e depoimentos, mas eu vou parando por aqui pois mesmo mostrando material empírico, provavelmente alguém vai me acusar de ser o comunista que come crianças:
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