Cosme Rímoli já mandou a real. Eu imaginei que a Globo iria aumentar a proposta, pois no fundo teme uma revolta dos clubes. O que devemos tirar como lição disso é que as novas plataformas digitais representam um caminho sem volta. Assim como a tv por assinatura mudou a maneira como vemos a tv aberta, a internet de alta velocidade, equipamentos mais modernos e o You Tube estão mudando a forma como as transmissões são feitas. No final, ou a Globo pagará mais para transmitir os jogos ou os grandes clubes criarão seus próprios canais de transmissão na internet.
Dar R$ 3 milhões a Coritiba e Atlético para transmitir os jogos dos dois no Paranaense. Seria um ‘cala a boca’ para que o vexame de ontem na Baixada não se repita. E todos esqueçam a ideia do youtube. Quarto árbitro já revelou. O clássico não ocorreu por causa da dona do campeonato, a TV Globo…
"Apesar de não ter contrato vigente com o Atlético Paranaense e com o Coritiba nesta edição do Campeonato Paranaense, o Grupo Globo entende que cabe aos clubes dispor livremente do direito de realização e transmissão dos seus jogos.
"A TV Globo transmite apenas os jogos a que tem direito. Por isso, no estado do Paraná, mostrou Paraná 1 x 0 PSTC, clubes com os quais renovou contrato. O Grupo Globo respeita clubes, federações e os torcedores e segue trabalhando pela melhoria do futebol brasileiro."
Essa foi a postura oficial da Globo.
Foi lida no Fantástico, em tom de pesar, por Tadeu Schmidt.
Acabou sendo obrigatório a postura da Globo, diante do cancelamento de Atlético Paranaense e Coritiba. De Norte a Sul, a emissora carioca foi responsabilizada pelo jogo, que seria transmitido pelo youtube, não acontecer. E que a Federação Paranaense de Futebol apenas agiu para proteger os interesses da Globo, responsável pela transmissão do Estadual e parceira íntima da CBF.
Muito mais importante do que as palavras lidas por Tadeu Schmidt foi a declaração espontânea do quarto árbitro do clássico. Rafael Traci desmoralizou a desculpa dada pelo presidente da Federação Paranaense de Futebol, Hélio Cury.
O dirigente alegou que impediu que o jogo acontecesse porque os repórteres que fariam a transmissão pelo youtube não estavam credenciados. Deveriam ter se credenciado 48 horas antes. Não poderiam estar no gramado.
132 Dar R$ 3 milhões a Coritiba e Atlético para transmitir os jogos dos dois no Paranaense. Seria um cala a boca para que o vexame de ontem na Baixada não se repita. E todos esqueçam a ideia do youtube. Quarto árbitro já revelou. O clássico não ocorreu por causa da dona do campeonato, a TV Globo...
Os clubes alegaram que vários jornalistas cansaram de ser credenciados uma hora antes dos jogos do Paranaense e é o que eles propunham. Foi recusado.
As diretorias de Atlético e Coritiba avisaram que eles trabalhariam da arquibancada. Hélio Cury insistiu que não eles estavam proibidos agora de estarem no estádio.
Mas eis que surge Rafael Traci em um vídeo do UOL.
O quarto árbitro explicou de maneira crua o que se passava no gramado da Arena da Baixada.
"Foi uma ordem do Hélio Cury. O pessoal não pode transmitir porque não é a detentora do campeonato. "É isso que a gente recebeu de informação. Se continuarem eles (funcionários da transmissão) dentro do campo, nós não podemos ter essa partida."
E o árbitro Paulo Roberto Alves Júnior não autorizou o jogo.
A pergunta mais óbvia.
Quem é a 'detentora do campeonato paranaense'?
A Rede Globo de Televisão.
Em nome de quem Helio Cury agia.
O imbróglio começou no final do ano passado.
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Quando o presidente da Federação Paranaense de Futebol intermediou a transmissão do torneio. E disse claramente para os dirigentes dos dois maiores clubes do estado. Ou Coritiba e Atlético Paranaense aceitavam R$ 1 milhão por seus jogos ou estariam fora da transmissão. Os dirigentes exigiram R$ 3 milhões cada. A Globo chegou a R$ 1,5 milhão, mas os clubes acharam a oferta irrisória.
A Globo pagou R$ 4 milhões e ficou com os dez clubes restantes. Privilegiando, pagando um pouco mais para Paraná Clube e Londrina. A expectativa tanto da emissora carioca quanto da FPF é que os clássicos aconteceriam sem transmissão para lugar algum. Só pelo rádio.
Mas a direção do Coritiba propôs e o Atlético aceitou um acordo para que o clássico fosse transmitido pelo youtube. Um golpe genial, já que os dois têm o direito assegurado por lei de mostrarem os jogos entre si, já que ninguém tem acordo com qualquer emissora.
A Lei Pelé, no artigo 42 é certeira.
"Pertence às entidades de prática desportiva o direito de arena, consistente na prerrogativa exclusiva de negociar, autorizar ou proibir a captação, a fixação, a emissão, a transmissão, a retransmissão ou a reprodução de imagens, por qualquer meio ou processo, de espetáculo desportivo de que participem."
E assim foi feito.
Em Curitiba vem a revelação.
Jornalistas esportivos ligados ao Esporte Interativo trabalhariam no jogo. De acordo com a emissora, eles pediram licença para transmitirem só esse clássico nos canais do youtube do Atlético e Coritiba. Isso teria chegado à FPF com ar de afronta. Já que o Esporte Interativo é considerado inimigo maior da Globo, por ter dividido a transmissão dos Brasileiros entre 2019 e 2014 nos canais a cabo.
Dar R$ 3 milhões a Coritiba e Atlético para transmitir os jogos dos dois no Paranaense. Seria um cala a boca para que o vexame de ontem na Baixada não se repita. E todos esqueçam a ideia do youtube. Quarto árbitro já revelou. O clássico não ocorreu por causa da dona do campeonato, a TV Globo...
Promoveu a revolução.
Cooptou Palmeiras, Santos, Internacional, Bahia, Criciúma, Joinville, Atlético Paranaense, Coritiba, Paraná Clube, Bahia, Fortaleza, Ceará, Ponte Preta, Paysandu e Sampaio Correia.
A FPF permitiu a venda de ingressos.
Cerca de 20 mil torcedores foram para o estádio.
E assistiram ao vexame.
Sabendo que a FPF iria barrar a transmissão do jogo, os dirigentes dos clubes agiram.
Mandaram seus jogadores entrarem em campo de mãos dadas.
Foram aplaudidos.
Enquanto a torcida, que já sabia que não haveria jogo, gritava.
Xingava a Globo, a FPF e insistia na palavra 'vergonha'.
O jogo não aconteceu.
O dinheiro precisa ser devolvido aos torcedores.
Os clubes prometem processar a Federação Paranaense.
O Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná não sabe como agir.
Dar R$ 3 milhões a Coritiba e Atlético para transmitir os jogos dos dois no Paranaense. Seria um cala a boca para que o vexame de ontem na Baixada não se repita. E todos esqueçam a ideia do youtube. Quarto árbitro já revelou. O clássico não ocorreu por causa da dona do campeonato, a TV Globo...
Pode tudo.
Decretar W.O. duplo ou novo jogo.
A pressão será enorme.
Coritiba e Atlético garantem que não vão ceder.
E se chegarem à final do torneio estadual usarão o youtube.
O jogo não será mostrado pela televisão.
Surgiu nas últimas horas uma ideia de executivos globais.
Aumentar a proposta.
Pagar R$ 3 milhões para cada clube e acabar com a polêmica.
Seria um 'cala boca' providencial.
Já que o monopólio futebol da emissora carioca está em risco.
O medo é a moda se espalhar como um rastilho de pólvora.
E nas próximas negociações, os clubes preferirem o youtube.
Já com patrocinadores próprios.
Com negociações diretas, sem federações, CBF, Globo.
Se, por exemplo, Corinthians e Flamengo decidirem por essa estratégia, podem ganhar muito mais do que recebem da Globo. O patrocínio seria direto aos clubes mais populares do Brasil e não para o abstrato 'um ano do futebol da Globo', como acontece há décadas.
Seja como for.
Coritiba e Atlético provocaram um estrago imenso.
Mesmo se aceitem o tal 'cala a boca' os clubes brasileiros acordaram.
Descobriram que existe um gigante adormecido chamado youtube...
(O clássico acaba de ser remarcado.
Dia 6 de março, quarta-feira de Cinzas.
Atlético e Coritiba seguem garantindo.
A partida será transmitida pelo youtube.
E não querem nenhum 'cala a boca' da Globo...)
Houve uma edição da matéria depois que li. Pelo visto, os clubes baterão o pé e não aceitarão o proposto pela Globo. Parabéns aos clubes paranaenses pela ousadia.